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LG G7 ThinQ: menos do mesmo?

Por Adriano Ponte Abreu | 20 de Agosto de 2018 às 12h00

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LG G7 ThinQ: menos do mesmo?
LG G7 ThinQ

Infectando o cérebro de cada designer de cada fabricante de smartphones ao redor do globo temos o potente vírus “notch”, e a vítima da vez é a LG com seu G7 ThinQ, seguindo tudo que 2018 tem para ditar com tendência: A.I. e um bigode no meio da tela. Confira agora nossa análise completa.

ThinQ, sangue novo?

O G7 ThinQ é um aparelho compacto e com pegada leve, no meio de tantos aparelhos cada vez maiores e ligeiramente pesados que temos visto passar por aqui.

Em seus 162 g podemos notar um aparelho predominantemente arredondado, tanto nos vértices quanto na traseira, unindo os dois painéis do dispositivo à sua moldura com continuidade agradável ao toque.

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Essa construção é semelhante a tantos outros modelos que já vimos no mercado, com pequenos detalhes dando pistas de que trata-se de um modelo diferente, novo; uma boa pista disso é o botão lateral extra presente no G7, indicando que os tradicionais controles de volume/bloqueio de tela ganharam um companheiro.

Esse botão “extra” dedicado serve para acionar o Google Assistente a qualquer momento, e faz sentido dados os movimentos do próprio Google nessa direção com o Active Edge presente no Pixel 2, dedicado a exatamente a mesma função. No caso do G7 ThinQ, dois toques no botão ativam o Google Lens, dando assim duas funções para o botão que giram em torno do Assistente do Google.

Caso o usuário pense ser um problema ter um botão dedicado ao assistente, basta desativar a função nas configurações do G7.

Na traseira do aparelho temos duas câmeras verticais com uma área para leitura de impressões digitais logo abaixo, numa posição confortável e prática de utilizar. Por mais próximo que esteja da câmera a região não será por isso que você acertará sem querer a lente do celular com os dedos todas as vezes. Ficamos felizes que isso não aconteça.

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Outra coisa que nos agrada: USB-C, com direito a adaptadores inclusos na caixa para quem precisar.

Voltando ao corpo do aparelho, temos um detalhe: o LG G7 ThinQ possui moldura de magnésio e traz certificações militares de resistência à choques, dissipando a energia do impacto ao longo do chassi. Isso não significa que ele conte com tela inquebrável ou algo similar, apenas indica que falamos de um aparelho mais resistente que o normal aos maus tratos do dia a dia.

Essa resistência faz parte do combo IP68, certificando o LG G7 ThinQ como resistente a imersões em água por até um metro e meio (por até 30 minutos).

Sinceramente, é um dos KITS mais completos para um topo de linha, dentro do que gostaríamos para qualquer smartphone no mercado.

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DISPLAY e MULTIMÍDIA

Contando com proteção Gorilla Glass 5 temos uma comprida tela de 6.1", rodando em 1440x3120 (19.5:9) com ~564ppi de densidade. O tipo de tela é IPS LCD, com suporte ao always-on.

Como falamos de uma tela comprida além do normal, existe a opção de forçar o ajuste dos aplicativos incompatíveis com proporção alongada; não são muitos, mas fica como decisão do usuário “alongar” as coisas e potencialmente quebrar partes do APP (ou) conviver com APPs que não aproveitam toda a tela.

Além de longa, temos “notch” no topo dessa tela do G7; a própria LG sabe o quanto é estúpida a ideia de colocar esse “dentinho preto” numa tela, e é possível esconder essa droga (afinal, você não está segurando um V35 ThinQ, que não conta com essa porcaria que NADA traz de útil ao usuário).

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Existe todo um menu de “personalize seu Notch”, permitindo que você coloque um arco-íris em volta dele, porquê SIM. É interessante abrir o YouTube (por exemplo), expandir um vídeo e notar que parte do display próximo ao “notch, bigodinho, tarja preta, fita adesiva do ridículo” está lá, simplesmente inútil, inativa. Pra quê colocar essa borda de tela aí então? Fica o mistério.

Mas falando sobre a tela propriamente dita, fica a dica: já dissemos mais de uma vez no Canaltech, AMOLED é o ideal para cores perfeitas, porém telas IPS de vez em quando nos surpreendem. No G7 temos além da excelente densidade de pixels uma ótima luminância, mesmo sob luz forte.

O contraste é muito bom, e só pode-se notar que os tons pretos possuem algum vazamento de iluminação nas configurações mais altas de brilho do display. Para um LCD, é muito bom mesmo.

O último comentário nosso sobre essa tela: brilho mínimo. Essa flexibilidade é essencial para utilizar o aparelho em locais escuros, além de permitir que o modo “always-on” seja discreto.

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Uma nota muito positiva para o áudio integrado no G7, que apesar de sair apenas pela saída inferior do aparelho (e ser facilmente abafável) mostra uma capacidade ótima de não distorcer os sons emitidos, preservando (dentro do limite para um smartphone) bastante qualidade mesmo em volume mais elevado.

Só não confunda isso com algo diferente de: “som flat, de smartphone”, certo?

ESPECIFICAÇÕES PRINCIPAIS

Dentro do LG G7 ThinQ temos um Chipset Snapdragon 845 com:

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– CPU Octa-core (4x2.8 GHz Kryo 385 Gold & 4x1.7 GHz Kryo 385 Silver)

– GPU Adreno 630

– 64 GB (ROM) + 4 GB (RAM) ou 128 GB (ROM) + 6 GB (RAM)

– Suporte microSD

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USABILIDADE + DESEMPENHO

Rodando o Android 8.0 (Oreo) com atualização programada para o Android 9.0 (P), temos um topo de linha no LG G7 ThinQ. Apesar do longo tempo da LG correr com desvantagem em relação aos chips mais recentes do mercado, temos uma resposta boa no G7 de que a empresa ainda entrega o esperado para aparelhos do ano.

A resposta pode parecer óbvia, sendo o desempenho do G7 ThinQ tão bom quanto o visto no OnePlus 6, Galaxy S9, Huawei P20 Pro e afins.

A resposta óbvia é que a LG mandou bem na otimização do sistema, mesmo customizando fortemente o Android instalado com sua LG UX; as alterações fogem do Android ideal fornecido pelo Google, porém não demonstram nenhuma consequência na performance do sistema. Jogos e APPs fluem de forma imediata, responsiva, sem esperas.

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Parabéns LG, assim os usuários adeptos das mudanças da fabricante no Android podem aproveitar as ferramentas extras presentes ali sem penalização de velocidade no aparelho.

BATERIA

Infelizmente a LG teria que errar em algum momento, dada a lei universal de que nenhuma fabricante possui um smartphone perfeito. Isso, nem mesmo sua fabricante predileta escapa dessa regra, e nesse caso afeta a LG.

Dentro desse excelente topo de linha temos uma bateria de 3000 mAh, valor conservador dentre o esperado para um topo de linha. Poderia ter mais energia aí.

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Em nossos testes, notamos que a média de descarga do LG G7 ThinQ é de 16% por hora de uso de streaming contínuo, saltando para incríveis 37% de descarga por hora em uso extremo de CPU.

Apesar de o segundo cenário ser irreal e só aplicável em testes, temos um aviso interessante sobre o quanto essa bateria pode ir embora ao exigir mais do telefone.

É esperado que um usuário comum utilize o LG G7 por pouco mais de 6 horas em uso contínuo, sem exageros e apenas consumindo mídia ou bobeando por redes sociais interessantes, mostrando que para um “topo de linha” faltou bateria nesse corpo tão bem trabalhado.

Caso você ache loucura, lembre que o modo “always-on” naturalmente já daria uma pequena derrubada na bateria de qualquer aparelho, e isso é exatamente o que acontece no LG G7 ao somar todo o gasto ativo e inativo de bateria.

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Como compensação há suporte ao Quick Charge 3.0 para reabastecer rapidamente os 3000 mAh.

CÂMERAS

Na câmera principal temos uma dupla de 16 MP (f/1.6) 30 mm com OIS + AF laser, somada com 16 MP (f/1.9) 16 mm. Para capturas de vídeo vamos de 720p@240fps ~ 2160p@30fps. Há uma atualização para o modelo que deve habilitar 2160p@60fps em todos os modelos.

Na câmera frontal temos 8 MP (f/1.9) 26 mm, capturando vídeos em até 1080p@60fps.

Explicando melhor, funciona como já vimos anteriormente na LG: o par de câmeras na traseira permite capturar imagens normais com o sensor principal e fotos de ângulo aberto com a câmera secundária; simples assim, troque entre as duas quando quiser uma foto com um pouco menos de qualidade (porém) mais ampla.

Na câmera principal do G7 temos AI, a tendência de reconhecimento de cenas pré-carregadas nos smartphones para que ajustem suas câmeras automaticamente da melhor forma possível. Essa automação é exatamente o que acontece no modelo, e temos boas fotos como resultado (mesmo que você desative o recurso).

Fotos no escuro também se destacam, com opção ao usuário de gerar fotos menores (de 4MP) mas que processam muito mais luz, “tirando leite de pedra” em situações difíceis de fotografar (porém abrindo mão de detalhes, tanto pelo tamanho da foto quanto pelo forte pós-processamento).

As fotos regulares do G7 preservam detalhes, mesmo ao custo de mostrar algum ruído presente em folhagens e sombras. Ativar o modo HDR reverte o processo, diminuindo os detalhes (tornando algumas partes “pinturas à óleo”) e suprimindo ruído no processo.

O veredicto é que as fotos tendem a sair naturais, adequadas ao sensor presente no LG G7, sem resultados “estonteantes” ou acima da média. Temos aqui um bom fotógrafo, mas faz bem seu papel.

Para concluir, quem se perguntou sobre selfies, temos fotos com bom nível de detalhes, contraste e cores. O sensor frontal dedicado para auxiliar no “modo retrato” e sua profundidade funciona, mas ainda pode-se notar o recorte criado na foto para simular o desfoque.

VALE A PENA?

Topo de linha potente, com um “notch” ridículo na tela, com corpo de alta qualidade de construção e resistente, bateria um pouco abaixo da média, câmeras competentes e versáteis… fica difícil balancear o LG G7 ThinQ como um aparelho BOM ou RUIM, de forma unilateral e “suprema”, sem espaço para nuances bons e ruins.

Para quem já vem de outro aparelho LG, vemos aqui apenas um upgrade direto, sem pontos negativos; pode ir que há muito embarcado no G7.

Na data de publicação desta análise o preço médio do LG G7 brasileiro era de R$ 3.200 nas lojas, dependendo de promoções e condições de pagamento para jogar esse valor para cima ou para baixo. Infelizmente consideramos isso acima do esperado para qualquer topo de linha, mas lembrando que os demais aparelhos “chefões” de outras fabricantes custam valores igualmente inadequados, fica aqui uma “cara” e “boa opção” para o usuário final que busca no LG G7 algumas diferenças sutis entre “o que esperar” de um topo de linha com Chipset Snapdragon 845.

Não é “inovador”, mas sem dúvida é um pequeno respiro entre os repetitivos lançamentos que temos visto. Não é um botão extra dedicado ao Google Assistente que faz o G7 uma opção ímpar, mas a soma desses pequenos detalhes o deixa como uma opção “cara” mas interessante entre os topos de linha do momento.