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Fujifilm Instax SQ10 [Análise / Review]

Por Redação | 16 de Agosto de 2017 às 15h00

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Fujifilm Instax SQ10 [Análise / Review]

A Fuji entendeu que esperar alguns minutos para uma foto aparecer no papel é algo divertido. Tanto que a famosa Instax recebeu o modelo SQ10, que torna algo analógico quase que digital.

Pega estranha, mas confortável

Se você olha para a câmera, vai notar que ela é grande. São medidas bastante generosas para algo que apenas tira fotos e imprime em um formato novo para as Instax – maior do que a Instax Mini e um pouco menor do que a Instax Wide. Lembrando deste ponto, que temos uma micro impressora dentro da câmera, o tamanho não incomoda tanto. 

O acabamento é todo em plástico fosco e áspero, e o que muda de qualquer outra câmera é que o disparador fica na frente, perto de onde seus dedos vão ficar para segurar firme o aparelho. O que chama a atenção, para um lado bastante positivo, é que este modelo pode ser operado por destros e canhotos. Há dois botões para disparar, um de cada lado e também dois apoios para dedão na traseira. Se você não sai por ai emprestando sua câmera, dá pra configurar para que o outro botão fique desligado, ou que funcione como seletor para o modo de fotografia.

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Mas a pegada é estranha. Pouco confortável para usar com uma mão só, mas estranha  para duas mãos. Todos os dedos ficam no entorno da lente, que é onde você liga e desliga a câmera. É algo que ou você vai odiar, ou vai se acostumar e achar interessante.

A parte traseira vem com uma pequena tela LCD de 3 polegadas que exibe todas as fotos tiradas. Este é um divisor de águas entre outras câmeras Instax, já que você tem uma câmera digital aqui dentro. Os controles que ficam abaixo da tela comandam tudo, já que ela não é sensível ao toque. Dá pra aplicar filtros, 10 deles ao estilo Instagram, mudar a exposição até de fotos já tiradas, colocar ou remover bordas mais escuras e imprimir a foto. Sim, você pode imprimir a foto depois de tirar e imprimir quantas vezes quiser a mesma foto.

Digital, de forma analógica

Esta é a maior diferença entre este modelo e outras Instax. Você tem dois modos de fotografia, sendo um automático e que sai imprimindo tudo que você fotografa – exatamente da mesma forma que as outras duas Instax e que lembra bem a Polaroid – ou então o manual, que permite salvar as fotos na memória interna, ou no cartão microSD, e selecionar o que vai imprimir depois.

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A parte digital da câmera não está nem perto do que temos em uma DSLR. São fotos de 3.7 megapixels com abertura de f/2.4 e que são registradas em um sensor CMOS. Assim como as outras Instax e até mesmo como a Polaroid fazia, a SQ10 tira fotos que tendem mais para saturação elevada e contraste mais forte. Sofre apenas com fotos com muito contraste, como quando há uma área sombreada grande e o restante coberto de luz solar. Afinal de contas, não há HDR por aqui. Sofre também, ainda mais, em fotos noturnas. Mesmo com a exposição quase no mínimo. O flash é poderoso, mas não o suficiente para salvar as fotos de cenário noturno, nem forte demais para deixar rostos lavados.

A memória interna é pequena, suficiente para mais ou menos 50 fotos, que ficam com tamanho entre 800 e 900 kb. Há espaço para um microSD e um de 32 GB permite mais de 20 mil fotos. As fotos tiradas podem até mesmo sofrer edição pela câmera. Dá pra alterar exposição, adicionar filtros e recortar apenas um pedaço para depois imprimir. E este recurso de fotos sem impressão instantânea é um salvador de finanças. Cada pacote de 10 filmes custa, em média R$ 60. Além de salvar sua carteira, é possível imprimir mais de uma vez a mesma foto. Perfeito pra distribuir entre os amigos, enquanto alguém balança a imagem pra esperar a revelação.

A impressora é tão lenta como uma impressora de câmeras deste tipo é. São mais ou menos 10 segundos para o papel sair por completo da câmera (que vai com um efeito de imagem saindo de dentro da tela, algo bacana e divertido). Mais um minuto e quarenta segundos para começar a ver algo. Cores ficam firmes depois de quatro minutos e a foto fica pronta após cinco minutos. Parece bastante tempo, mas é o momento em que você conversa com as pessoas sobre as fotos que tirou. E é o ponto principal desta câmera: diversão.

Por outro lado, este digital não é tão prático. Não dá pra simplesmente passar a foto da câmera pro celular, se você pensa em colocar no Instagram, ou no morto Snapchat. O cabo USB que acompanha o produto permite apenas carregar a bateria da câmera, que durou firme e forte nos 15 dias que ficamos com a câmera para os testes. A Fuji promete até 160 impressões com apenas uma carga, que leva de 3 até 4 horas para recarregar. A única forma de tirar as fotos que estão aqui é por meio do microSD, tirando ele da câmera, colocando no computador e depois passar pro celular. Ou pegar um leitor de microSD e colocar no seu smartphone.

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O barato de câmeras instantâneas é a diversão de montar um mural de fotos ou de colocar a foto de alguém especial dentro da carteira. Ou distribuir fotos de uma festa para os convidados. Não no Instagram, nem mesmo pro computador. Pra isso eu tenho meu celular, que tira fotos melhores e é mais amigável.

Outro ponto negativo no lado digital é que as pessoas tendem a ajustar a pose antes de tirar a foto e também depois. Elas sabem que se a foto é digital, dá pra tirar, revisar e tirar novamente. Quando o filme sai na hora e ele custa caro, há uma sensação mais natural da pessoa curtir o momento, sem tanto mimimi.

Vale a pena?

Sim, mas desde que você entenda que este tipo de câmera corta o cordão que liga você ao mundo online. O design é interessante, por mais estranho que seja, além da possibilidade de ter as melhores fotos penduradas num mural do quarto. O único ponto que faltou por aqui é imprimir fotos que você tirou com o celular.

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Seria bacana poder selecionar algumas fotos antigas de seu backup e imprimir. E, sinceramente, é divertido passar a câmera para um amigo e curtir as fotos sem pensar na pose ou parar a vida pra ver qual será publicada em redes sociais.

A única coisa que pesa é o preço. R$ 1,6 mil pela câmera pesa bastante, com R$ 60 por cada pacote de 10 filmes. Por mais ou menos R$ 400, dá pra levar a Instax Mini 8, que é totalmente analógica e vem com a mesma diversão.