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Análise | Xiaomi Redmi Note 5A

Por André Fogaça | 01 de Fevereiro de 2018 às 11h00

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Análise | Xiaomi Redmi Note 5A
Redmi Note 5A


O Redmi Note 5A, ou Redmi Note 5A Prime para quem mora na China, é um dos smartphones intermediários dos inúmeros intermediários que a Xiaomi tem em seu catálogo. Um representante de entrada que custa pouco por lá e que faz bem o….básico do Android. É isso... Mas é só isso mesmo? Vem comigo que eu te explico.

Roupa de grife, mas bem barata

Se tem uma coisa que os chineses sabem bem como fazer é: intermediário com parte externa bastante elegante. O Redmi Note 5A não foge desta regra e coloca um visual que parece de metal na traseira, mas que é plástico. Tão fidedigno, que até mesmo o brilho do metal está nestes dois frisos.

Longe de ser um ponto negativo, este material garante que o smartphone custará menos do que o esperado. Mantendo um visual mais robusto e bonito. Bonito para um modelo que está abaixo de qualquer linha Note da Xiaomi, dentro do esperado para os Redmi. Justamente a linha que foi vendida oficialmente no Brasil em 2015 e perdurou até pouco tempo depois da saída oficial da empresa chinesa do Brasil.

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Voltando ao visual, o Redmi Note 5A vem com bandeja que tem espaço para todo mundo: um SIM card, outro SIM card de uma linha secundária e ainda um microSD. Tudo acomodado e garantindo a felicidade de qualquer necessidade que você pode ter neste ponto. Ele é um dos sobreviventes da guerra pelo fim da conexão P2 e vem com entrada para fones de ouvido no formato tradicional, que encaixa qualquer modelo que não seja P10.

A Xiaomi manteve a porta para infravermelho no topo do celular. Ela serve para transformar o smartphone em um controle remoto universal, com suporte para muitas marcas de TV, ar-condicionado, projetores e até mesmo set-top boxes de tv por assinatura. É só configurar pelo app Mi Remote e pronto.

Por fim, este modelo vem com um bonito painel de vidro na parte da frente. Que dá a impressão de que tudo é um único bloco de vidro, deixando o display dentro dele e meio que escondido quando desligado. Infelizmente há um ponto bastante negativo: os botões sensíveis ao toque ficam apagados, sem luz. Pior: a Xiaomi resolveu dificultar sua vida e pintou os botões de cinza escuro, em um vidro preto e sem luz atrás.

Bela tela

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Por aqui são 5.5 polegadas em um display IPS LCD HD, ou seja, resolução de 1280 x 720 pixels. Este é um dos pontos que são mais econômicos do que a linha Note da Xiaomi, que já embarca em telas Full HD. Enfim, voltando para o Redmi Note 5A, a resolução é grande o suficiente para que muitas ruas apareçam no Waze ou Google Maps, boa até mesmo para deixar ícones bem visíveis e sem serrilhado aparente.
O único ponto que chama atenção, mas, novamente, não chega a ser tão negativo assim, é a aberração cromática que aparece em ângulos maiores. É algo que apenas olhos mais treinados podem notar, o que fica longe do principal público deste aparelho. Se você não entendeu direito, é simples: vire um pouco o smartphone de lado enquanto reproduz algo e a cor muda de tom. Entendeu?

Por fim, se você não gosta do balanço de cor deste cara aqui, é só ir nas configurações e alterar para cores mais quentes, frias ou mais balanceadas. Há até uma configuração para contraste automático, que altera o contraste para encaixar melhor no ambiente e no papel de parede que você escolheu.

Especificações

Dentro, a Xiaomi escolheu um Snapdragon 425 que roda com 2 GB de memória RAM e 16 GB de espaço interno. Que te deixa com, mais ou menos, 9,5 GB livre para usar como quiser.

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  • Processador Snapdragon 425
  • Quad-core de 1.4 GHz
  • 2GB RAM / 16 GB ROM
  • Android 7.1.2

Há ainda um modelo com Snapdragon 435, 32 GB de memória interna e 3 GB de memória RAM, mas não foi o que recebemos para testes.

E para vocês, amantes de benchmarks, seguem os resultados que conseguimos com o Redmi Note 5A.

Simples, dentro do esperado

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Este modelo que testamos vem com o Android 7.1.2 rodando abaixo de uma versão extremamente customizada do sistema operacional móvel do Google. Ela é chamada de MIUI e está na versão 9.2, sem nada de versão chinesa ou shop ROM para tornar sua vida um inferno.

Esta é uma das raras alterações de software que gostamos por aqui. Ela até mesmo inspirou a TEJUM UI do Adriano, né Adriano?

As mudanças nos ícones, no visual do sistema, encaixam em um mundo que já abandonou o skeumorfismo faz tempo. Nada tem textura, tudo é em tom meio pastel e há algumas cerejas neste bolo. Reparem que o ícone de clima tem a temperatura nele, transformando o ícone em um widget. Além disso, há animações dentro dos apps que são suaves, não travam e nem mesmo engasgam. Por fim, alguns dos ícones tem animação quando você sai do app. Como o de configurações, que a engrenagem dá uma girada quando você volta para a tela inicial. Ou a de galeria de fotos. Enfim, retoques esteticamente bonitos. Muito diferentes do Android puro, mas bonitos.

Por outro lado, se você arrastar a tela inicial para a direita...encontra uma lista de widgets e busca universal literalmente copiada do iOS. Poxa Xiaomi! Tava indo tão bem!

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O lado negativo do aparelho nem mesmo está na interface, mas sim no desempenho geral. Tudo roda bem, desde que você feche os apps que estão abertos no fundo. Navegar pela Play Store, por exemplo, é conviver com quedas na taxa de quadros por segundo da animação padrão do app.

O mesmo vale para navegar a timeline do Twitter e do Facebook. Tudo isso acontece por conta do hardware, não do software. Ter 2 GB de memória RAM é apenas o mínimo necessário para uma experiência bacana com o Android. Adicione o peso de uma interface extremamente alterada e o aparelho engasga. Sempre. O processador também não colabora, já que a linha 400 da Qualcomm é voltada para baixo custo e, por conta disso, economiza o que pode em desempenho e poder de fogo.

Vai funcionar? Vai. Você poderá ver quem compartilhou um vídeo de gatinho no Facebook, ou ver quem está xingando muito no Twitter. Só que vai com calma, sem pressa. Só de boas.

Em jogos, testamos o Asphalt Xtreme e ele rodou lento. Não chegou a travar, mas quando o velocímetro marcava 160 km/h, a sensação era de estar em um carro que andava em uns 40 km/h. Passamos então para títulos mais leves, que não sofreram desta pequena lentidão e nem mesmo de qualquer engasgo. Os testados foram Mario Run e Rayman Adventures.

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Câmeras

A câmera traseira trabalha com 13 megapixels em abertura de f/2.2 e os resultados deste sensor são...bacanas. Colocando sempre este modelo onde ele fica: um aparelho de entrada, temos fotos com contraste em bom nível, até mesmo resultando em cores bem representadas e vivas. Fotos em locais bem iluminados são superiores aos registros em locais escuros, como em qualquer celular mais barato.

A foto noturna foi a que me surpreendeu, com resultados superiores até mesmo ao que consegui com o Essential Phone, que é muitas vezes mais caro do que o Redmi Note 5A. Outro ponto que chama atenção é que a velocidade de disparo do sensor é alta, muito melhor do que qualquer concorrente próximo.

A câmera frontal tira fotos em 16 megapixels e tem abertura de f/2.0. Ou seja, ela é superior ao que a traseira entrega. E isso pode ser visto nestas selfies.

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Bateria

São 3.040mAH de capacidade em um corpo que é fino e leve. Um número alto para um hardware que não consome tanto, junto de tela de resolução HD. Encaixa em quase que mais de um dia de uso intenso. Ao menos foi o que consegui enquanto utilizei o Redmi Note 5A como meu smartphone pessoal.

Em nossos testes, reproduzimos um vídeo na resolução nativa da tela do smartphone, com brilho no máximo, dentro do app do YouTube e conectado ao Wi-Fi. A descarga média foi de 17,7% por hora. Um número alto, maior do que seus concorrentes mais próximos. Não era o esperado para tanta bateria em um smartphone mais simples.

VALE A PENA?

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O Redmi Note 5A chega como sucessor do Redmi 4A, mesmo que com o nome Note na caixa. Ele é um aparelho dos mais simples, mas que entrega bons resultados nas duas câmeras. O desempenho não é bom, mas é o esperado de um cara que custa pouco. Ele custa, importando, algo perto dos R$ 380 e sem contar o imposto de importação de 60% ao chegar no Brasil. Somando da forma correta e dentro da lei, você poderá gastar até R$ 600 neste modelo.

Como tudo que é importado, não há concorrente nacional que fique próximo deste valor, mas se você quer um que tem muita coisa semelhante, olhe o LG Q6. E, também como tudo que é importado, não há garantia que pode ser acionada no Brasil, não há suporte para assistência técnica autorizada pela Xiaomi por aqui e nem mesmo a Justiça vai te ajudar se alguma coisa der errado.

E se você quiser reclamar com ela sobre algo, a primeira coisa que a justiça vai te pedir é o comprovante do DARF que você, em tese, pagou ao retirar o produto nos Correios.
Levando estes riscos em conta, o Redmi Note 5A é bastante tentador e, dentro da categoria de preço que está, não dá para não recomendar.