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Análise | Samsung Gear Sport

Por André Fogaça | 19 de Janeiro de 2018 às 10h53

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Análise | Samsung Gear Sport

Quando eu falo em smartwatch, a única marca que vem na cabeça é a Apple. No máximo a Apple duelando fortemente com a Samsung e seus vários Gears. O Gear Sport é um dos mais recentes smartwatches da marca sul-coreana, que pega carona no visual redondo do Gear S3, é mais barato do que ele e está acima do Gear Fit 2 Pro.

Tá confuso com tanto Gear? Vem cá que eu te explico o que esse aqui tem a oferecer...

Redondo, com cara de relógio

Assim como os outros relógios mais recentes da linha Gear, o Gear Sport é redondo e em um visual que não fica distante de um relógio de verdade. Daqueles analógicos. O que difere ele dos S3 Frontier e Classic é justamente a caixa, feita em aço e que é bastante sóbria. Sem detalhes ou cores mais chamativas. Junto disso a caixa tem resistência de até 5 ATM, ou seja, pode mergulhar em água de até 50 metros de profundidade. O foco não é bem esse, mas sim aguentar a pressão extra que é exercida mais próximo da superfície, quando você está nadando.

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A própria Samsung garante a segurança dos 5 ATM que significam 50 metros de profundidade, recomendando apenas que você não mergulhe em águas com alta pressão.

Toda a interação com o produto é dividida entre a parte da frente da caixa, chamada de coroa e que pode ser girada para selecionar itens na tela ou rolar uma notificação que chegou. Ela é, para mim, a melhor forma de interação com um smartwatch. A outra parte é a tela de toque, que basicamente serve apenas como uma forma de confirmar a seleção feita pela cora. Ela também conta com ranhuras que aparecem em outros modelos mais recentes dos Gear. Elas ajudam bastante na hora de fazer a parte de cima girar, mesmo que com um dedo só. Que é como você vai acabar controlando o relógio.

Nesta versão Sport, o Gear tem dois botões mais baixos na lateral. Ambos com textura diferente do restante da caixa. Há também um leitor para batimentos cardíacos e o carregamento é feito por indução. O que automaticamente elimina qualquer conector visível em todo o conjunto. Bela sacada para o design.

Tela e pulseira de ótima qualidade

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O display é um Super AMOLED de 1,2 polegada e com resolução de 360 por 360 pixels. É mais do que suficiente para que qualquer texto fique confortável para leitura, junto da impossibilidade de ver um pixel sequer. Como qualquer tela OLED, o Super AMOLED do Gear Sport tem leitura garantida mesmo em um dia ensolarado, ao meio dia e sem qualquer nuvem para aliviar a luz solar na sua cabeça.

Eu senti falta de um brilho automático nos moldes de um smartphone. Que sobe e desce a intensidade do brilho de acordo com o ambiente. Eu sei que este recurso é raro em relógios inteligentes, mas...faz falta.

A pulseira é em silicone bastante macio e que não irritou meu braço em momento algum durante as semanas de uso. O material aparenta ser bastante resistente, mas se você preferir outro tipo de pulseira é só ir em uma relojoaria e escolher outro, já que o conector dela na caixa respeita um padrão de mercado já existente antes mesmo do lançamento dos smartwatches.

Tizen rodando bem em bom hardware

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A Samsung abandonou o Android Wear e colocou seu próprio sistema operacional móvel para rodar em seus smartwatches. No tempo em que testamos, o Gear Sport contava com a versão 3.0.0.1 do Tizen, que trabalha muito bem com o Exynos 3250 dual core de 1 GHz, junto dos 768 MB de memória RAM e 4 GB de espaço interno.

Sendo que 2,4 GB já estão ocupados pelo sistema. Menos da metade para você colocar músicas, apps e fotos. Pois é...

Não há um momento onde as animações travam ou mostram queda na taxa de quadros por segundo. Tudo como deve ser, como é esperado de um dispositivo que não é dos mais baratos.

Lindo, maravilhoso, mas faltoso em um ponto bastante importante para algumas pessoas: há poucas opções de apps na loja da Samsung. De fábrica, o Gear Sport vem com algumas ferramentas prontas, como parte do S Health, tocador de músicas (que pode ser o Spotify também), previsão do tempo, outras mais tradicionais de relógios, como cronômetro e despertador. Ah, claro, tem uma galeria de fotos para você ver, confortavelmente, fotos no seu pulso.

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Mas, estamos falando de um relógio focado em esportes e isso ele sabe como acompanhar já de fábrica. Ele consegue acompanhar corrida, caminhada, ciclismo e uma grande variedade de exercícios, como natação, abdominais e até mesmo alguns que você faz em aparelhos de academia, como aparelho de step e bicicleta ergométrica.

Depois de selecionado o que você vai fazer, o resultado do exercício aparece em número de passos, calorias queimadas, andares que você subiu ou desceu e até ajuda do GPS para um mapa do rolê. Mais dados podem ser acessados pelo Samsung Health do celular, que pode ser um Android ou até mesmo um iPhone.

Por fim, o S Voice está presente e te entende por um pequeno microfone que está entre os botões laterais do relógio. Ele ajuda bastante quando você quer, por exemplo, começar um exercício e não quer muitas interações com o Gear Sport. O problema é que não há um atalho para iniciar os comandos de voz. Você ainda precisa acessar o menu de apps e selecionar o S Voice. Quantidade de interação o suficiente para iniciar o exercício tocando na coroa e na tela, abandonando a voz.

Além disso, não é possível pedir para começar um exercício específico, como uma corrida. Você pode apenas “começar um exercício” e o relógio se vira para entender o que é.

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Mas, fora disso você está em um ambiente sem muita opção extra. Não dá para baixar um Cabify da vida e colocar no relógio, nem mesmo algum app específico de anotações que você prefere. Um erro já recorrente do Tizen, que está presente em outros aparelhos da marca.

Bateria dentro do (infeliz) esperado

Deixa eu te explicar este título que você acabou de ler: Infelizmente os smartwatches estão muito distantes do ideal de autonomia. Ou seja, da vida longe da tomada. O Gear Sport não tem nada especial que faça a vida mais fácil por aqui. Seus 300 mAh de capacidade suprem o necessário para, no máximo, o começo do terceiro dia de uso. Isso sem a tela ligada o tempo todo e com o GPS em um ou outro exercício, coisa de poucos minutos.

Deixando a tela ligada durante todo o tempo, eu notei que a autonomia caiu para não ter fôlego para o segundo dia de uso. E, ter tela ligada o tempo todo é algo que um relógio tradicional faz desde sempre. Que até o Pebble faz e ainda consegue uma autonomia de até 10 dias longe da tomada.

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Ponto negativo, mas mais negativo para todo o mercado, que mostra que faz muito pouco para resolver este problema. Carregar todo o dia a bateria de um relógio é algo bastante ruim, chato, já que o carregador sempre é proprietário. E ainda tem o longo tempo de recarga, que nos testes que eu fiz, levou quase três horas para sair de 0% e ir até 100% de carga.

Mesmo assim, mesmo sem nada de diferente na bateria, os Gear ainda são superiores ao que o seu principal concorrente entrega em autonomia: o Apple Watch.

Vale a pena?

O Gear Sport é um ponto intermediário de preço entre o que o Gear S3 entrega, e o mais simples Gear Fit 2Pro. Em recursos é basicamente a mesma coisa que os Gear S3, só que sem aquele visual mais clássico de um relógio. Eu sinceramente gostei do Sport, mas o que me distancia de amar relógios inteligentes da Samsung ou Apple ainda é a autonomia de bateria. Que saudade do meu Pebble Time Steel e seus 10 dias de bateria.

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A tela é muito boa, exibe informações com facilidade e o Tizen não trava em momento algum. Por mais que dos 4 GB, você fique apenas com 1,5 GB livre para uso.

Enfim, se você quer uma alternativa ao Gear S3, mais barata, o Sport é uma boa pedida. Ele foi lançado por R$ 1.900, mas hoje já é encontrado facilmente por algo perto dos R$ 1.500.

Se você não tem um iPhone para considerar a compra do Apple Watch, talvez o Gear Sport pode ser a melhor pedida no mundo Android.

E ai, pensa diferente? Já tem um Gear Sport ou outro Gear? Coloque aqui na parte dos comentários.