Análise | Samsung Galaxy J8
Por Wellington Arruda | 01 de Novembro de 2018 às 10h21
Hoje a gente vai falar de um novo Galaxy J.
Essa linha de smartphones foi inaugurada em 2013, e a premissa dela sempre foi oferecer recursos legais, como telas de boa qualidade e construção parecida com a de celulares caros, porém com recursos mais leves para atrair um público mais jovem, ou acessível, afinal nem todo mundo pode ou quer pagar caro em um telefone.
Hoje em dia, a linha Galaxy J é grande e diversificada, e fica ainda maior com o Galaxy J8. Ele é o que nós costumamos chamar de “intermediário premium”. Só que nesse caso, o J8 fica mais como intermediário… com… características de entrada. É.
Design, display e multimídia
O Galaxy J8 reflete muito o que aparelhos de 2018 trazem como novidade. Aliás, especificamente da Samsung, podemos ver os próximos recursos legais que ela vem desenvolvendo em intermediários primeiro, e depois nos tops de linha. O próprio DJ Koh, chefe da divisão de dispositivos móveis, confirmou essa notícia em entrevista.
O aparelho tem linhas levemente arredondadas nos quatro cantos e traseira com o mesmo efeito para ajudar na ergonomia. Outras características incluem vidro com recorte 2.5D, entrada para fones de ouvido, e bandejas dedicadas para dois chips de operadora (nano) e um microSD (até 256 GB).
Ele tem construção em alumínio, e sua traseira ainda traz as câmeras na vertical, o flash LED e o leitor biométrico logo abaixo. Ele ficou numa posição confortável e ainda pode ser usado para rolar a Central de Notificações, já que o celular é grande.
Com a tela acesa você percebe como ele é “esticado”. A proporção 18.5:9 também indica bordas de menor espessura, característica que o mercado vem experimentando com intensidade. Ele não chega a ser algo como no S8 ou S9, mas quem olhar vai saber que é um smartphone de 2018.
Aqui há uma certa controvérsia. O J8 tem display Super AMOLED, o que é muito legal, traz cores vibrantes, contraste, saturação e brilho intenso. Muito legal, né? Só que o J8 tem resolução HD. 1480 x 720p para uma tela de 6 polegadas, mais especificamente. E isso não é nada legal.
[cabeça]
O fato do display ser HD e não Full HD provavelmente não chega a arruinar sua experiência de uso. Só que, sempre que você estiver prestando bastante atenção, vai notar que não é uma tela com alta definição. E o conteúdo que você consome também não será reproduzido em 1080p. É algo mais básico, mas que pode implicar na sua escolha final.
A propósito, recomendamos usar o “modo de tela” básico, mesmo, que tende a cores menos saturadas.
A saída de som fica na lateral direita, numa posição já usada pela Samsung em outros aparelhos e evita que o som seja abafado. É legal saber que ele não faz um dos melhores trabalhos da atualidade, mas garante som limpo e sem distorções, ainda que com menos ambientalização do que uma saída estéreo, ou mesmo mais potente.
Software, desempenho e especificações
O Galaxy J8 vem com Android 8.0 instalado, porém com a versão 9.0 da Samsung Experience. A fabricante traz recursos como a Pasta Segura para proteger seus arquivos e apps, e a possibilidade de usar duas contas em alguns aplicativos.
Os botões de navegação, que agora estão na tela, podem ser escondidos para que você ganhe mais espaço de visualização. O seu leitor biométrico vem acompanhado do facial, que pode aumentar a velocidade de desbloqueio, mas definitivamente não a segurança. E a Samsung deixa isso bem claro já na configuração inicial.
Internamente, o Galaxy J8 traz as seguintes configurações:
- Chipset Snapdragon 450 (14nm)
- CPU Octa-core de 1.8 GHz Cortex-A53
- 4 GB de RAM
- 64 GB de memória (~52 GB livres)
Vale lembrar que ainda existe uma versão mais básica do J8 com 3 GB de RAM e 32 GB de espaço interno. Nenhuma delas traz tecnologia NFC, como no anterior J7 Pro.
Mesmo com configuração básica, o Galaxy J8 funciona sem travamentos ou atrasos na interface. A velocidade de abertura dos aplicativos também depende do que ele precisa para funcionar, mas em suma nós não tivemos problemas de fluidez.
Com dois apps dividindo a tela e o processamento, aí sim você percebe uma queda de desempenho no celular da Samsung. Essa situação só fica preocupante, de fato, quando são apps muito pesados.
Para jogos, o dispositivo normalmente indica (ou ajusta automaticamente) as configurações para o básico ou intermediário, mas deixa nítido que gráficos muito fortes são demais para a GPU Adreno 506.
A Samsung também destaca o recurso “Wi-Fi inteligente”, que cria um histórico de redes que você se conecta com mais frequência, que é para se conectar ou desconectar automaticamente. A logística parece ser muito boa, mas realmente não notamos uma grande diferença em relação ao que o Android já faz.
Câmeras
A Samsung fez um upgrade nas specs de câmera em relação ao Galaxy J7 Pro. O novo J8 tem 16 MP (f/1.7) como câmera principal, mas acompanha um segundo de 5 MP (f/1.9) que ajuda o smartphone a capturar mais detalhes para fotos com o modo retrato.
Este é um modo que vem sendo cada vez mais utilizado ou desejado, afinal está sendo implementado em uma boa parte dos smartphones. No J8 a fórmula não é muito diferente, e de fato você consegue cliques interessantes. Mas, tenha em mente que praticamente todas as fotos terão áreas com recorte fora do padrão. Para um celular intermediário/de entrada, o trabalho pode ser eficaz.
Já na frontal, a sul-coreana saiu dos 13 MP e colocou um sensor de 16 MP com mesma abertura de lente (f/1.9), mas que tem auxílio de um flash LED para fotos em lugares com baixa iluminação. Essa câmera, inclusive, também conta com um modo para imagens com fundo desfocado.
Um ponto que nos chamou atenção foi o modo Noturno. Ele leva mais algum tempo na exposição para conseguir fazer cliques mais nítidos no escuro. Esse modo parece funcionar melhor em cenários internos; clicando na rua, durante a noite, você percebe pouca diferença, já que as imagens ainda acumulam ruído e distorções. Mas, para quem quer fazer fotos com baixa luz, aqui está um recurso legal para ser explorado.
O Galaxy J8 ainda conta com suporte para gravações em 1080p com 30fps, embora não faça filmagens em 4K e não tenha, também, estabilização óptica.
Bateria
O Galaxy J8 tem 3.500 mAh de bateria e carregador de 5V / 1,55A. Essa quantidade de bateria fornece energia para um dia de uso com bastante facilidade para o J8, que conta com bons modos de economia de energia e um standby econômico. A média de tela ligada que conseguimos nos dias de testes foi de cerca de 7 horas.
No entanto, estamos falando de um smartphone que custa, considerando a média, mais de R$ 1.500, e que foi lançado em 2018 com entrada microUSB. O que aconteceu com a porta USB-C, infelizmente, não sabemos.
Reproduzindo vídeos online e com brilho máximo, conseguimos números interessantes, considerando que o AMOLED faz um ótimo trabalho com vídeos mais escuros, e com vídeos mais claros ele tende a gastar mais energia. No total, conseguimos médias de 6-8%.
Este é um dos benefícios do display usado pela Samsung. Para aumentar um pouquinho mais o tempo de uso, recomendamos usar papéis de parede escuro, por exemplo. A resolução baixa também é um ponto de discussão: ela não exige tanto do celular, mas oferece experiência básica.
Vale a pena?
O Galaxy J8 chega no Brasil como um intermediário peculiar. Ele foi lançado por R$ 1.899, depois a Samsung abaixou o preço para R$ 1.649, mas no varejo o seu preço médio é de R$ 1.300, considerando a data de publicação desta análise.
Por um pouco menos, a mesma Samsung ainda tem o Galaxy J7 Pro com especificações aproximadas, display Full HD Super AMOLED, bateria de duração semelhante, NFC e construção metálica.
Outras opções com preços aproximados são: Moto G6 (mesmo chipset), Moto One, Zenfone Max Pro (M1) e, como não, o próprio Galaxy J7 Pro.
E, não, o Galaxy J8 não é um celular ruim. Ele traz boas configurações, mas esbarra em vários pontos para esta faixa de mercado. Quem for pensando em um consumo comum e sem tantas exigências de recursos, vai ter experiência boa com o aparelho.
Considerando o que a Samsung incluiu neste modelo, podemos esperar um uso satisfatório, mas não acima da média. O J8 tem muita coisa atual, como display grande, poucas bordas, bateria com boa autonomia e hardware que segura um uso equilibrado. Mas ele ainda tem alguns “poréns”, como a tela HD e a porta micro USB.
Mas, e vocês, o que acharam do Galaxy J8?