Publicidade

Análise | Motorola Moto G7

Por Adriano Ponte Abreu | 08 de Fevereiro de 2019 às 10h00

Link copiado!

Análise | Motorola Moto G7

Moto G7, o aparelho “mestre” da nova geração de G’s que chegaram em 2019, mesmo com alternativas claramente mais poderosas ou mais baratas disponíveis (e falamos dos Moto G7 Power, Plus e Play). Se você não sabe a diferença entre eles inclusive, recomendamos que confira aqui mesmo no Canaltech nossas publicações que explicaram exatamente para quê serve cada modelo.

Confira agora o “Moto G7”, sem “Plus”, “Power” nem “Play” no nome.

CONSTRUÇÃO, DISPLAY e MULTIMÍDIA

O Moto G7 segue as linhas de design que podemos esperar para a linha G, praticamente mantendo o que vimos na geração passada desses aparelhos intermediários da Motorola.

Continua após a publicidade

Na construção do smartphone temos vidro na frente e na traseira dele, sendo sua moldura em plástico (por mais que tenha acabamento brilhante). A câmera é saltada, mantendo uma versão moderna da estética “tampa de bueiro” que vimos nos G’s de 2018.

Se uma das principais diferenças desses G’s do ano passado foi a escolha de telas mais compridas para acompanhar as tendências de mercado, naturalmente temos no G7 a resposta da Motorola (muito tempo depois, diga-se de passagem) ao fenômeno do “Notch”, a tarja preta no topo da tela que assombra tantos aparelhos.

Nesse modelo “padrão” do G7 temos uma abordagem consideravelmente “moderna” do “notch”, dando um formato de “gota” no topo da tela para a área que abriga a câmera frontal do aparelho. Não é algo bonito, mas ao menos não é a “atrocidade” que está presente no Moto G7 Power, por exemplo.

Essa tela é chamada pela Motorola de “Max Vision” e trata-se de um LCD de 6.2” rodando em resolução de 1080 x 2270 pixels (Full HD), 19:9 ratio (com ~403 ppi de densidade) e reforço Gorilla Glass.

Continua após a publicidade

Infelizmente parece que nesse modelo “normal” do G7 está evidente nossa suspeita iniciada com o G7 Power, onde dissemos que a Motorola parece ter iniciado uma onda de “economizar com as telas” dos modelos desse ano. Já tivemos análises aqui no Canaltech dizendo o quanto os painéis LCD de um Moto G eram equilibrados, uma alternativa intermediária “ok” para aparelhos mais simples. Não é bem o caso do Moto G7.

As cores do modelo são um pouco abaixo do que esperamos para painéis intermediários de LCD, sendo talvez seu maior problema o contraste apagado em cenas muito claras com sombras no mesmo quadro, além das imagens definitivamente escuras denunciarem o quanto os tons “pretos” dessa tela não existem, sendo na verdade tons “cinza” visivelmente iluminados. Não confunda a natural limitação de telas LCD em reproduzir a cor preta, falamos desse item potencializado com uma névoa “esbranquiçada” pelas zonas escuras, sendo ainda mais visível ao olhar para o aparelho em qualquer ângulo que não “diretamente” de frente ao modelo.

Quer um exemplo fácil para perceber esse problema da tela em casa mesmo, sem nenhum programa instalado nem teste específico? Faça isso: desligue o Moto G7 e coloque-o para carregar. Após alguns segundos o aparelho iniciará com a tela toda “preta”, apenas indicando o carregamento do modelo. Isso deixará evidente o quanto os “pretos” do Moto G7 são ainda menos reais que um bom painel LCD intermediário pode entregar.

Quanto ao som do aparelho, lamentamos duas escolhas; a primeira delas é não entregar no Moto G7 som estéreo, sendo toda a música e multimídia presente apenas no alto-falante localizado na parte de baixo do aparelho. Nossa outra decepção é o lado onde este único alto-falante fica: no apoio das mãos ao jogar com o aparelho na horizontal.

Continua após a publicidade

Caso a Motorola tivesse posicionado essa saída de som à direita do aparelho seria mais um smartphone com som “ok”, predominantemente agudo e sem destaques para esse item, porém ao mover o alto-falante para a esquerda do modelo fica claro que jogar PUBG ou qualquer outro título no Moto G7 deixará você sem som (ou) com as mãos numa posição estranha para jogar e ouvir o que acontece ao mesmo tempo sem colocar fones de ouvido.

ESPECIFICAÇÕES, USABILIDADE e DESEMPENHO

Dentro do Moto G7 Power temos um Chipset Snapdragon 632 que conta com:

  • CPU Octa-core (4x1.8 GHz Kryo 250 Gold & 4x1.8 GHz Kryo 250 Silver)
  • GPU Adreno 506
  • 4 GB RAM
  • microSD + 64 GB ROM
Continua após a publicidade


Durante nossos testes a versão do Android era a 9 (pie), naturalmente com o aplicativo “Moto” pré-instalado para controles contextuais do aparelho como o “Moto Ações” (ou seja, gestos de ativar a câmera ou a lanterna, por exemplo, que usualmente estão nos Moto G’s). O recurso “Moto voz” está presente no Moto G7, permitindo que o aparelho leia mensagens recebidas e anuncie de forma falada ligações; frisamos essa parte pois o centro de controle “Moto” está presente em praticamente qualquer Moto G, porém alguns recursos variam entre cada modelo (e apesar de que uma mera atualização de software possa trazer o “Moto voz” para o G7 Power, por exemplo, o recurso não estava disponível naquela variante do Moto G durante nossos testes).

E uma observação curiosa: apesar de possuir o mesmo processador, ser mais caro (e premium) que o Moto G7 Power, esse Moto G7 (normal) não conta com TV Digital (pelo menos na versão que testamos), deixando novamente aquele sabor de completa aleatoriedade na linha de aparelhos da empresa (e dando a impressão de que é decidido no “cara ou coroa” qual modelo terá qual recurso, mesmo que o modelo mais caro fique sem os recursos do mais barato).

De qualquer forma, devemos posicionar o Moto G7 como intermediário com custo dentro do praticável para “o brasileiro médio”, e cabe ver se o desempenho dele é compatível com essa proposta.

Assim como o G7 Power, o G7 normal conta com um processador mais ou menos da metade de 2018, um item intermediário recente (com pequenas melhorias nos núcleos de um processador de três anos atrás, o Snapdragon 625).

Continua após a publicidade

O Snapdragon 632 que move esse G7 “normal” é uma leve atualização e até pontua um pouco melhor que os antecessores em atividades comuns do smartphone, porém não entrega uma jogatina muito mais potente que o Moto G5 Plus/Moto G5s Plus (por exemplo), que utilizam o Snapdragon 625, e literalmente entrega o mesmo desempenho do Moto G7 Power (mais barato que o Moto G7 normal dessa análise). Se você já utiliza um desses intermediários não espere muita melhora no PUBG, por exemplo.

Você não notará lentidão no G7 nem travamentos, mas cabe aqui nosso papel de deixar bem grifado que esse aparelho não é gamer (nem supera o esperado para intermediários “OK”), portanto não confunda o G7 com “intermediários-premium” de potência acima do esperado.

ENERGIA

Com 3000 mAh de bateria o Moto G7 deixa clara sua mensagem de “aparelho padrão”, sem o chamariz de entregar mais energia do que o usuário normal da linha G já está acostumado.

Continua após a publicidade

Para recarregar o Moto G7 temos um carregador “Turbo Power” de 18W incluído na caixa, algo esperado e que funciona bem para acelerar o início das recargas do aparelho.

Durante nossos testes padrão de streaming contínuo no Moto G7 obtivemos a média de 15% de descarga da bateria por hora de execução, número dentro do esperado para aparelhos intermediários.

Em nosso teste de descarga forçada atingimos o máximo de 26% de descarga por hora de drenagem da bateria, ao passo que durante a execução de jogos menos exigentes “ao estilo” Brawl Stars conseguimos novamente atingir a média de 15% de descarga da bateria por hora jogada, sendo necessário subir o brilho da tela ao máximo para que essa mesma atividade atingisse 21% de descarga por hora.

Em resumo temos no Moto G7 uma boa estabilidade no consumo de bateria, mesmo quando exigido mais da CPU e GPU do aparelho, indicando que tanto usuários mais exigentes e intermediários devem encontrar uma média similar no rendimento do aparelho, garantindo entre 6 e 7 horas de tela antes de uma recarga completa.

Continua após a publicidade

FOTOGRAFIA

Assim como já explicamos na análise do Moto G7 Power, a linha Moto G não é focada em fotografia, e isso se repete nesse Moto G7 normal.

Antes que você se pergunte sobre o Moto G7 ter duas câmeras na traseira (e segundo explicações mágica isso mudar tudo), explicamos: uma é para você, a outra para o smartphone. Não espere desempenho inacreditável, apenas tenha em mente o propósito dessa segunda lente.

A câmera principal é de 12 MP (f/1.8), capaz de gravar vídeos em até 4K@30fps. Ela utiliza o sensor secundário de 5 MP (f/2.2) para medição de profundidade e recorte/desfoque do fundo das cenas; na prática o usuário nunca verá o que essa segunda lente vê, afinal é o smartphone que a utiliza para medições da fotografia do sensor principal.

Continua após a publicidade

Antes de falarmos da qualidade de imagem, falemos desse “truque” onde você desfoca coisa e troca o fundo das fotos; quando funciona, recorta, quando falha fica “meio certo”, assim como já vimos em tantos outros smartphones com diversas câmeras para tentar (e falhar).

Indo para as fotos normais temos uma performance totalmente dentro do esperado, com luz controlada sempre necessária para boas fotos com bom nível de detalhe; fotos dentro de casa imediatamente mostram granulação visível pelo ajuste automático do aparelho para “forçar claridade” a qualquer custo, removendo muitos detalhes das imagens conforme “ilumina” desnecessariamente cenas que apenas seriam um pouco menos claras que a luz do dia lá fora.

Assim como o G7 Power, o G7 registra cores “ok”, com tons que ficam pouco vibrantes (mas que não sofrem com problemas além da própria natureza intermediária das câmeras).

Na frente do aparelho (bem na “gota” do topo do display) temos uma câmera de 8 MP (f/2.2) capaz de gravar vídeos em 1080p@30fps, que segue as mesmas regras que explicamos.

Continua após a publicidade

VALE A PENA?

Ao revisar tudo que dissemos sobre o G7, fica fácil concluir que a Motorola mostra total incoerência entre os aparelhos da linha Moto G, assim como sempre fez nesses anos que opera a linha no Brasil.

Pensando nos preços de lançamento (que sim, sabemos que irão baixar como é natural no mercado):

Caso o usuário opte pagar R$ 1.599 reais pelo Moto G7 desembolsará R$ 200 reais a mais pelo modelo (se comparado ao Moto G7 Power, mais barato que o G7 normal). Isso indica que quando a natural queda de preço da linha G7 chegar será sempre provável que o G7 Power continue como opção mais barata, ao custo de levar menos resolução na tela.

Continua após a publicidade

O que ocorre é a questionável tela do G7 normal como um todo, ficando pequena sua vantagem em relação ao modelo mais barato e com mais bateria.

Tem mais: pagar mais caro pelo Moto G7 normal faz com que o usuário não leve para casa um aparelho equipado com TV Digital, item que está presente no (mais barato) Moto G7 Power, além de deixar para trás 5000 mAh de bateria do modelo.

Resumindo: passe longe do Moto G7 normal e economize uns trocados ao optar pelo modelo “Power”, ganhando além de tudo que dissemos mais bateria no pacote. Caso você faça questão do G7 normal por ser um pouco mais leve que o G7 Power e prefira resolução Full HD com corpo de vidro (e não plástico), daí não temos outro conselho além de ficar de olho nos preços.

O Moto G7 faz sentido por ser um aparelho atualizado (porém não potente), logo encontrar o aparelho nas faixas de preço abaixo dos 1.500 ~ 1.200 reais faz sim dele uma opção válida para 2019, colocando outro prego no caixão do Motorola One (lançado com peças recicladas de três anos atrás).

Quem leva um G7 para casa não leva tecnologia velha, mas também não leva potência. Literalmente, falamos de um aparelho intermediário da Motorola (que poderia ser melhor, é claro).