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Análise | Gamepad Singularity S192K

Por Adriano Ponte Abreu | 26 de Março de 2018 às 12h09

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Análise | Gamepad Singularity S192K

Dando as caras no mercado global desde a metade de 2017, o Singularity S192K mostrou como um tablet consegue se transformar num Gamepad, rodando Android completo mas com foco na retro emulação, trazendo performance "suficiente" para esse uso. Não é nem opinião nossa, o próprio site da fabricante diz "Fast Enough, Fun Enough" (rápido o suficiente, divertido o suficiente).

Isso não quer dizer que o aparelho seja fraco ou ruim; com pouco mais de 570g o Singularity é "grande e gostoso" de se pegar nas mãos. Ele traz aquela pegada de videogame, dando uma distância ideal entre os lados de um gamepad para uma sessão de jogos. O peso é considerável e pode ser que você canse após algum tempo segurando, mas a questão fica pela empunhadura bem feita que naturalmente dá mais força para manuseá-lo sem mau jeito.

Entre suas mãos fica a tela de 7 polegadas (FHD) LCD IPS, que reproduz boas cores e traz ângulos de visão igualmente bons para jogar sem se preocupar com uma posição de tela específica.

Dentro do esperado para uma LCD IPS, não sentimos nenhuma perda durante as sessões de jogo, mostrando na maioria dos cenários imagens convincentes para uma tela intermediária (algo mais que suficiente para sessões de gameplay nessa distância). Nossa única anotação é para o desempenho do painel abaixo do ideal em cenas escuras, mostrando pequenos vazamentos de luz lateral sobre os tons de preto.

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Na parte de baixo dele temos a saída de som com resultados intermediários para um alto-falante integrado; apesar da equalização “flat” ele consegue fazer-se ouvir, além de não ser abafável.

Porém focando no consumo de áudio e vídeo fora do Singularity (para quem prefere a visualização dos games na TV, deixando o aparelho apenas como Gamepad mesmo), temos duas opções (com e sem fio).

Pelo menu superior do sistema é possível acionar a transmissão da tela para um Chromecast, espelhando o que acontece no Singularity para sua sala de estar sem fio algum – o problema é que você dependerá da qualidade e estabilidade da sua conexão WiFi para que a imagem e latência seja aceitável.

A solução certeira é a saída (mini)HDMI na frente do gamepad para que você jogue de fato na TV, como se fosse um controle cabeado. O problema fica por conta das implicações físicas desse conceito, afinal quem já manuseou cabos HDMI sabe que falamos de conexão relativamente frágeis.

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Esse conceito ligado ao ato de “gaming” não combina; quem já jogou Playstation/Xbox/Gamecube/Megadrive (etc) sabe quanto movimento está envolvido num controle, e quem tem essa experiência sabe quanto desse movimento é passado para o cabo do controle.

Isso ligado na porta HDMI da sua TV, pendurado por ela, fazendo o ponto de tensão entre a HDMI traseira e essa aqui do Gamepad…. parece uma ideia bem menos funcional na prática que no papel. Se você pretende colocar um controle sem fio nele e plugá-lo na TV, aí tudo bem (mas que não faz sentido pensar em controle sem fio para esse cara aqui…. não faz mesmo).

PARTES & PERFORMANCE

Por dentro do Singularity temos um Chipset Rockchip RK3288 (quad-core) de 1.8GHz (ARM Cortex-A17), combinado com uma GPU Mali-T764 e 4GB RAM.

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Tudo parece de mal a pior com os avisos na Play Store sobre “os aplicativos não estarem otimizados para este dispositivo”, afinal a combinação interna dele é fora do trivial “Snapdragon/Mediatek”; a questão é que (em parte) dobramos a língua com o rendimento do Singularity.

Primeiro de tudo: tivemos engasgos nele? Sim, poucos mas tivemos. O tempo de abertura de alguns games e troca de apps faz o Singularity pensar por alguns momentos, porém ele deslancha e mostra um desempenho "in-game" estável, com fluidez digna de um bom intermediário. Conseguimos "rasgar o chão" no Need for Speed Most Wanted.

Mas não vamos te iludir: esse aparelho é no máximo intermediário, e alguns jogos “batidos” e nem tão recentes (como o Modern Combat 5) já mostram que o aparelho está se esforçando bastante, mostrando nesse caso um desempenho abaixo aparelho intermediário, perdendo alguns FPS na execução e indicando tempos de carregamento bem perceptíveis, um limite de processamento bem visível.

Em geral a experiência é suficiente para se divertir e jogar bastante, apenas não confunda com um aparelho de alta potência ou um intermediário com Snapdragon 625 para cima.

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Citamos o "Need for Speed Most Wanted" aqui, e esse jogo não tem suporte para Gamepads (ele traz nas configurações apenas o suporte ao acelerômetro/tela/moga, nada mais. Como é um game mais antigo, ele é meio "burro" e não reconhece Gamepads automaticamente como alguns títulos da Gameloft fazem logo de cara. Como a gente jogou então? Bom, essa é a maior qualidade do Singularity, que consagra ele como console Android de mão.

Abrindo o game "Alto's Adventure", totalmente voltado para "touch", conseguimos interagir com o único comando do game com o Gamepad; o truque é o mesmo que permite ao Need for Speed Most Wanted funcionar. Esse console de mão tem a opção nativa de mapeamento de botões, o "Keymapping". É um recurso que costumamos ver em portáteis com foco de retro emulação como esse aqui.

Uma nota: emuladores como “SuperRetro16” e o “Epsxe” são oficiais e estão disponíveis na Play Store, mas eles vem sem ROMs (os jogos propriamente ditos). É aqui que esbarramos naquela questão sobre legalidade: como você vai adquirir essas ROMs? Isso é responsabilidade sua. Os emuladores você pode comprar legalmente na Play Store, o resto é por sua conta.

Caso você esteja pensando no espaço que ROMs ocupam e sobre isso dividir espaço com os games Android tradicionais instalados, vale uma nota: aqui dentro tem 64GB de armazenamento interno com suporte MicroSD. Essa quantidade de GB é uma ótima escolha para um produto voltado aos games, itens naturalmente mais pesados e que consomem vários GB mais rápido que o usuário possa imaginar. E as ROMs funcionam de um MicroSD externo sem problemas, então pronto.

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Mas o Singularity tem potência suficiente para a retro emulação? Sim, basta você ter paciência de ajustar as configurações do "Epsxe" (por exemplo) que você terá seu Singularity rodando PS1 onde você quiser. Sim, falamos dos jogos completos.

Naturalmente jogos de consoles “mais arcade” são suportados, e isso inclui o momento “a ROM é sua responsabilidade”.

Toda essa diversão desprende bastante calor durante o uso; a traseira do Singularity chegou a 45 graus com Need for Speed Most Wanted, um game nada recente e com exigência de desempenho “ok” para o gamepad. Apesar desse detalhe, o problema não afeta o usuário diretamente (afinal a área lateral onde você segura o aparelho não aquece). O que é estranho mesmo é notar esse calor todo na traseira e na tela do modelo com tanta área para troca de calor, fato que deveria ajudar bastante no arrefecimento (ainda mais com as diversas aberturas presentes na parte de cima do modelo).

Calor excessivo pode ajudar no desgaste precoce de baterias de lítio, e temos uma respeitável unidade de 10.000mAh dentro do Singularity sinceramente esperamos que ela não sofra com o calor excessivo como nos dá a impressão ao manusear o aparelho.

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Essa bateria monstruosa carrega muito bem o aparelho por longas sessões de game, e dessa vez fizemos diferente: nosso teste foi apenas para uso intenso (ou seja: JOGAR SEM PARAR). Esse é o propósito de um aparelho com gamepad preso no corpo, então nada de uso combinado ou moderado, afinal quem compra um desses é para jogar até não aguentar mais.

Nesse cenário intenso de uso sem parar, emulando jogos de PS1 ou mesmo rodando títulos 3D Android os 10.000mAh de bateria conseguiram nos segurar por até 5 horas (contínuas) de jogo, com brilho do aparelho travado no máximo (ou seja, o pior cenário de gasto energético possível em tela e processamento).

5 horas de gameplay pesado é uma marca de respeito para o aparelho, afinal smartphones em modo “full-game” contínuo desligam antes disso na maioria dos casos.

Só é uma pena que o carregador incluso seja uma unidade de 10 W que leva até 5 horas na tomada para reabastecer o Singularity por completo…. É o custo de tanta bateria num lugar só.

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VALE A PENA?

Depende da sua intenção; como “mega-aparelho Android”, por exemplo, o Singularity não funciona (a câmera frontal de 5MP é de baixíssima qualidade e quebra um galho para videochamadas), além do detalhe de seu corpo ser para sempre um gamepad.

Porém se você tem bom senso e pensou no aparelho como um "console Android" para levar na mochila de vez em quando ou jogar em casa/numa viagem, faz sentido e funciona muito bem. Nosso único aviso: a potência dele é limitada, e você não terá a melhor experiência de gaming nem terá um potente aparelho nas mãos - ele está mais para um intermediário comum, com horizonte de performance bem visível. Para retro emulação e para games Android comuns é performance na medida, nada mais.

Preço? Entre R$ 1000 e R$ 1200, dependendo da loja escolhida e de promoções vigentes. O valor é compatível com o que ele oferece.

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Se você faz parte do público-alvo e tem ciência das limitações do produto, então fica aqui nosso “OK” pelo Singularity cumprir sua proposta. “Fast Enough, Fun Enough”, como a própria fabricante diz.