Pedido de recuperação judicial da Oi é o maior já feito no Brasil
Por Patricia Gnipper | 22 de Junho de 2016 às 06h17
Nesta segunda-feira (20), a Oi entrou com um pedido de recuperação judicial por estar afundada em dívidas e, de acordo com um levantamento da PLKC Advogados, esse pedido é o maior da história do Brasil. A operadora está tentando estruturar dívidas cuja soma atinge cerca de R$ 65 bilhões.
Guilherme Marcondes Machado, da firma jurídica, levantou processos realizados desde a criação da Lei nº 11.101, de 2005, e, até então, o maior era o da Sete Brasil, empresa de sondas de águas profundas, que envolveu R$ 19,3 bilhões. Essa lei acabou com a antiga “concordata”, regulando a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência, permitindo que a empresa endividada apresentasse sua própria proposta aos credores. No caso da Oi, a empresa tem um prazo de 60 dias para fazer sua apresentação.
Com o pedido, a companhia espera proteger o caixa das empresas do grupo e garantir a continuidade da oferta de seus serviços de telecomunicações aos clientes. Enquanto a Anatel prepara uma cautelar para impedir a alienação dos bens da companhia, bem como de suas subsidiárias, o Procon-SP está orientando os usuários de serviços da Oi a registrarem reclamações em caso de falhas.
A partir de agora, o pedido de recuperação judicial será deliberado em assembleia geral de acionistas, ainda não havendo previsão de quando isso acontecerá. Depois, a Oi desenvolverá uma proposta de reestruturação de seu endividamento para apresentar o material a seus credores. No documento apresentado pela operadora à Justiça, ela informa que, do montante total das dívidas, apenas R$ 1,65 bilhão se trata de dívidas trabalhistas e de fornecedores.
Confira a relação dos 20 maiores pedidos de recuperação judicial já feitos no Brasil, por ordem de valor declarado:
- Oi - R$ 65,4 bilhões
- Sete Brasil - R$ 19,3 bilhões
- OGX- R$ 12 bilhões
- OAS - R$ 11,15 bilhões
- Schahin - R$ 5,85 bilhões
- OSX- R$ 4,57 bilhões
- Grupo Rede - R$ 4,1 bilhões
- Wind Power Energia - R$ 3,04 bilhões
- Abengoa - R$ 2,66 bilhões
- Renuka - R$ 2,33 bilhões
- Eneva - R$ 2,26 bilhões
- Galvão Engenharia - R$ 1,99 bilhão
- Sifco - R$ 1,4 bilhão
- Aralco - R$ 1,15 bilhão
- Infinity-Bio - R$ 918 milhões
- Carolo - R$ 834 milhões
- Alumini Engenharia - R$ 762 milhões
- Cucaú - R$ 696 milhões
- Lupatech - R$ 669 milhões
- Eletrosom - R$ 559 milhões
OBS: A relação não considera os pedidos realizados pela Vasp e pela Varig, cujos passivos eram de cerca de R$ 4,3 bilhões cada, pois em ambos os casos a falência das empresas foi decretada.
Fonte: G1