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Incerteza regulatória breca investimentos da WarnerMedia no Brasil

Por| 01 de Agosto de 2019 às 13h13

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HBO
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Como já era de se esperar, a briga entre a Anatel e a Fox devido a questões regulatórias do mercado de televisão a cabo está afetando outros segmentos do mercado. Temerosa quanto à incerteza judicial e normativa no setor, a WarnerMedia, dona da HBO e da Sky, revelou que não fará mais investimentos no Brasil além dos que já estão previstos.

As palavras são de Jim Meza, vice-presidente executivo do grupo, que está no Brasil participando do Pay-TV Fórum, evento de discussões sobre o mercado de televisão por assinatura. Segundo ele, a empresa, fruto da junção entre a Time Warner e a AT&T, está bastante interessada no mercado nacional e, principalmente, sobre a possibilidade de vender seus conteúdos diretamente aos consumidores. Entretanto, a incerteza faz com que esse investimento não seja interessante.

No centro da questão está o serviço HBO Max, que será lançado nos EUA para concorrer com nomes como Netflix, Hulu e Disney+. Com conteúdos originais próprios e também aqueles criados para a TV, além do portfólio de marcas como CNN, TNT, DC Entertainment, Cartoon Network e outros, o serviço deve entrar no ar ainda neste ano nos Estados Unidos, mas a lei deve representar uma barreira por aqui, tornando indefinido o lançamento no Brasil.

O problema, segundo Meza, está na questão da propriedade cruzada, como fala a Anatel, uma norma que impede empresas de telecomunicações de produzirem conteúdo e vice-versa. É a norma que levou ao impedimento da venda dos canais ao vivo da Fox por meio de sua plataforma de streaming, uma decisão derrubada por liminar e que, agora, a agência busca derrubar.

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Na regra, que a própria Anatel já admitiu ser arcaica, uma emissora de televisão só pode vender seus canais a partir de uma operadora de TV a cabo e não pela internet, como a empresa fazia por meio de seu serviço Fox+, com assinaturas diretas para os espectadores. O órgão já disse estar iniciando um processo de revisão da norma, de forma a se encaixar tanto com os anseios das empresas quanto dos consumidores, mas a discussão ainda deve ser longa.

Enquanto isso não acontece, chegam notícias como as de Meza. Segundo ele, os investimentos já previstos para o mercado brasileiro, em operações como Sky e HBO, serão mantidos, mas não há intenção de “acrescentar qualquer dinheiro” enquanto a situação não se resolver, algo que ainda não tem a menor previsão de acontecer e deve demorar para acontecer, segundo as palavras de Abraão Balbino, superintendente de competição da Anatel, no mesmo evento em que Meza esteve presente.

E, com isso, não há a menor precisão de lançamento do HBO Max no Brasil. O país já conta com outro serviço da empresa, o HBO GO, que reúne apenas as produções do próprio canal e pode ser acessado tanto por assinantes da emissora por meio de operadoras de TV a cabo quanto por assinaturas diretas. Não é possível, entretanto, assistir à programação ao vivo dessa maneira.

Fonte: Folha de S.Paulo