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Huawei desafia EUA e vai transferir investimentos para o Reino Unido

Por| 19 de Fevereiro de 2019 às 09h48

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Em mais uma de suas raras aparições públicas, o fundador da Huawei, Ren Zhengfei, desafiou o governo dos Estados Unidos e disse que as ações legais que estão sendo tomadas contra a companhia não serão capazes de destrui-la. O executivo anunciou a transferência de investimentos em tecnologia do país para o Reino Unido, um dos principais nomes europeus a utilizar a tecnologia da marca chinesa na implementação local da conexão 5G.

Ren acusou o governo dos Estados Unidos de agir com motivações políticas ao mandar prender sua filha e diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, no final do ano passado durante uma conexão aérea no Canadá. Ela foi acusada, inicialmente, de quebrar sanções impostas pelos americanos a países como Irã e Coreia do Norte, proibindo a venda de tecnologia e materiais para nações inimigas por companhias com presença no país. Aos poucos, o processo evoluiu para um indiciamento por fraude financeira, lavagem de dinheiro e roubo de segredos industriais, envolvendo também o próprio fundador da fabricante.

Falando à BBC, o magnata chinês negou veementemente qualquer acusação e taxou como inaceitáveis os atos com motivação política que tentam derrubar sua companhia. Ele afirmou que essa não é a primeira vez que os EUA agem dessa forma, usando métodos combativos para aplicar sanções a terceiros. Ele diz confiar que a Justiça mostrará o caminho e resolverá a questão de forma correta.

Até lá, claro, movimentos gerenciais estão sendo feitos para garantir que o banimento não apenas dos EUA, mas também de países como Austrália e Japão, não afete gravemente os números da companhia. O fundador já deixou claro que os resultados serão prejudicados com tudo isso, mas que reorganizações e a própria solidez da Huawei serão capazes de manter as coisas funcionando mesmo nestes tempos difíceis.

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O Reino Unido, por exemplo, escolheu a fabricante chinesa como uma de suas parceiras para implementação do 5G no território. Sobre as questões relacionadas à segurança, o Centro Nacional de Cibersegurança do país disse ter sido capaz de encontrar caminhos para minimizar uma possível tentativa de espionagem por meio da infraestrutura, o que permitiu que ela seguisse o caminho oposto do restante das nações. Daí, também, veio a ideia da Huawei de retirar os investimentos nos EUA para alocá-los na Europa.

A fala de Ren também marca um ponto de virada no caso Huawei, já que, em janeiro, quando falou no assunto pela primeira vez, ele chegou a elogiar o presidente americano Donald Trump por sua condução durante as tensões econômicas com a China. Ex-oficial do Exército Popular de Libertação, corpo militar da China, ele também afirmou, na ocasião, ser um patriota e amante de seu país, mas que isso, de maneira alguma, afeta a atuação de sua empresa ou a segurança dos equipamentos fornecidos por ela.

Whanzou, filha de Ren, permanece em prisão domiciliar no Canadá enquanto aguarda o resultado de um processo de extradição pelo país, que tem até o dia 1º de março para tomar uma posição. O caso também causou tensões diplomáticas entre os três países envolvidos, resultando na demissão do embaixador canadense em Pequim e em um agravamento na disputa econômica entre China e Estados Unidos.

Fonte: BBC