Austrália barra Huawei e ZTE de trabalharem em infraestrutura 5G no país
Por Rafael Arbulu | 24 de Agosto de 2018 às 09h42
Mais um golpe sofrido pelas empresas fabricantes de dispositivos móveis da China: segundo informações apuradas pelo portal americano CNET, o governo australiano anunciou ter proibido empresas como ZTE e Huawei de trabalharem na infraestrutura de redes 5G no país. O motivo teria a ver com o gerenciamento da segurança nacional das telecomunicações.
A mera presença de fabricantes chinesas é um ponto de alto debate no país da Oceania, que diz que “o governo pensa que o envolvimento de fornecedores que são propensos a figurarem em diretivas extrajudiciais de um governo estrangeiro que conflite com a legislação australiana, arriscam suas operadoras a falharem na proteção adequada de uma rede 5G contra acesso não autorizado ou interferência”.
Vale citar que, mais além, a Huawei teve sua participação banida da construção da Rede Nacional de Banda Larga da Austrália, ao passo que a ZTE viu funcionários do governo local silenciosamente descontinuarem o uso de seus smartphones no âmbito corporativo.
Já falamos dessa possibilidade aqui no Canaltech, em julho.
A Austrália não é a primeira nação a se posicionar contrária às marcas chinesas. Ainda que não as tenha citado diretamente, os Estados Unidos só permitiram que a ZTE escapasse de um afastamento de sete anos do país após a empresa aceitar um acordo que envolve o pagamento de US$ 1,4 bilhão. Mais além, o presidente Donald Trump já deu sugestões de que o país deveria criar uma rede 5G nacionalizada, para fins de isonomia na segurança das telecomunicações.
Em posicionamento oficial, a Huawei considerou “extremamente decepcionante” a decisão do governo australiano, ressaltando que a empresa “vem entregando, de maneira segura, diversas tecnologias sem fio para o país nos últimos 15 anos”.
Representantes do governo chinês limitaram-se a dizer que a Austrália “não deveria usar de desculpas para erguer barreiras de maneira artificial”. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lu Kang, comentou: “Rogamos para que o governo australiano abandone seus preconceitos ideológicos e ofereça um ambiente competitivo justo para as operações de empresas chinesas no país”.
A ZTE não comentou o assunto.