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Análise: Dell Venue 11 Pro série 7000

Por| 31 de Julho de 2015 às 11h56

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Análise: Dell Venue 11 Pro série 7000
Análise: Dell Venue 11 Pro série 7000
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Vamos conhecer um dos primeiros produtos do mercado brasileiro a trazer o processador Intel Core M, sendo originalmente projetado para funcionar como um tablet individualmente, mas que mostra o seu verdadeiro potencial somente com o teclado físico comprado à parte. Trata-se do Dell Venue 11 Pro série 7000, um ultrabook híbrido que é para lá de interessante para quem quer trabalhar durante muito tempo antes de procurar uma tomada.

Construção e experiência de uso

Tablets com Windows 8 e 8.1 não pegaram. Simples assim. Já testamos uma boa quantidade de modelos aqui no Canaltech e até hoje não vimos grande valor nessa estratégia, já que o Windows está longe (mas muito longe) de oferecer uma experiência de uso semelhante à de um iPad ou qualquer tablet Android, já que ambos foram pensados desde o início para funcionar sem teclado físico. O Windows, não.

Considerando isso, vemos um bom valor no Venue 11 Pro se ele possuir o teclado físico destacável, vendido à parte. Realmente tentamos usá-lo somente como um tablet, mas ficamos um bom tempo buscando alguma utilidade sem nenhum sucesso. Pois bem: partimos do princípio de que ele é um notebook com tela destacável e aí encontramos o seu verdadeiro valor. Ele vem com uma tela de 10,8 polegadas, sendo, para nós, o limite mínimo de quem busca o máximo de portabilidade com o mínimo de tamanho.

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O visual é impecável. A Dell tem uma pegada mais corporativa em seus produtos, sendo eles, em geral, mais sóbrios e voltado para empresas, usando uma construção em plástico emborrachado que é um “ímã de poeira”, mas certamente longe de ser feio. Do lado direito temos o botão Power, um slot para cartões microSD, uma caixa de som e trava Kensington. Do esquerdo, conexão micro USB (energia), micro HDMI (sem adaptador incluso), USB 3.0, controle de volume, uma segunda caixa de som e entrada para fones de ouvido.

  • Peso: 733 gramas
  • Espessura máxima: 10,75 milímetros

Em nossos testes nós usamos o Venue 11 Pro em um cenário típico: sentar em um café qualquer e, simplesmente, escrever. O teclado tem uma das teclas mais suaves que vimos até o momento, e não sentimos necessidade de teclas maiores. Digitar por horas a fio não causou nenhum desconforto, ideal para quem passa uma boa parte do dia na frente do computador. Bem que ele poderia vir com iluminação própria, para nós um quesito quase obrigatório em um produto tão caro, mas não foi o caso, ainda que isso não tire o mérito de ser um excelente teclado.

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Já o touchpad é meio inútil. Ele tem um apelo forte de design, mas é pequeno demais para ter alguma utilidade em cenários reais de uso. Acabamos utilizando ele somente para a função de rolagem, usando principalmente a tela para funções de clique, já que usar um touchpad tão pequeno para levar o cursor para a posição desejada passa a ser cansativo com o tempo. É bom tê-lo como um extra, mas dificilmente o utilizaremos em tarefas no dia a dia.

Tela

Aí está um quesito onde não entendemos a diferença entre o Venue 11 Pro “normal” (com processador Intel Atom) e o Venue 11 Pro série 7000, já que ambos trazem exatamente a mesma tela e preços completamente diferentes. São 10,8 polegadas com resolução Full HD (1920 x 1080), sendo uma das maiores densidade de pixels disponível entre ultrabooks, combinados com um LCD “golssy” de altíssima qualidade, quesito difícil de colocar defeito.

Ainda pensando em uma máquina para textos, essa densidade extra de pixels é extremamente bem-vinda, sem ficar pequeno demais ao mesmo tempo em que possibilita uma renderização excelente para textos. Com esse tamanho, trazer uma resolução menor de 1366 x 768 não traria grandes prejuízos, em especial para liberar a GPU, mas é bom ver a Dell equipando seus produtos com o que possui de melhor.

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Configuração

Não vamos mentir: estávamos ansiosos para ver o que o processador Intel Core M tem a oferecer desde que ele foi anunciado. A proposta da Intel com ele é simples: oferecer um nível de desempenho que fica, teoricamente, entre as linhas Pentium e Core i3, mas consumindo uma baixíssima quantidade de energia, combinando clocks em idle extremamente baixos com uma GPU mais do que suficiente para a maioria das tarefas.

Temos, então, o Core M-5Y10c, de 14 nanômetros, dois núcleos rodando a até 2 GHz (com Turbo Boost), 4 MB de cache L3 (mesma quantidade dos Intel Core i7 de dois núcleos), 4 GB de memória RAM DDR3L rodando a 1600 MHz e GPU integrada Intel HD 5300. Recebemos a versão mais básica do Venue 11 Pro, mas, com exceção da quantidade de memória RAM e do armazenamento interno, o usuário pouco ganha em desempenho ao optar pela versão mais cara (Core M-5Y71).

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Sinceramente, esperávamos mais. A experiência de uso não nos pareceu diferente dos ultrabooks mais básicos de primeira geração, os que ainda traziam o processador Intel Core i3. É possível trabalhar com uma certa margem de segurança, mas esqueça trabalhos pesados, já que ele nos pareceu lerdo até para editar imagens maiores (16 megapixels ou mais), facilmente entrando em thermal throttling, em especial pela falta de um cooler.

Esse é um dos grandes trunfos do Core M, sendo um dos primeiros processadores x86 a trazer um desempenho razoável em um sistema fanless. Ainda assim, está longe, em nossa opinião, de oferecer uma “performance de máquina de trabalho” característica de um ultrabook. Boa parte da agilidade do Venue 11 Pro de executar tarefas com velocidade se deve ao SSD eMMC de 64 GB (há opções até 256 GB) e não ao processador.

A conclusão básica desse quesito é que o Venue 11 Pro série 7000 (e qualquer outro com Core M) é uma máquina avançada para tarefas simples. Ultrabooks não se destacam tanto pela performance gráfica, já que raramente trazem placas de vídeo dedicadas, mas são rápidos pela combinação de um processador razoável com SSD. Aqui a receita é exatamente a mesma, com o extra de oferecer uma autonomia de bateria bem acima da média.

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Câmera

Tablets, em geral, não se destacam pela qualidade das câmeras, quesito que os fabricantes focam mais em smartphones. Aqui não é diferente, com uma câmera traseira de 8 megapixels que oferece uma qualidade média para fotos, mas péssima para vídeos (até 1080p). O contrário acontece com a câmera frontal de 2 megapixels, com desempenho médio em videoconferências (até 720p), mas com fotos granuladas mesmo em condições de iluminação ideais.

Bateria

O Venue 11 Pro faz um uso bastante interessante de bateria. Ainda que tecnicamente ele seja um tablet, dissociá-lo do seu teclado físico é praticamente impossível, ainda mais quando consideramos que ele vem com uma segunda bateria. Como a produção de tarefas mais leves é o foco que acreditamos que as pessoas busquem em um produto como esse, essa característica se torna ainda mais importante, já que é difícil imaginar alguém conseguindo acabar com as duas baterias sem conseguir encontrar uma tomada no meio do caminho.

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Juntando ambas, o Venue 11 Pro fica umas boas horas fora da tomada, mais do que o suficiente para garantir um dia de trabalho completo (mais algumas horas extras) fora da tomada. Esse é um ponto que pode interessar, e muito, profissionais que buscam uma máquina exclusivamente para escrever textos e não querem se preocupar com a abundância ou ausência de tomadas por perto. Utilizados em conjunto, a bateria do teclado é utilizada primeiro, para depois usar a do tablet. Então o teclado ganha uma função de bateria externa, sendo uma estratégia bem pensada para o foco do Venue 11 Pro.

Som e extras

Como vimos no quesito construção, há uma caixa de som de cada lado do Venue 11 Pro. A qualidade é excelente, considerando que estamos falando de um tablet, sendo mais ou menos a mesma qualidade presente nos notebooks da série Inspiron da Dell, algo surpreendente, já que temos que contar também as limitações de tamanho de um tablet. No quesito conectividade, temos o Wi-Fi dual-band B, G, N e AC, Intel Wireless Display, Miracast, NFC e Bluetooth 4.0 e, claro, 4G LTE, dependendo do modelo que escolher.

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Conclusão

A configuração que testamos do Venue 11 Pro série 7000 é a mais básica vendida pela Dell, saindo por R$ 3.397 na data de fechamento deste artigo (sem teclado, que sai por R$ 589), com opções que variam até R$ 5.320, com upgrades interessantes de configuração e até mesmo possibilidade de ter um modem 4G embutido. Caro, né? Em especial se pararmos para pensar que, com exceção do design corporativo e qualidade geral bem acima da média, oferece um desempenho inferior ao de qualquer notebook que traga um processador Intel Core i3 e 4 GB de memória RAM, que custa 5 vezes mais barato.

Isso faz com que o público-alvo do Venue 11 Pro seja restrito, pessoas que buscam portabilidade acima de tudo e desempenho de sobra para tarefas leves, não necessitando editar imagens (vídeo então, esqueça) com frequência, estando dispostos a pagar mais caro pela qualidade Dell e bateria bem acima da média (conseguimos até 14 horas de uso ao escrever textos. Com teclado, claro). Ainda assim, é difícil racionalizar esse preço.

Vantagens

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  • Teclado excelente;
  • Bateria bem acima da média;
  • Tela impecável;
  • Rápido, ainda que não seja poderoso;

Desvantagens

  • Teclas sem iluminação própria, ponto que tornaria o Venue 11 Pro um produto praticamente perfeito para jornalistas e redatores;
  • Touchpad pequeno demais para ser útil;
  • Preço alto, considerando a configuração.