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Tegra Note: alguns pontos fracos e preço alto, mas ideal para quem quer jogar

Por| 05 de Maio de 2014 às 13h15

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Tegra Note: alguns pontos fracos e preço alto, mas ideal para quem quer jogar
Tegra Note: alguns pontos fracos e preço alto, mas ideal para quem quer jogar

Tablets de 7 polegadas com configurações potentes ainda são raros no Brasil, onde esse segmento ainda é visto como opção para quem não pretende gastar muito em um modelo. Em muitos lugares do mundo há opções poderosas, com processadores quad-core e tela de altíssima resolução, ideal para quem quer um modelo compacto para rodar qualquer tipo de app. Considerando isso, o Tegra Note é mais do que bem vindo por aqui com seu potente chip Tegra 4 da NVIDIA.

A NVIDIA criou o Tegra Note para popularizar seus chips Tegra, que ainda estão presentes em uma pequena parcela de produtos, menos até do que os chips Atom da Intel. Atualmente os fabricantes usam, em sua maioria, modelos da Qualcomm e MediaTek, daí a iniciativa com o Tegra Note. Cada país tem um fabricante diferente, como EVGA, Gigabyte e MSI. No Brasil, quem ficou com o projeto foi a Gradiente, a mesma do Gradiante Iphone. Vamos ver como essa iniciativa se saiu por aqui.

Construção e tela

O Tegra Note tem uma estrutura bastante chamativa. Construído totalmente na cor preta, a traseira texturizada deixa o aparelho não só mais bonito como também melhora sua pegada. Na parte traseira ainda podemos ver que a marca Tegra Note é muito mais forte do que a Gradiente, que seguiu à risca as diretrizes do projeto como os outros fabricantes ao redor do mundo, numa abordagem semelhante à utilizada pela linha Nexus do Google, onde quem fabrica o aparelho tem papel secundário.

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Um ponto que gostamos foi o posicionamento das caixas de som na parte frontal, voltadas para o usuário. Assim como acontece com o HTC One, isso melhora a experiência em jogos e músicas, além de nos fazer questionar a decisão de muitos fabricantes de colocá-las na parte traseira, ainda mais em tablets, onde há espaço de sobra. No caso do Tegra Note, esse espaço também foi utilizado para guardar um caneta Stylus, que falaremos mais adiante.

A melhor definição de tela que temos para o Tegra Note é "agridoce", pois ao mesmo tempo que traz a boa resolução de 1280 x 800 pixels e tecnologia IPS para melhorar os ângulos de visão, é altamente reflexiva e não possui a qualidade de cores de uma série de modelos, entre eles o Nexus 7 original. Ainda assim, é uma boa tela para um modelo de 7 polegadas, que se comportou bem na hora de assistir a vídeos e rodar games mais sofisticados.

Desempenho e sistema

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O Tegra Note foi anunciado por aqui como o "tablet mais rápido do mundo", algo que em tecnologia costuma ou ser exagerado ou valer por pouco tempo, geralmente poucos meses. Vários outros modelos mais avançados e potentes foram lançados após o Tegra 4, entre eles alguns Exynos (Samsung), novos Snapdragons (Qualcomm), alguns behemoths octa-core da Mediatek e até mesmo da NVIDIA, como Tegra K1 e o projeto Denver.

Isso não tira o mérito do Tegra 4 de ser um excelente chip, com quatro núcleos Cortex-A15 rodando a 1,8 GHz, 1 GB de memória RAM e GPU GeForce ULP. Há também um quinto núcleo para economia de energia como acontecia com o Tegra 3. Conhecido por 4-plus-1, o esquema faz com que o Cortex-A15 entregue mais desempenho que o Cortex-A7 e Cortex-A9 utilizado pela concorrência e consuma bastante bateria, afetando a autonomia dela.

Desempenho é o que não falta aqui – e olha que testamos uma série de games pesados da Play Store para ver se ele apanhava. Mas nada de queda de desempenho. Títulos como Dead Trigger, Real Racing 3, Asphalt 8 e vários outros rodaram muito bem no Tegra Note, mesmo quando espelhamos a tela em um monitor externo que duplicava a necessidade de gráficos. Por esse motivo, quem está procurando um tablet para jogos este é um excelente candidato.

Porém, questionamos a escolha de apenas 1 GB de memória RAM, ao contrário dos 2 GB utilizados no Shield, console portátil da NVIDIA. Isso impacta diretamente no multitarefa, já que o Android roda bem com 1 GB, mas o ideal é utilizar 2 GB. Falando em Android, ele foi lançado com a versão 4.2.2 Jelly Bean, mas já possui uma atualização disponível para a 4.4 KitKat logo na primeira utilização – uma ótima notícia para quem se acostumou com a triste verdade de que vários fabricantes não se preocupam em atualizar seus aparelhos.

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A Nvidia se comprometeu a atualizar o Android conforme as próximas versões aparecerem no mercado e, claro, que sejam suportadas pelo Tegra Note, algo que é facilitado pela interface praticamente sem modificações da NVIDIA estilo Nexus. Esse fato, por si só, coloca o tablet em uma posição de vantagem em relação a uma série de concorrentes de peso, mesmo os da Samsung, LG e Sony, que raramente atualizam a sua linha de tablets.

Extras

Como armazenamento temos 16 GB de memória interna, o suficiente para uma boa quantidade de arquivos e jogos, com suporte para mais 64 GB via cartão micro SD. O Tegra Note conta com GPS com A-GPS, o que é bom mas pouco útil por ele não ter uma versão com conectividade 3G. O dispositivo ainda conta com Wi-Fi nos padrões B, G e N e Bluetooth 4.0, ou seja, o conjunto básico para tablets mais básicos. Geralmente colocamos a câmera em um item separado, mas neste caso em especial isso não é necessário, já que ela não traz nada de muito especial.

A traseira conta com 5 megapixels e suporta detecção de faces, HDR e panorama. No caso de filmagem de vídeos, a câmera possui estabilização de imagem e grava com qualidade máxima de 1920 x 1080 pixels a 30 quadros por segundo. Ficha técnica e tanto, não? Acontece que isso não diz nada sobre a qualidade final das imagens e percebemos que o sensor de luz do modelo que recebemos não se comportou como deveria, com imagens claras demais mesmo com condições ideais de luz. A frontal tem qualidade VGA e se comportou de forma semelhante, mas com granulações visíveis.

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Temos também a caneta Stylus com seu espaço devidamente reservado para guardá-la. A precisão dela, que suporta escrita manual, ficou entre o Galaxy Note 10.1 original e o Galaxy Note 2014, ou seja, precisa o suficiente para a maioria das tarefas do dia a dia. Testamos ela com a escrita manual no Evernote e em apps de edição de imagens e ela se mostrou uma ferramenta bastante poderosa.

A bateria tem capacidade de 4100 mAh, padrão da categoria, mas possui uma autonomia surpreendentemente baixa em várias situações. Quando o tablet está em standby, com apenas o núcleo de economia de energia ativo, ele até que segura a bateria, mas basta ligar a tela para ligar os núcleos Cortex-A15 sugarem a energia da bateria rapidamente, em especial em jogos, o que mostra que a GPU também é uma beberrona de energia. Esse é um ponto que o usuário deve ter em mente na hora de comprar o Tegra Note, já que a autonomia de uso é menos do que modelos mais simples de vários concorrentes.

Conclusão

Vamos colocar uma luva e pelica para digitar a conclusão, pois há bastante coisa para considerar. O Tegra Note foi anunciado mundialmente com o preço médio de US$ 199, um custo semelhante ao Nexus 7 do Google comprado diretamente na Play Store. Isso explica uma série de ausências, como a falta de uma versão 3G, tela com um pouco mais de qualidade e bateria que dure um pouco mais, já que todos eles provavelmente foram deixados de lado a favor de um preço mais acessível para facilitar a popularização do chips da NVIDIA.

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Há também fabricantes renomados por trás de sua construção, como mencionamos no começo do texto, o que faz dele um produto bastante interessante. Como estamos no Brasil, hora de tirar as luvas de pelica e dizer que o preço de R$ 999 anunciado por aqui é bastante alto. Ainda que tenha seguido as diretrizes da NVIDIA, a Gradiente não está no mesmo nível técnico dos modelos estrangeiros e, mesmo que seja a marca menos importante no Tegra Note, pagar esse preço em um modelo sem 3G, com bateria abaixo do esperado e uma tela melhor passa a ser abusivo.

Nada contra a Gradiente, mas esse preço é muito alto por um produto da fabricante, ainda mais considerando que é mais do que o dobro do cobrado em outros países. Nem o iPad Air da Apple tem uma conversão tão alta, de forma que a análise final pode ser resumida em uma frase: é sim um tablet bom, mas custa caro demais para o que oferece.

Vantagens

  • Desempenho bem acima da média para um modelo de 7 polegadas (ainda que não seja o "mais rápido do mundo");
  • Vem com caneta Stylus por padrão;
  • Já tem atualização para o Android 4.4 KitKat;
  • Construção de qualidade, com as caixas na parte da frente
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Desvantagens

  • Preço claramente superfaturado;
  • Baixa autonomia de bateria;
  • Tela altamente reflexiva