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Tectoy Veloce TT-5000i: o "Moto G" dos tablets de entrada?

Por| 27 de Agosto de 2014 às 17h48

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AORAN DRAGANOFI  / CANALTECH
AORAN DRAGANOFI / CANALTECH

Ainda que os smartphones tenham aumentado bastante de tamanho nos últimos anos, sendo hoje normal encontrar modelos com mais de 5 polegadas, muitos usuários ainda não abrem mão de um tablet, e não sem motivo. Comparado com smartphones, eles duram mais, o que, junto com suas telas naturalmente maiores, faz com que eles sejam úteis para outras coisas – em geral, tarefas relacionadas a entretenimento e produtividade.

Entre os tablets, modelos com aproximadamente 7 polegadas são os mais procurados tanto pela portabilidade quanto pelo preço, consideravelmente menor do que o de outros de telas maiores. Ainda assim, modelos de grandes fabricantes são inacessíveis para o consumidor comum, o que causou uma enxurrada de modelos de baixo custo e/ou marca branca por aqui, em geral com baixíssima qualidade e configurações detestáveis. Não seria bom que aparecesse um modelo básico, mas com configuração de qualidade?

Vamos conhecer o TecToy Veloce, um dos primeiros modelos desenvolvidos especificamente com essas características em mente e que, apesar de relativamente barato, oferece um bom conjunto para o usuário.

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Design simples e funcional

A simplicidade do design do Veloce é perceptível logo de cara, mas isso não é necessariamente uma característica ruim. Ainda que ele não traga uma identificação de marca como acontece com o iPad (Apple) e o Galaxy Tab (Samsung), isso não significa que ele tenha uma aparência ruim, ou apresente sinais de baixa qualidade. Toda sua estrutura parece sóbria e sem apresentar fragilidade, cabendo facilmente em apenas uma das mãos.

  • Peso: 266 gramas
  • Espessura: 0,93 cm

Na parte direita temos os controles de volume e o botão Power, os únicos físicos do aparelho, lembrando muito o posicionamento usado pela Motorola na sua linha Moto. Ele é inteiramente construído em plástico e curiosamente só está disponível na cor branca, o que pode ser um problema, já que a parte traseira texturizada é um convite para manchas. As bordas deles são prateadas, mas também de plástico, estratégia utilizada pela Samsung em suas linhas mais recentes, mas no caso do Veloce tendendo mais para o fosco do que para o brilhante.

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Tela

O mínimo aceitável para um tablet de 7 polegadas é uma resolução de 1024x600, e é exatamente esta a presente no Veloce (e temos aqui uma importante dica de compras: não compre jamais, de nenhuma maneira, não mesmo, modelos com resolução menor do que isso). A tela em especial não tem nada de especial, mas oferece uma experiência boa o suficiente para não deixar o usuário na mão.

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Com exceção de apps que se beneficiam de uma resolução maior, como leitura de HQs, ela dá conta de praticamente qualquer tarefa. Nossas únicas ressalvas incluem o baixo brilho do LCD, sendo praticamente impossível ver algo na tela em um dia muito claro, e alta reflexibilidade, pontos que vale a pena destacar, mas a qualidade de cores está dentro do que esperávamos para a categoria. O destaque aqui fica para a escolha do IPS ao invés do TFT, que melhora bastante todos os quesitos relacionados da tela.

Desempenho de sobra para a categoria

Este é o segundo tablet que conhecemos que vem com um processador Intel ao invés do tradicional ARM – o primeiro deles foi o DL X-Pro, que analisamos aqui há algum tempo. É curioso que a Intel esteja presente principalmente em modelos mais básicos no mercado de smartphones e tablets, enquanto no mundo de PCs e notebooks ela ocupa uma posição muito mais, digamos, luxuosa. De qualquer forma, bom para o usuário!

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O Atom consegue entregar um desempenho consideravelmente superior por clock do que o ARM, o que significa que o modelo Z2520, o mesmo do X-Pro, com seus dois núcleos (e quatro threads) rodando a 1,2 GHz oferece, basicamente, a mesma experiência de uso de um chip ARM quad-core (um Snapdragon 400, por exemplo). Depois de vários dias brincando com ele, não sentimos falta de desempenho em nenhum momento, mesmo no multitarefa, já que ele vem com 1 GB de memória RAM.

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Infelizmente ele vem com a versão 4.2 Jelly Bean do Android, e mesmo que a TecToy tenha dito que ele "será atualizado, mas não este ano", duvidamos seriamente que isso aconteça a essa altura do campeonato. Isso é uma pena, já que a versão 4.4 KitKat melhorou bastante o gerenciamento de recursos, algo que faria o Veloce ficar ainda melhor. Para completar o conjunto, temos 8 GB de memória interna com suporte para cartões microSD de até 32 GB, uma excelente notícia, já que modelos na mesma faixa de preços trazem, no máximo, 4 GB de memória interna.

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O Android instalado de fábrica segue a linha do Android puro, trazendo praticamente nenhuma modificação de fábrica, algo que melhora bastante a velocidade aparente do modelo. Há somente uma modificação mais visível, que é a barra de menu, que inclui um botão de câmera virtual e controles de volume.

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Duas câmeras que, juntas, não dão uma

Ainda que a faixa de preços do Veloce exija uma certa tolerância para comparar as câmeras (e mesmo porque tablets ainda estão uma ou duas gerações abaixo dos smartphones neste quesito), a escolha da TecToy é questionável.

Há uma câmera traseira com 2 megapixels e uma frontal de 0,3 megapixel, ambas VGA, e a qualidade é baixa mesmo para os padrões VGA. As fotos que selecionamos para essa análise foram as melhores que conseguimos. Acreditem.

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Ao invés de colocar duas câmeras de baixíssima qualidade, por que não instalar somente uma que seja capaz de pelo menos tirar fotos casuais? Essa foi uma decisão acertada do X-Pro, já que não há uma câmera traseira, mas pelo menos a frontal é capaz de atender melhor ao usuário.

Escolhemos esta foto de propósito, pois mesmo sem tremer as mãos e com excelentes condições de iluminação, a câmera do Veloce não é capaz de capturar o que está escrito abaixo de "C&C"

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Bateria e extras

A bateria do Veloce é de apenas 2.800 mAh, exatamente a mesma capacidade da que equipa o Galaxy S5, que é um smartphone. Como estamos falando de um tablet, isso é uma má notícia, correto? Afinal, grande parte dos tablets de 7 polegadas oferece uma bateria de pelos menos 4000 mAh, como a linha Galaxy Tab 7.0 em praticamente todas as edições.

Por algum gerenciamento otimizado do Atom Z2520 e, provavelmente, baixo consumo da tela, o Veloce se saiu surpreendentemente bem, aguentando entre 7 e 8 horas de uso contínuo e consumindo pouquíssima energia em stand-by. É uma boa marca para modelos de praticamente qualquer categoria, já que somente modelos mais avançados (e bem mais caros), conseguem alcançar 10 horas ou mais.

Nos extras temos uma lista pequena, já que estamos falando de um modelo de entrada. Temos Wi-Fi nos padrões B, G e N e Bluetooth – sem GPS, versão 3G (ainda que ele suporte um modelo 3G externo via OTG), NFC ou nada de chique. Apenas o suficiente para uma experiência básica, e mesmo nesse ponto ele se sai bem, já que, na faixa de preços do Veloce, raros são os modelos que trazem mesmo o Bluetooth (alguns não trazem nem Wi-Fi no padrão N).

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Conclusão: umas das melhores opções entre os básicos

O TecToy Veloce foi anunciado pelo preço sugerido de R$ 399, valor que pode ser ainda menor dependendo da loja. Vale a pena? Sim, e muito. Por R$ 400, e pesquisamos bastante para não falarmos besteira, encontramos pouquíssimos concorrentes diretos a ele, seja em qualidade de construção, seja em configuração. Há alguns que até oferecem alguma coisa superior aqui e ali, mas perdem por vários pontos quando colocamos um do lado do outro.

É um caso, em menor escala, naturalmente, que acontece com o Moto G na Motorola (que inclusive continua praticamente inquestionável em sua faixa de preços), só que para tablets. Porém, ainda que ele represente uma excelente opção no quesito custo-benefício, está longe de ser perfeito, valendo a pena considerar seus pontos negativos antes de comprá-lo. Para usuários mais avançados, ou mesmo intermediários, ele pode não ser uma boa opção.

Vantagens

  • Excelente custo-benefício;
  • Configuração digna de um tablet intermediário, com performance similar à de um ARM quad-core;
  • Autonomia de bateria acima da média para a categoria.

Desvantagens

  • Câmeras de baixa qualidade. Valeria mais a pena instalar somente uma com qualidade superior;
  • Tela com IPS, mas altamente reflexiva e com baixo brilho;
  • Disponível somente na cor branca.