Fundador da SenseTime pode ser a maior aposta do governo chinês para IA

Após abocanhar investimentos e se tornar, em abril, a mais valiosa empresa de Inteligência Artificial do mundo, Li Xu, fundador da SenseTime, contou com duas importantes rodadas de investimentos: uma liderada pela Alibaba, que fez com que a companhia alcançasse o valor de US$ 3 bilhões e então outra, liderada pela Qualcomm, fazendo com que a SenseTime passasse a valer US$ 4,5 bilhões — colocando lenha na fogueira da corrida entre China e EUA pelo domínio da área das IAs.

Os planos do governo chinês são de movimentar US$ 60 bilhões até 2025, consolidando a liderança chinesa nas tecnologias de Inteligência Artifical. Nesse contexto, Li Xu tem tudo para se tornar referência nacional e global no segmento.

Formado em Ciências da Computação na Universidade Jiao Tong, em Xangai, Li Xu se tornou Ph.D. em computação visual na Universidade de Hong Kong em 2010, onde já chamou atenção pela pesquisa em reconhecimento de imagens. Paralelamente à sua vida acadêmica, Li Xu prestou serviços em empresas como Microsoft, Motorola, Lenovo e Omron, desenvolvendo e implementando interfaces de IA. Mas foi em 2014, com apoio de mais dez colegas de pesquisa, que Li Xu decidiu trilhar um rumo próprio e fundou a SenseTime. "Sabíamos quão poderosa era a ferramenta que havíamos criado", disse ele à mídia, ao falar sobre a decisão de fundar a startup.

Paradoxalmente, ter fundado sua empresa num país autoritário e que vê vantagens na vigilância de seus cidadãos ajudou Li Xu: "Exploramos primeiro a China continental por causa da demanda explosiva no mercado, com uma população enorme e vasta quantidade de dados sendo coletados", disse o executivo. Atualmente, a SenseTime é responsável pelas imagens captadas por cerca de 170 milhões de câmeras espalhadas por todo o país asiático. Dentre sua cartela de produtos está o reconhecimento facial adaptado a óculos especiais para a força policial chinesa.

Mas a carteira de clientes da SenseTime é muito maior que a polícia e o Estado chinês. Nomes como Honda, Huawei, Nvidia e Xiaomi configuram na lista de parceiros profissionais de Li Xu, mostrando que a relevância de seu trabalho — como já atestavam os financiamentos recebidos — está sendo acompanhada de perto pelos investidores, desenvolvedores de tecnologias e governos de todo o mundo.

Fonte: Época Negócios