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Startups: dicas para quem quer montar sua própria empresa inovadora

Por| 15 de Outubro de 2012 às 09h10

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Startups: dicas para quem quer montar sua própria empresa inovadora
Startups: dicas para quem quer montar sua própria empresa inovadora

Criar sua própria empresa, gerir seu negócio, ser seu patrão e, claro, conquistar prestígio e obter lucros é o sonho de muitas pessoas ao redor do mundo. Exemplos de sucesso que mostram que esse sonho pode se tornar realidade não faltam por aí, desde o pequeno negócio que virou um sucesso até aquela empresa que começou na garagem do então adolescente Steve Jobs e que, hoje, é considerada uma das companhias mais valiosas do mundo.

A vontade de empreender e de ser o dono do próximo grande projeto que vai mudar a vida de muitas pessoas tem motivado jovens universitários a criarem suas próprias empresas inovadoras e modernas na área da tecnologia. Esse modelo de empreendimento é atualmente conhecido como startup.

O termo startup se originou durante o período conhecido como a 'bolha da internet' durante a década de 1990 nos Estados Unidos, com jovens criando soluções e produtos diferentes que tinham potencial para serem negócios altamente lucrativos. Desse caldo de jovens entusiastas da internet, nós tivemos alguns frutos importantes como é o caso do Google, fundado por dois doutorandos da Universidade de Stanford.

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O Brasil tem alguns casos de sucesso como Buscapé, Peixe Urbano, Decolar.com entre outros

No Brasil, o conceito de startup e a criação de empresas inovadoras ainda é algo relativamente novo, porém, milhares de profissionais brasileiros se aventuram pelo mercado do empreendedorismo para levar sua ideia ao patamar comercial. E atualmente já encontramos casos de sucesso como, por exemplo, Buscapé, Peixe Urbano, Samba Tech, Decolar.com, Mercado Livre entre outras.

As startups costumam se diferenciar das empresas tradicionais devido a sua estrutura corporativa e de negócios, que costuma ser mais aberta, não havendo grandes hierarquias definidas e composta por um ambiente de trabalho mais inovador. "Chega um momento que a empresa deixa de ser uma startup e se torna uma empresa bem sucedida. Eu acho que essa passagem está atrelada à cultura e ao DNA do negócio. Ela tende a deixar de ser uma startup quando começa a ter controles internos, estrutura e processos que deixam de ter o DNA de uma startup como é caso hoje do Google e Facebook", afirmou Gustavo Caetano, presidente da Associação Brasileira de Startups e CEO da Samba Tech, uma startup que se tornou a maior plataforma de vídeo para internet da América Latina.

Hoje, o Brasil vê uma mudança no perfil do empreendedor, que antes era uma pessoa que havia perdido seu emprego e precisava criar uma solução para ter dinheiro. Os novos empreendedores são pessoas com um nível de estudo maior, com diplomas de grandes universidades estrangeiras e que voltam para o seu país de origem planejando criar algo novo e lucrativo.

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"Tem várias startups por aí que foram criadas por pessoas que estudaram em Harvard, Stanford, MIT e que estão voltando para o Brasil montando empresas. Eles poderiam voltar para o país em um emprego muito bom, mas o perfil atual é de se sentir capaz de fazer algo maior do que trabalhar para outra empresa", ressaltou Caetano.

No entanto, a criação de um startup que irá obter sucesso não depende apenas de uma ideia inovadora, de vontade e, claro, de uma formação de mercado adequada, mas também de incentivos fiscais e investimentos. O governo federal brasileiro ainda não desenvolveu muitos planos de incentivo para esse tipo de mercado e só recentemente criou o Plano TI Maior, que irá injetar dinheiro em aceleradoras e incubadoras.

Gustavo Caetano também gosta de ressaltar que uma startup não precisa apenas de dinheiro para dar certo, ela precisa de todo um ecossistema de negócio próprio, o que pressupõe que toda a parte burocrática e de impostos sejam revistas para incorporar esse novo tipo de negócio. "Hoje, com R$ 100 mil de investimento, você não pode ser confundido com uma microempresa, mesmo que tenha faturamento. É uma lógica muito diferente, porque você tem investidores e algumas regras ainda atrapalham a vida das startups", acrescentou.

Outros planos governamentais têm como objetivo garantir um abatimento no imposto de renda para as pessoas físicas que decidirem investir em startups em seu estágio inicial, pessoas estas também conhecidas como 'anjos'. O presidente da associação afirma que no Brasil faltam empresas de capital de risco, que são ideais para garantir investimentos para essas novas empresas, já que o processo de inovação requer muito dinheiro.

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Como exemplo podemos citar os casos de empresas como Facebook e Twitter, que consumiram um enorme montante de dinheiro oriundo de investidores até darem certo, e só recentemente começaram o seu processo de monetização com a venda de espaços para anúncios entre outros serviços.

Além disso, os incentivos para a criação de novas empresas e para o desenvolvimento do empreendedorismo também precisam sair de dentro das universidades, cursos profissionalizantes e escolas. Nos Estados Unidos, os estudantes de cursos mais técnicos e voltados para a área da tecnologia têm aulas e noções de negócios, mercado e de empreendedorismo, algo que ainda está muito defasado no nosso país.

"O Buscapé é um grande exemplo de startup que deu certo, acho que todo empreendedor brasileiro cita o Buscapé, porque mostrou que é possível fazer. Eu realmente acho que esses exemplos de sucesso estão estimulando outras pessoas a pensarem em empreender, porque as histórias começam a ficar mais próximas. O executivo de uma empresa que deu certo passa a investir em outras empresas novatas também, gerando um ciclo de investimento. E aí você começa a criar aquele ecossistema que interessa a todos", afirmou o executivo.

O cenário das startups no Brasil ainda não é dos mais promissores, com a maioria das novas empresas que surgem no mercado não atingindo seu auge comercial e de lucros. Porém, o mercado de startups é movido exatamente pela lógica de risco com muitas empresas falindo e outras obtendo sucesso e pagando os prejuízos das companhias que não derem certo.

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"Hoje, o investidor está cansado de ouvir a mesma conversa do 'Ah, eu tenho uma ideia'. Ideias todo mundo tem, mas será que você é capaz de executá-la? O empreendedor consegue montar um protótipo do que ele está pensando sem gastar muito dinheiro e tentar conseguir algum cliente que se interesse e que vá usar seu projeto. Esta é a nova era das startups: empresas que não são baseadas apenas em cartazes e banners, mas em tentativa e erro dentro do próprio mercado", acrescentou Caetano.

Gustavo afirma ainda que o jovem empresário deve ter muita persistência, paciência, estar sempre atento à realidade e ter capacidade de sempre reinventar seu negócio.