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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 6: gabinete e FANs

Por| 07 de Abril de 2016 às 18h07

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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 6: gabinete e FANs
Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 6: gabinete e FANs

Hora de finalizar a série de upgrades comentando um pouco a escolha de gabinetes e FANs (também conhecidos como ventiladores de gabinete). Ambos costumam receber até uma certa atenção, ainda que com um foco errado. Muitos costumam priorizar o visual do que o desempenho, escolhendo gabinetes com visuais mais agressivos e FANs recheados de LEDs mesmo sabendo que isso não ajuda os componentes internos em absolutamente nada. Ainda assim, é melhor do que desprezar completamente esses dois itens, como geralmente acontece.

Mais do que dar um visual bacana para o seu PC, tanto o gabinete como os seus FANs são responsáveis por manter os componentes internos acomodados, devidamente refrigerados e livres de poeira. Se bem dimensionados, ambos podem fazer com que a sua máquina trabalhe com um expectativa de vida muito maior. Pensando nisso, vamos mostrar como acertar na hora de trocá-los.

Gabinete tem que ser bonito?

Não, não tem. O visual do gabinete não diz absolutamente nada sobre a qualidade de sua construção, isolamento elétrico, se posicionará bem os componentes internos e se será capaz de criar um fluxo de ar bem planejado. Pior, muitos fabricantes – em especial os já conhecidos por produtos de baixa qualidade em outras áreas em que atuam -– tentam disfarçar a baixa qualidade de seus gabinetes usando painéis frontais mais chamativos, exatamente para convencer os mais desavisados. Isso sem falar na própria nomenclatura, com "Gamer", "Pro" ou "Blaster Master Advanced II".

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Alguns gabinetes são verdadeiras obras de arte, em especial os edições especiais e customizações de usuários (os famosos "case mods"). Mas, boa parte dos modelos "bonitinhos", recheados de cores, luzes e curvas, em especial os mais baratinhos, realmente não valem a pena.

Acreditem, não há nada de Pro ou Gamer em um gabinete de R$ 80. Como praticamente tudo em tecnologia, produtos de qualidade custam caro, e ainda que isso não signifique que você deva investir R$ 1.000 em um gabinete para ter qualidade, também não vale a pena economizar. Por quê? Pois o gabinete irá, provavelmente, sobreviver mais do que um carro durante todo o seu ciclo de vida, em especial por não ter o que quebrar. Um bom gabinete pode ser reaproveitado quase ad infinitum, já que a indústria de hardware tem uma proecupação em manter retrocompatibilidade geração após geração.

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Alguns modelos trazem uma proposta diferente, com construções mais grossas, quase ausência de entradas/saídas de FANs, focam em manter o computador silencioso. Geralmente, trazem designs mais sóbrios, já que o foco é impedir a propagação de ruídos. Quem costuma trabalhar de noite opta por esse tipo de modelo, já que, depois de alguns minutos, o barulho da máquina realmente começa a incomodar.

É possível ter uma boa ideia da qualidade de alguns gabinetes com alguns detalhes. O fato de um modelo ser "tool less" é um bom ponto de partida, algo que se tornou comum em modelos mais modernos. O posicionamento da fonte também, que fica na parte de baixo em modelos mais avançados, assim como as gavetas para acomodar os discos rígidos e SSDs. A localização dos FANs é um outro ponto, mostrando se o fabricante fez testes de circulação de ar ou não. E, assim como acontece com a fonte, marca importa. É muito.

FANs coloridos?

Não vamos mentir: FANs coloridos realmente melhoram o visual de praticamente qualquer gabinete (agrega muito!), mas a triste verdade é que não há a menor relação entre a qualidade e o fato de ele trazer LEDs ou não. A vantagem é que há uma boa quantidade de modelos de FANs que trazem LEDs e são de alta qualidade, estratégia utilizada pelas empresas para se diferenciar da concorrência, mas não é uma relação excludente nem necessária.

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Identificar um modelo de baixa qualidade é relativamente fácil: basta olhar o seu interior. Com placas internas finas, plástico em todo e qualquer lugar (que não acrescentam nada a absolutamente nada), mal posicionamento dos componentes internos, entre vários outros. Um teste rápido é levantá-lo, já que modelos de baixa qualidade geralmente são leves.

Essencialmente, há duas variáveis que você deve considerar na hora de comprar os FANs. A primeira delas é a própria capacidade do FAN de movimentar ar, medido em CFM. Aí é simples, quanto maior o CFM, melhor. A segunda o nível de ruído gerado por eles, uma variável de especial importância para quem trabalha de noite, mas importante para quem realmente não quer escutar barulho mesmo. É aqui que somente as melhores marcas sobrevivem, com uma combinação de fatores para evitar que os FANs façam barulhos mesmo em rotações mais altas.

Gabinete e FANs trabalhando juntos: sistema de refrigeração

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Naturalmente, o posicionamento de escolha dos FANs depende da disponibilidade de entradas no gabinete, então é melhor primeiro escolher o gabinete, depois pesquisar os FANs. Mas aqui vai uma dica importante: não é necessário usar todas as entradas/saídas de ar do gabinete, especialmente se componentes como a fonte e os discos de armazenamento não sofrem com o calor gerado por outros componentes. Processadores e placas de vídeo esquentam bastante por definição, o que não chega a ser um problema, já que eles foram projetados para isso. Só que o calor gerado por eles não pode prejudicar componentes "frios" (se comparado a CPU e GPU).

O ideal é optar por modelos que isolem a fonte e o sistema de armazenamento, já que manter esses componentes frios é essencial. Modelos como o acima costumam custar muito caro, voltado para entusiastas, mas se um modelo já isola a fonte e o sistema de armazenamento (geralmente na parte de baixo), já é mais do que o suficiente.

E, claro, não podem esquentar demais também, então deve-se montar um fluxo dentro de gabinete para expulsar o ar quente de dentro. De preferência, de baixo para cima, já que ar quente tem uma tendência natural para subir, exigindo uma potência menor por parte dos FANs para o mesmo resultado. Mas, na prática, não importa muito a direção do fluxo, desde que o ar entre por um lado e saia pelo outro. Apontar todos os FANs para dentro ou para fora, independentemente da quantidade ou potência deles, também não é uma boa opção.

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Conclusão

Com esse artigo, fechamos a nossa série sobre como calcular corretamente os upgrades que sejam realmente benéficos para a máquina. Em muitos casos, realmente não compensa trocar a máquina toda, já que um investimento simples e localizado pode acabar com o gargalo que está interferindo no bom funcionamento dela. E, considerando que o mercado de componentes é altamente dolarizado, com pouco ou nada sendo realmente produzido por aqui, as máquinas novas perderam a completa relação entre preço e poder de fogo, compensando mais realmente trocar certos componentes do PC atual.

Nas 6 partes que montamos, as 4 primeiras são diretamente responsáveis pelo desempenho (armazenamento, memória RAM, processador/cooler e placa de vídeo), enquanto as últimas duas podem ser consideradas como "suporte", não aumentando o FPS de jogos ou o render de vídeo, mas com um papel essencial no funcionamento e durabilidade de qualquer máquina de qualquer configuração. Muitas vezes, essas duas partes são negligenciadas, merecendo sim uma atenção especial. E um parcela importante do orçamento total, claro.

SÉRIE COMPLETA:

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