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Até onde pequenos ajustes melhoram a performance de uma máquina em jogos?

Por| 11 de Dezembro de 2012 às 15h08

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Até onde pequenos ajustes melhoram a performance de uma máquina em jogos?
Até onde pequenos ajustes melhoram a performance de uma máquina em jogos?

Muitos usuários que compram uma máquina nova voltada para jogos acabam ficando bastante decepcionados quando iniciam um game. O carregamento é lento, personagens se mexem devagar e o FPS cai tanto que o jogo vira quase um stop-motion, e quando olhamos os requisitos mínimos ficamos surpresos que nossa máquina deveria rodá-lo com uma mão nas costas. A internet está cheia de softwares e dicas sobre como resolver esse problema, mas até onde essas soluções funcionam?

Nós testamos cada uma das soluções mais famosas para ver se elas realmente funcionam, desde fechar as aplicações que ficam em segundo plano e desabilitar os efeitos do Windows até utilizar alguns softwares gratuitos que fazem isso automaticamente. Confira!

Metodologia

Naturalmente, precisamos ter um ponto inicial para que possamos fazer a comparação. Então rodamos os programas 3DMark Vantage, 3DMark 11 e PCMark 7 em nosso exemplar de testes em condições, digamos, "normais", com vários aplicativos abertos tanto em primeiro quanto em segundo plano, sem overclock, sem desfragmentar o disco, fazer limpeza de arquivos temporários... Bem, deu para ter uma ideia.

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Utilizaremos esses programas devido à dificuldade de se medir alguma diferença de desempenho diretamente no jogo por incluirem mais variáveis do que queremos medir. 3DMark Vantage e 3DMark 11 irão mostrar se há diferença entre jogos que utilizam DirectX 10 e 11, respectivamente, e o PCMark 7 se a máquina ficou mais rápida em tarefas cotidianas, como pesquisar na internet.

Abaixo a configuração utilizada:

  • Processador: APU A8-3870K quad-core @ 3.0 GHz e gráficos integrados desativados
  • 8 GB de memória RAM 1600 MHz em dual-channel
  • Placa de vídeo: AMD Radeon HD 6850
  • Disco rígido primário de 80 GB
  • Monitor Samsung com resolução 1680x1050

*Placa de vídeo gentilamente cedida pela Casemall

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Com essas especificações e sem nenhuma otimização, rodamos os 3 programas de benchmark acima, conseguindo 8511 pontos no 3DMark Vantage, 3415 pontos no 3DMark 11 e 1689no PCMark 7, como mostrado abaixo:

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Sobre gargalos do sistema

Muitos sistemas atuais sofrem um grande problema de gargalo, onde apenas um componente faz com que a performance geral da máquina despenque. Na maioria dos casos (como da máquina de testes que estamos utilizando), o gargalo principal é o disco rígido, que não acompanha nem de longe a velocidade da CPU, placa de vídeo e memória RAM.

Outro ponto bastante importante de mencionar são os benefícios duvidosos de fazer um overclock em qualquer componente da máquina. Afinal, ao dobrar a velocidade de um processador, as outras partes continuarão a trabalhar na mesma velocidade, criando novos gargalos.

Colocando o lixo para fora e arrumando a casa

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Nesta etapa, vamos fazer 3 operações principais:

  • Fazer uma limpeza no disco com o CCleaner, removendo todos os arquivos temporários e qualquer outro tipo de arquivo inútil da máquina, que em nosso teste totalizou absurdos 512 MB de dados;
  • Limpar e desfragmentar o Registro do Windows, eliminando todas as entradas inválidas e chaves que não estão sendo mais utilizadas. Como na máquina utilizada costumamos fazer essa operação com frequência, foram encontrados e corrigidos somente 11 erros;
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  • Desfragmentar o disco com o Ultradefrag, um programa opensource que é um dos melhores para esse tipo de tarefa. Antes com cerca de 33% de fragmentação, o programa conseguiu diminuir esse número para somente 0,49%;

Em teoria

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Estas operações devem alavancar o resultado do PCMark 7, já que este realiza testes sintéticos da performance geral da máquina. Na parte de jogos, medida pelo 3DMark Vantage e 3DMark 11, o aumento pode ser um pouco menos expressivo, já que as melhorias acabam impactando apenas no carregamento inicial e transferências ocasionais de novas cenas para a memória dos games.

Na prática

Como dissemos acima, o PCMark 7 é o que apresentaria o maior aumento percentual entre os três testes realizados. Com o HD extremamente fragmentado e muitos arquivos inúteis consumindo espaço em disco o desempenho tende a cair bastante. De qualquer forma, não esperávamos que esse aumento fosse tão significativo em um teste sintético (27,6 %).

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No caso do 3DMark 11 o aumento foi tão pouco significativo que pode ser desprezado (0,6 %).

O 3DMark Vantage apresentou um desempenho cerca de 3,4 % maior, o que não chega a impactar no desempenho dos jogos.

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Otimizando o Windows

Quem utilizou o Windows Vista sabe como o próprio sistema operacional pode fazer a máquina parecer muito mais lenta do que realmente é, e mesmo que o Windows 7 seja mais leve do que ele os efeitos de transição de tela e transparências do Aero colocam uma carga de processamento a mais em qualquer configuração de hardware. Para ver se essa carga é significativa ou não, vamos fazer 3 operações principais:

  • desabilitar todos os efeitos do Windows, deixando-o com um visual muito parecido com o do Windows Vista Basic;
  • fechar todas as aplicações que rodam em segundo plano que normalmente iniciam junto com o Windows, ou seja, nada de Dropbox, Adobe Reader, Skydrive ou qualquer outro que rode em background;
  • fechar todas as aplicações que estão rodando no momento, deixando só o programa de testes aberto.

Em teoria

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Que os efeitos do Windows acabam abocanhando uma parte do processamento gráfico nós já sabemos, mas com essas mudanças poderemos ver o quanto essa parte é significativa, se é que é significativa. Aero Snap, preview de imagens, transparências, sombras e vários outros recursos fazem o nosso computador ser um pouco mais animado e produtivo, e agora veremos se iremos ter que abrir mão deles para melhorar o desempenho em jogos.

Na prática

O PCMark apresentou um resultado apenas 1,1 % superior. O cenário poderia mudar em uma máquina de baixo desempenho, mas nossa máquina de testes não sofre um gargalo de desempenho por causa da interface do Windows 7.

Aliviando o sistema de processar a interface do Windows 7, conseguimos um aumento de somente 3 % no caso do 3DMark 11.

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O resultado é semelhante no caso do 3DMark 11, com um aumento de somente 3,1 %.

Softwares que foram projetados para melhorar o sistema

Nesta etapa vamos executar somente o 3DMark Vantage e 3DMark 11 para ver se estes programas realmente cumprem o que prometem. Escolhemos os dois softwares mais famosos utilizados atualmente:

  • Razer Game Booster, software desenvolvido entre a famosa empresa de produtos gamer Razer e a IOBit, que fabrica aplicativos voltados para o melhoramento do desempenho geral da máquina, como o Advanced SystemCare;
  • Wise Game Booster, programa fabricado pela WiseCleaner que possui as mesmas funções do acima e é o seu principal concorrente.

Em teoria

Embora sejam ambos gratuitos, os aplicativos acima foram projetados não para "aumentar" o desempenho da máquina e sim redirecionar o processamento existente somente para os jogos (ou qualquer outra aplicação gráfica). Para isso eles desativam alguns efeitos do Windows, colocam os programas abertos em primeiro plano em modo de espera, além de vários outros tweaks para alocar todo o potencial da máquina para uma aplicação específica, então vamos ver o quanto essas operações fazem diferença.

Na prática

Razer Game Booster

No famoso software da IObit com a marca da Razer, o desempenho piorou cerca de 1% em relação ao teste anterior tanto no 3DMark 11 quanto 3DMark Vantage - que de um lado não chega a ser uma mudança significativa, mas é no mínimo estranho que o resultado tenha caído.

Wise Game Booster

O Game Booster da Wise fez o resultado cair em cerca de 0,2% no 3DMark 11 e 1% no 3DMark Vantage, mostrando que as alterações que tanto este quanto o programa da Razer fazem são inferiores a fechar os programas abertos e desativar os recursos de interface do Windows 7.

Overclock no processador (CPU)

Com a mesma configuração utilizada até agora vamos aumentar a frequência de operação apenas da CPU. O modelo utilizado (A8-3870K) é um quad-core que trabalha nativamente a 3,0 GHz, então vamos colocá-lo para trabalhar a 3,3 GHz e ver se há alguma mudança nos jogos. Para isso utilizaremos o cooler Havik 140, já que o aumento de 10% na frequência de operação fará com que o processador gere muito mais calor mesmo que não tenhamos alterado a alimentação da energia da CPU.

Utilizamos somente 10% de overclock para ter uma estimativa de quanto esse aumento se traduzirá em desempenho gráfico. Naturalmente, aumentos maiores trarão ganhos melhores, mas a partir de 10 ou 15% mais alto é importante tomar medidas de segurança em relação ao calor gerado prar não colocar a CPU em risco.

Em teoria

Um processador mais rápido só será benéfico para gamers em jogos que façam muito uso de física, que é a parte onde a CPU passa a ser essencial. A renderização de imagens 3D é feita exclusivamente pela GPU, então se o overclock fizer algum efeito será no subscore de física no 3DMark Vantage e 3DMark 11, o que dará um pequeno acréscimo de desempenho neste subscore.

Na prática

Com um aumento de somente 1,5% no 3DMark 11 e 2,2% no 3DMark Vantage o resultado ficou dentro do esperado, já que física é somente um dos componentes tanto de jogos quanto de benchmarks sintéticos.

Jogos que utilizam bastante física terão um aumento um pouco maior de desempenho, mas nada que seja muito superior aos resultados dos testes.

Overclock da placa de vídeo (GPU)

Como estamos utilizando uma placa de vídeo AMD, podemos controlar a frequência de operação do processador gráfico e da memória através do Catalyst Control Center. Realizar overclocks em GPUs é algo muito mais perigoso do que em processadores, pois enquanto nosso processador possui 6 ou 8 núcleos (quando muito), uma placa de vídeo atual possui facilmente centenas, por vezes milhares de cores de processamento.

Em teoria

Exatamente pelo motivo citado acima é que um pequeno incremento (de 800 MHz para 825 MHz na GPU e de 4000 MHz para 4200 MHz na memória de vídeo), já deverá aumentar significativamente os resultados do 3DMark Vantage e 3DMark 11, mas não tanto no PCMark 7.

Na prática

Com a combinação de overclock tanto do processador quanto da placa de vídeo, o PCMark 7 apresentou um resultado 3,3% maior do que a etapa de otimizações do Windows, mas todos os quesitos tiveram um aumento proporcional, como "Computação" e "Entretenimento", por exemplo.

A combinação dos dois overclocks alavancaram o resultado do 3DMark 11 em somente 3,5 %, diferença que será imperceptível nos jogos.

O 3DMark Vantage também teve um aumento parecido, de cerca de 3,7 %, ainda pouco relevante em jogos.

Conclusão

Juntando todas as otimizações feitas em cada fase temos um total de aumento de 33,3 % no PCMark 7, 7,0% no 3DMark 11 e 8,9% no 3DMark Vantage, de onde podemos concluir que boa parte das melhorias que fizemos serão perceptíveis somente no uso cotidiano da máquina. O aumento de performance gráfica total, que não chega nem a 9% nos dois testes que fizemos, não são decisivos para um bom funcionamento em jogos.

Se a configuração atual da máquina do usuário permite que se joque um game com determinada configuração a 15 frames por segundo, esse aumento de performance mal fará o FPS subir para 17, ou seja: o jogo continuará rodando com lag. Então o que é necessário melhorar na máquina para conseguir rodar o game preferido? Abaixo algumas opções:

  • trocar a placa de vídeo, componente mais importante em games do que a CPU ou memória RAM;
  • fazer um upgrade de memória: alguns computadores possuem uma boa placa de vídeo, mas a pouca memória disponível para o sistema se torna o principal gargalo em games por não ser o suficiente para suportar o sistema operacional e o jogo ao mesmo tempo;
  • Reduzir os filtros e efeitos dos jogos, assim como a resolução, para conseguir uma taxa de atualização de quadros o suficiente para se ter uma transição de telas mais fluida.

Saiba mais: