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Snapdragon 830 e 828: o que sabemos até agora

Por| 29 de Julho de 2016 às 23h55

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Snapdragon 830 e 828: o que sabemos até agora
Snapdragon 830 e 828: o que sabemos até agora

A grande novidade desse segundo semestre do ano é que o Zenfone 3 será um dos primeiros smartphones do mundo a trazer o Snapdragon 821, provavelmente a versão que chegará ao Brasil, sabe-se lá quando. Assim, praticamente encerra-se a corrida espacial de chips de 2016 junto com um possível Exynos 8893, que está cotado para equipar uma das variantes do Galaxy Note 6 (ou Note 7), então está na hora de começar a trabalhar com as informações que temos sobre os chips que equiparão os tops de linha de 2017. Entre os mais esperados, o Snapdragon 830 já tem informações mais ou menos delineadas.

A festa das nomenclaturas

Muitas das informações que vamos expor aqui usam como base diversos vazamentos na imprensa internacional, mas tentaremos extrair algo da própria nomenclatura de chips utilizada pela Qualcomm. E não se trata de uma tarefa fácil, já que não há uma correlação sempre direta entre a numeração do chip, suas características e seu desempenho final. Por exemplo, a Qualcomm utilizou o seu core customizado Krait por uns bons anos, ora aumentando o clock, ora equipando uma GPU diferente.

Esse core viu as GPUs Adreno das séries 200, 300 e 400, saindo do S4 Pro até o Snapdragon 805, quando a empresa passou a segmentar seus chips com 3 dígitos. Além disso, os chips Snapdragon 800 e 801 são basicamente o mesmo, com o segundo trazendo um clock um pouco maior e a Adreno 330 em vez da 320. A diferença entre essas duas é que a segunda traz o dobro de ALUs da primeira geração da Adreno 320 (128 contra 64) e clocks semelhantes. Já a diferença entre a Adreno 330 e a Adreno 420 (Snapdragon 805, que também traz um clock maior de CPU) é praticamente nula, com um clock ligeiramente maior e suporte a DirectX 11.2.

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O ganho de desempenho e GPU é mais patente quando o dígito da dezena é menor do que o da centena (por exemplo, da Adreno 320 para 330 contra da 330 para a 420).

A partir daqui as coisas começam a ficar confusas, com o Snapdragon 805 sendo o último modelo a ficar restrito a 32 bits. Depois surgiu o Snapdragon 810, modelo em que a Qualcomm abandonou seus cores customizados em favor de oito núcleos com a arquitetura big.LITTLE. Foi um "fracasso", por assim dizer, já que esquentava demais e perdia em quase todos os quesitos para o Exynos 7420, tanto pela implementação quando pela litografia. Mas trazia a Adreno 430, uma das GPUs mais poderosas quando anunciada, oferecendo um desempenho que chegava a ser quase 1,4 vez maior do que a Adreno 420 (em GFLOPS).

Por esquentar demais, a Qualcomm acabou criando o Snapdragon 808 (hexa-core), que apesar de trazer um número maior do que o Snapdragon 805, perdia para ele em diversos quesitos, em especial pela GPU (Adreno 418). Tando o Snapdragon 808 quanto o Snapdragon 810 traziam cores literais projetados pela ARM (Cortex-A53 e Cortex-A57), uma decisão provavelmente tomada para que os usuários não vissem os Snapdragon como inferiores aos modelos octa-core, em especial da Samsung; mas 2015 foi o ano em que a série Exynos assumiu a liderança.

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O Snapdragon 810 só não foi completamente ruim por causa da GPU, que era uma das mais poderosas quando anunciada.

Isso mudou em 2016, com a Qualcomm "voltando às origens" e trazendo um novo core customizado, o Kryo, além de uma nova GPU, a Adreno 530. Mesmo sendo quad-core, a eficiência single-core fazia dele um competidor do Exynos 8890, apesar de ter clocks menores. Boa parte desse mérito era da GPU, que batia de frente com a Mali-T880 dodecacore, com 256 ALUs, desempenho final cerca de 20% superior à Adreno 430 e suporte a DirectX 12. Um dos principais papéis do Snapdragon 820 foi eliminar a má impressão causada pelo Snapdragon 810.

Em seguida a Qualcomm anunciou o Snapdragon 821, que é o mesmo Snapdragon 820 com clocks maiores de CPU e GPU. Até mesmo o código de ambos mostra isso (MSM8996 e MSM8996 Pro), de forma que não há grandes novidades. Com essas informações e com os rumores no final do artigo, vamos tentar delinear o Snapdragon 830.

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O Snapdragon 830 (MSM8998) e Snapdragon 828 (MSM8897)

As informações mais ou menos certas até o momento incluem uma diminuição da litografia do chip, que traria 10 nanômetros FF (FinFET), o que por si só já é um ponto positivo, significando menos consumo de energia e possibilidade de alcançar clocks maiores. Outro ponto que é mais ou menos certo é que a memória RAM será do tipo LPDDR4X, que usa uma voltagem de 0,6V, contra 1,1V do LPDDR4, além de trazem frequências maiores (acima de 2000 MHz), o que beneficia tanto a CPU quanto a GPU. Além disso, suportará até 8 GB de memória RAM, que provavelmente será comum em 2017.

Essas características não são estranhas, já que 2017 está cotado para ser o ano onde o 4K se tornará comum em flasgships. Então, mais memória RAM com mais desempenho é algo natural para absorver a necessidade de movimentar mais pixels. Até mesmo a GPU promete "aguentar o tranco", já que a previsão é que a Adreno 540 seja projetada para renderizar o 4Kx2K a 60 FPS, o que vai ao encontro da popularização do segmento de realidade virtual. Outro ponto confirmado é o modem X16, que alcança um máximo de downloads via 4G de até 980 Mbps (nos países que oferecem essa velocidade, claro).

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O próprio CEO da Qualcomm já confirmou que o processo de fabricação é de 10 nanômetros.

A dúvida que fica é em relação à CPU. É certo que será o Kryo de segunda geração (Kryo 200), mas ainda há dúvidas se serão 4 núcleos ou 8. Em especial pelo fato de o Kryo de primeira geração com quatro núcleos já é capaz de dar um "max-out" em praticamente qualquer app ou jogo, tanto no Snapdragon 820 quanto o Snapdragon 821. Como será um core melhorado, fica a dúvida se será realmente necessário usar 8 núcleos para atender a demanda de telas 4K ou se é uma forma de impressionar pela ficha técnica.

Essa dúvida também surge pelo fato de que a primeira tentativa de migrar para os 8 núcleos foi mais um tiro pela culatra do que qualquer outra coisa, já que o Snapdragon 810 parecia um chip "beta" do que realmente uma evolução. Se a Qualcomm apressar a adoção dos 8 núcleos da mesma forma que fez com o Snapdragon 810, com excesso de consumo de energia e calor, certamente causará o mesmo mal-estar 2015. Querendo ou não a Samsung tem um know-how muito maior na área, com anos de experiência trabalhando com 8 núcleos. Enquanto isso, a Qualcomm teve somente um chip top de linha para "experimentar".

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O MSM 8996 Pro é o Snapdragon 821, versão overclockada do Snapadragon 820. Já o MSM 8997 é o Snapdragon 828, provável substituto do Snapdragon 808. E o MSM 8998 é o Snapdragon 830, o chip top de linha da Qualcomm de 2017.

No final das contas, não importa muito se serão 4 ou 8 núcleos, já que a garantia é que o Snapdragon 830 será o chip mais poderoso da Qualcomm, senão um dos mais poderosos quando anunciado. Independentemente da quantidade, ele chegará para atender a demanda de resoluções 4Kx2K, não sendo tão importante assim se ele conseguirá fazer isso em configurações quad-core ou octa-core, mas este último não chega a ser improvável, já que o chip teria metade da litografia do Snapdragon 810 (que era fabricado em 20 nanômetros), o que pode resolver (ou diminuir) o excesso de consumo dos oito núcleos.

Para finalizar, vale dizer que a Qualcomm está trabalhando também em um segundo chip, o Snapdragon 828, este intermediário. Dizemos "intermediário" pela GPU que o equipa, a Adreno 519, sendo provavelmente o equivalente ao Snapdragon 808 em 2015, projetado para telas Quad-HD (2560x1440) e trazendo o mesmo processo de fabricação de 10 nm FF do Snapdragon 830, com o mesmo modelo X12/X13 do Snapdragon 820/821, mas com um desempenho inferior a ambos.

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Será que o Snapdragon 830 será tão onipresente quanto foi o Snapdragon 820 em 2016?

Teremos mais informações nos próximos meses, conforme o lançamento dos novos chips se aproxima, inclusive sobre o novo DSP que a Qualcomm usará. Mas, com as informações que temos até o momento, é difícil não ficar ansioso com os flagships que chegarão em 2017.

Com informações: GizmoChina, WCCFTech, AndroidHeadlines, Fudzilla