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Review Realme C11 | Um celular básico e sem muita ousadia

Por| Editado por Léo Müller | 26 de Agosto de 2021 às 18h20

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

O Realme C11 é o tipo de smartphone de entrada que não deve ser levado muito a sério se você procura por alto desempenho e câmeras razoáveis. Com proposta simples e longe de ser tão ousada como o slogan da marca sugere, será que vale a pena investir nesse smartphone básico?

Prós

  • Tela IPS LCD de boa qualidade;
  • Suporte para dois cartões SIM e MicroSD;
  • Grande bateria de 5.000 mAh;
  • Construção robusta.

Contras

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  • Câmeras com HDR confuso;
  • Baixo desempenho até em apps leves;
  • Não há suporte para carregamento rápido
  • Áudio de baixa qualidade no alto falante traseiro.

Confira o preço atual do Realme C11

Design e construção

O Realme C11 é um smartphone de entrada, mas tenta parecer mais arrumadinho e resistente que os concorrentes nessa faixa de preço. A Realme aposta em um design com acabamento em plástico fosco, que tenta imitar aço escovado, tornando o produto bem discreto e elegante.

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A parte traseira do aparelho foge do padrão de plástico fosco sem graça no seu design que, além de manter a já tradicional listra vertical com o logo da empresa, ainda traz detalhes geométricos ao acabamento.

Mesmo com uma generosa bateria de 5.000 mAh, o produto tem 190 gramas. O peso é distribuído de forma equilibrada pelo corpo do celular, evitando aquela sensação de produto “trambolhão” nas mãos.

A única câmera traseira de 8 megapixels está inserida em um quadrado no famigerado formato de “cooktop”. O flash dual tone fica logo abaixo do sensor primário, disfarçado como se fosse uma segunda câmera, o que é bem estranho.

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O único alto falante do aparelho fica na tampa traseira do Realme C11, e se você já torceu o nariz e imaginou que seria fácil tapar essa saída de áudio com os dedos e estragar a experiência sonora do produto, você acertou.

Na parte de conexões, temos uma entrada Micro USB para carregamento de até 10W, conexão de 3,5 mm para fones de ouvido e slot triplo para utilizar dois chips SIM e um cartão MicroSD ao mesmo tempo.

  • Dimensões (A x L x P): 165,2 x 76,4 x 8,9 mm
  • Peso: 190 g
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Tela

O Realme C11 conta com uma espaçosa tela de 6,5 polegadas na resolução HD+, com 720 x 1600 pixels e 269 ppi de densidade. Trata-se de um conjunto bem generoso se pensarmos na maioria dos celulares de entrada do mercado.

O IPS LCD é uma boa surpresa nessa faixa de preço, conferindo ao Realme C11 um display bem equilibrado e com cores agradáveis aos olhos, sem aquele aspecto mais “lavado” de painéis TFT usados em smartphones de entrada. As cores são equilibradas, mas não há tanto contraste e saturação ao configurar o aparelho pela primeira vez.

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Para aumentar a saturação e o contraste da tela, basta ir até às configurações do Realme C11 e ativar o modo de contraste aumentado, o que ajuda bastante na hora de jogar e consumir conteúdo.

A taxa de exibição de 60Hz é bem normal nessa faixa de preço, e a tela tem toque suave e preciso na maioria das vezes. O entalhe para abrigar a câmera frontal é em formato de “gota”, com bordas grandes ao redor de todo o display.

Para consumo de redes sociais, jogos leves e vídeos na internet a tela do Realme C11 se sai bem, sem distorcer as imagens. O nível de brilho ainda é satisfatório para usar o celular ao ar livre.

Configuração e desempenho

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O Realme C11 é um smartphone básico, e a Realme não quer esconder isso de você.

Estamos falando de um celular equipado com um chipset Unisoc SC9863A de 28 nm, com clock máximo de 1.6GHz. Temos ainda 32 GB de armazenamento — que pode ser expandido via MicroSD — e 2 GB de RAM.

O conjunto de hardware é bem fraco para os dias de hoje, com celulares de marcas concorrentes utilizando chipsets muito mais eficientes (Snapdragon 450 e MediaTek Helio P35), por exemplo.

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Para atividades básicas, como navegar em sites, apps de redes sociais, ouvir músicas e tirar algumas fotos, dá para notar uma certa lentidão ao abrir apps pela primeira vez.

Fazer multitarefa também é um desafio, já que os 2 GB de RAM ficam sempre no limite para manter o Android Go funcionando de forma estável.

A Realme UI 2.0 (baseada no Android Go) é até leve e simplificada, com apps da Realme e da Google em sua versão “otimizada” na maioria dos casos. Acredito que o C11 até tenha fôlego para funcionar de forma mais fluida, mas suas limitações de hardware comprometem bastante a experiência com o dispositivo.

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Em jogos, não dá para ir muito longe ou rodar títulos com gráficos mais elaborados. Nos meus testes, pude jogar Free Fire, Fruit Ninja 2 e outros jogos mais leves da Play Store sem muita dificuldade.

Todas as tentativas de rodar Brawl Stars ou League of Legends: Wild Rift foram desastrosas, com superaquecimento e travamentos constantes.

Geralmente nós do Canaltech executamos um teste de benchmarking padrão em todos os dispositivos, para avaliar como o chipset se comporta em tarefas muito estressantes.

O Realme C11, porém, não pode executar o app de benchmarking de forma satisfatória, causando lentidão, super aquecimento e fechamento do app antes do término dos testes.

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“O desempenho do Realme C11 poderia ser bem mais interessante se a Realme tivesse adicionado ao menos 4GB de RAM ao produto, aliviando bastante o processador e aumentando consideravelmente a fluidez do sistema”

Câmera

O Realme C11 pode até enganar os mais desavisados mostrando na sua parte traseira um módulo quadradão que parece abrigar mais câmeras do que realmente tem.

O celular possui um único sensor traseiro de 8 MP, com abertura de f/2.2, capaz de gravar vídeos em até 1080p, a 30 quadros por segundo.

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Os resultados abaixo mostram uma câmera com qualidade aceitável durante o dia. As cores são equilibradas, e o foco funciona bem na maioria das situações, mantendo um bom nível de nitidez se você estiver em plena luz do dia.

Os problemas começam quando você entra em locais fechados ou precisa apostar em luzes artificiais para realizar as capturas. Nessas situações, o celular acaba super-expondo demais as cenas com um HDR muito confuso e ineficiente.

Áreas claras, como a pele e o céu, ficam bastante estourados, e as áreas de sombras podem escurecer bastante, ocultando objetos e cenários da foto com facilidade.

No modo retrato, o software acerta 50% do tempo, com retratos bem-feitos em alguns momentos. Em outros, os recortes ficam bizarros em volta de cabelos, bordas de óculos e até em pessoas fotografadas em perfil. Isso mostra que o Realme C11 é aquele celular para fotos muito básicas, sem quaisquer pretensões mais criativas.

Como não há modo noturno, as fotos feitas à noite ficam bastante embaçadas e sem detalhes finos, com tons de magenta dominando todas as imagens, algo esperado em pequenos sensores digitais como esse.

A câmera frontal possui 5 MP e abertura f/2.2 e pode gravar vídeos de até 720p a 30 quadros por segundo. As capturas frontais são surpreendentemente melhores que as feitas pela câmera traseira quando o assunto é o HDR, que acerta bem mais o balanço entre luzes altas e sombras.

Em boas condições de luz, você consegue selfies bem iluminadas e com nível de detalhes interessante para a faixa de preço do C11. Nesses casos, não há muita distorção nas cores ou exposição exagerada em partes do rosto, como vimos no sensor principal.

No modo retrato, os erros do software de câmera da Realme se repetem, com recortes tortos e muito artificiais, mas que até quebram um galho se você não vive sem aquele fundinho desfocado nas suas selfies.

Em selfies noturnas, a qualidade é muito inferior, com selfies bastante granuladas e com muito ruído, sendo um grande obstáculo para quem gosta de tirar fotos à noite.

Sistema de som

O Realme C11 conta com conector de 3,5mm para fones de ouvido — o que é algo Positivo — mas decepciona bastante no seu alto-falante. Além de ser mono, a saída de som fica na parte traseira do celular.

Como eu havia mencionado lá no início da análise, o speaker pode ser tampado facilmente com os dedos durante o uso, e a qualidade do som é bem decepcionante.

Até dá para assistir a filmes e jogar com o Realme C11, pois o volume do alto-falante é satisfatório. Mas, em volume máximo, o Realne C11 distorce bastante nas frequências mais graves, soando de forma estridente e aguda, tipo um “radinho de pilha”.

Nos fones de ouvido, o som é ok, mas meio baixo em alguns fones de ouvido com conexão P2. Fones Bluetooth são mais indicados para quem gosta de estilos mais animados, como Rock e Hip Hop, por exemplo.

“Se você gosta de ouvir músicas e pretende usar o celular como uma caixinha de som improvisada, é melhor procurar outros modelos no mercado. O Realme C11 não é uma boa escolha nesse sentido.”

Bateria

O Realme C11 conta com uma enorme bateria de 5.000 mAh, e carregador simples de 10 W na caixa.A Realme promete ao usuário 43 horas de duração de bateria em standby, se você ativar o modo de ultra economia de energia.

Nos nossos testes padronizados aqui no Canaltech, eu pude assistir a 3 horas de Netflix (sem interrupções), com o brilho do celular em 50%, e usando o WiFi para realizar o streaming dos dados. O Realme C11 gastou cerca de 16% de bateria,e pela nossa estimativa, o dispositivo ainda aguentaria um total de 18 horas de reprodução contínua até zerar a bateria por completo, o que mostra que o C11 é duro na queda.

Nos meus testes diários com o dispositivo, usando o C11 como o meu smartphone principal, sempre tirava o celular da tomada às 08h00 e chegava ao fim do dia (por volta das 22h30) com 40% de bateria. Esse resultado está bem em linha com o que é esperado para essa união entre chipset econômico e bateria generosa.

É válido ressaltar que, sob estresse, o Realme C11 passa a gastar bem mais bateria do que o esperado. Partidas rápidas de Free Fire gastaram em média 5% da autonomia total, o que mostra que o processador e a GPU não estão otimizados para aguentar longas sessões de jogatina. Trata-se de um celular básico, afinal.

“O Realme C11 é um bom smartphone de entrada, com muita bateria para o dia a dia, tela bonita e durabilidade de sobra para sobreviver a quedas”

Concorrentes diretos

O Realme C11 pode até se igualar aos celulares de entrada lançados em 2020, mas como um aparelho de 2021, existem opções bem mais interessantes no mercado nessa faixa de preço (até R$ 1.000).

Galaxy A11, Philco Hit P10 e Moto E7 Plus contam com processadores bem mais competentes, câmeras mais refinadas e conjunto de especificações mais atraentes, o que torna o Realme C11 bem desinteressante.

Conclusão

O Realme C11 é a primeira tentativa da Realme de conquistar o coração do consumidor que está com o orçamento apertado e precisa de um celular bom, bonito e o mais barato possível.

Com boa tela na tecnologia IPS LCD, bateria generosa de 5.000 mAh e corpo resistente a pequenas quedas, o C11 peca bastante em desempenho, qualidade de áudio e resultado das câmeras, o que pode afastar quem quer aquele “algo a mais” no seu basicão.

Mas se você não usa muito as câmeras do seu celular e quer um pequeno tanque de guerra para usar apps básicos e fazer chamadas, o Realme C11 manda muito bem, e pode ser uma boa escolha para você.

Separamos as melhores ofertas do Realme C11, caso você tenha gostado do produto.