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“Quem se importa com fotografia tem um iPhone”, afirma ex-Google

Por| 31 de Julho de 2017 às 13h00

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“Quem se importa com fotografia tem um iPhone”, afirma ex-Google
“Quem se importa com fotografia tem um iPhone”, afirma ex-Google
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Um texto escrito por Vic Gundotra que declara o fim da era das câmeras DSLR para o usuário comum tomou um rumo inesperado quando o ex-executivo da Google afirmou que o Android é o principal motivo para a inferioridade dos celulares que usam o sistema em relação ao iPhone. Para ele, hoje em dia, “quem se importa de verdade com fotografia” possui um smartphone da Maçã.

Na visão do executivo, que liderou a criação e os esforços da gigante com o Google+, além de estar por trás de estratégias mobile da empresa, a característica aberta do Android é a principal responsável por essa perda de liderança. Enquanto a Apple consegue fazer desenvolvimentos específicos e garantir que sistema operacional e hardware trabalhem em harmonia para obter o melhor resultado possível, a concorrente precisa garantir que a plataforma seja “genérica”, e com isso, ocorre a perda na qualidade.

Gundotra acredita que a verdadeira inovação em termos de fotografia digital acontece no nível de software, e não do hardware. Sistemas de inteligência artificial e de processamento automático, por exemplo, garantem uma qualidade maior, mas nem sempre são compatíveis com smartphones mais modestos. É uma demanda das fabricantes que a Google precisa atender, e, com isso, acaba deixando tais dinâmicas de fora, junto com uma melhoria nas imagens.

Ele usa a Samsung como um exemplo. De acordo com Gundotra, a fabricante precisa “convencer” a Google a permitir que as inovações feitas em termos de sensores, chips e lentes se traduzam no próprio sistema operacional. Isso exige a criação de APIs específicas e desenvolvimentos bastante especializados que podem levar anos para gerarem frutos, fazendo com que a versatilidade da concorrência a coloque adiante nesse quesito.

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Isso explica, por exemplo, a profusão de aplicativos para câmera e diferentes galerias nos dispositivos Android. Seria uma forma de as empresas contornarem tais limitações, mas o custo é a confusão na cabeça do usuário, que fica sem saber se deve utilizar o aplicativo padrão da plataforma ou a solução da própria companhia.

Na contramão, ao não contar com esse tipo de restrição, a Apple estaria cada vez mais na vanguarda. Para o executivo, ela não apenas é capaz de desenvolver novidades em um ritmo muito mais veloz, mas a falta de ramificações na plataforma garante o lançamento de atualizações que tragam novidades para todos. Elas funcionam de forma semelhante em todos os dispositivos, com poucos problemas de qualidade e quase nenhum de compatibilidade.

Por causa de questões como essa, Gundotra afirma que jamais usaria um celular Android para fotos. Ele, um entusiasta da fotografia digital, diz que cada vez mais se vê impelido a deixar sua câmera profissional em casa devido ao fato de ter um iPhone 7 no bolso -- para ele o melhor dispositivo do mercado atual em termos de captura de imagens. Os comentários vieram em uma publicação pessoal no Facebook, onde o ex-executivo da Google exibiu fotos dos filhos tiradas com o modelo da Apple e traçou uma comparação com imagens antigas, batidas com uma câmera profissional.

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Os comentários do executivo acirram ainda mais uma guerra que existe há anos entre Apple e Google. Por mais que discussões sobre qualidade de câmera sempre estejam presentes - com, recentemente, o Pixel tendo se saído melhor em análises de imagem em relação ao mais recente modelo da Maçã -, elas assumem um caráter diferente quando vêm da boca de alguém que já trabalhou para a gigante das buscas.

Vic Gundotra foi responsável pela gerência de redes sociais da Google entre 2007 e 2014, trabalhando, entre outras coisas, no desenvolvimento e lançamento do Plus, além de ter feito parte da equipe de soluções como o Mapas e o Reader, fora o próprio Android. Um ano depois de deixar a companhia, em 2015, ele foi apontado como CEO da AliveCor, uma startup de tecnologia mobile para o setor de saúde, posto que ocupa até hoje.

Fonte: Vic Gundotra (Facebook)