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Opinião: Qual é o mais revolucionário: LG G5 ou Galaxy S7?

Por| 24 de Fevereiro de 2016 às 14h45

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Ainda que pouco conhecida pela massa, a Mobile World Congress, principal feira do ano voltada para smartphones, é o local onde surgem os modelos mais esperados do ano. Em 2016 não foi diferente, com LG e Samsung duelando diretamente pelo posto de fabricante Android mais avançado, com seus respectivos aparelhos, G5 e Galaxy S7/S7 Edge, realmente mostrando a que vieram. Aliás, vale uma menção honrosa para a LG que, pela primeira vez em dois anos, anunciou seu top de linha ao mesmo tempo em que a Samsung, não esperando o que a sua principal concorrente iria fazer antes de arriscar posicionar seu modelo mais recente, como aconteceu com o G3 e o G4, anunciados semanas depois.

Pois bem, qual deles chama mais a atenção? Afinal, ambos, como geralmente acontece, ditarão o que os concorrentes farão no decorrer do ano, com exceção do Galaxy Note 6, previsto para a IFA no segundo semestre. Antes, vamos conhecer as principais novidades de ambos.

Samsung Galaxy S7 (e S7 Edge)

Se tem uma surpresa que os principais rumores não confirmaram com precisão e foi uma excelente novidade é a resistência à água dos novos Galaxy S (certificação IP68: 1,5 N por 30 minutos). Um ou outro ainda levantaram a possibilidade, mas é excelente que ambos tragam esse recurso, em especial quando lembramos que o Galaxy S5 o tinha e o Galaxy S6, não (assim como S6 Edge, S6 Edge+ e Note 5). Um movimento acertado por parte da Samsung, e especialmente útil quando lembramos que a estrutura de vidro é um ímã de impressões digitais.

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Mais agradável ainda é o fato que a Samsung aumentou a espessura do aparelho, deixando um pouco de lado a famosa corrida estúpida para manter o smartphone inutilmente mais fino. Com apenas 1 mim extra, a capacidade aumentou de 2600 mAh para 3000 mAh, mostrando o quanto essa competição nonsense é, de fato, prejudicial para o usuário. E, coincidentemente, agora há espaço para um cartão microSD. Não é surpreendente como a pressaão do público funciona na hora de convencer um fabricante a parar de limitar artificialmente um aparelho?

Continuando, temos também o novo processador, com os 8 cores customizados pela Samsung em vez de apenas 4, como sugerimos anteriormente (4x Cortex-A72 e 4x Cortex-A53), capazes de cravar mais de 100.000 pontos no Antutu (o que esperamos que seja compensado por um consumo menor), segundo algumas fontes, por padrão com 4 GB de memória RAM, é um outra bela adição, assim como a tela. Esta continua sendo Quad-HD, mas é de uma nova geração com melhorias visíveis na qualidade de cores e agora com o Always On, que tira proveito da capacidade de ligar pixels individualmente na tela e consome pouca energia.

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A câmera, curiosamente, teve a quantidade de megapixels reduzida para 12 megapixels, enquanto o Galaxy S5 e S6 traziam 16, sendo apenas uma mera coincidência o fato de ser exatamente a mesma quantidade de megapixels do iPhone 6s. De qualquer forma, quem brincou com o S7 elogiou consideravelmente a qualidade das imagens, mencionando, inclusive, o foco como "insanamente rápido" (MKBHD). A abertura de f/1.7 e Dual Pixel (tecnologia semelhante da Canon 70D) já sugere uma qualidade realmente fora do comum para um smartphone, mas imaginamos que seja difícil ficar decepcionado.

Essas são as principais novidades do Galaxy S7, com muitas características compartilhavas pelo seu irmão maior e mais moderninho, o Galaxy S7 Edge. Além de uma bateria maior, com 3.600 mAh, o usuário ganha, óbvio, os recursos da tela bi-curva. Dessa vez parece que a Samsung realmente acertou, com recursos que deixaram de ser detalhes para se tornarem realmente úteis, com páginas temáticas bem trabalhadas e otimizadas. Uma das vantagens é que a Samsung, aparentemente, parou com a infinidade de aparelhos semelhantes, como fez em 2015, para focar somente em duas linhas. Aliás, se sai melhor do que a Apple, nesse quesito, oferecendo recursos realmente diferentes nas duas versões, além do tamanho.

LG G5

Para sermos sinceros, por mais que os rumores acerca do G5 apontassem para um design modular, tínhamos nossas dúvidas de que a LG realmente conseguisse trazer algo pronto para a MWC. Porém, estávamos errados, e ainda que o Magic Slot esteja longe de ser tão sexy quando o projeto ARA do Google (ainda que nunca tenha saído do papel), á é um excelente começo. Os acessórios compatíveis com o G5 ainda são poucos, assim como a sua precificação seja um dos principais pontos que determinarão o seu sucesso ou não.

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De qualquer forma, a LG já criou seus próprios produtos, indo desde uma bateria maior (5.000 mAh!!) até um acessório mais voltado para fotógrafos, como botões dedicados para tirar foto, gravar vídeo e controle de zoom. O que mais chamou a nossa atenção foi o adaptador de áudio, uma parceria com a Band & Olufsen para criar um sistema de alta fidelidade, inclusive com um DAC e um amplificador dedicado para a melhor experiência possível com fones de ouvido, estes inclusos no pacote. Será uma revolução de mercado? Depende...

Por mais que a sacada seja muito boa, já que a LG é uma das primeiras empresas a tentar algo de diferente no já saturado mercado de smartphones, o sucesso da estratégia depende mais da LG do que de qualquer outra empresa. Ou de demanda. Dizemos isso pois, por experiência, soluções proprietárias e fechadas não costumam ter uma vida longa, já que, independentemente dos benefícios trazidos pelas soluções, o usuário acaba ficando preso na plataforma. Com exceção da Apple, pelo menos nos Estados Unidos, é difícil imaginar um fabricante se saindo bem com essa estratégia, ainda mais em uma plataforma tão competitiva quanto o Android.

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Ainda que o Magic Slot seja o ponto que mais chama a atenção no G5, já que é a primeira empresa a experimentar uma modularização real, está longe de ser a única novidade. A tela ficou, curiosamente, menor, indo contra a tendência de aumentar cada vez mais o tamanho dos smartphones (ainda bem, por sinal), mantendo o Quad-HD como resolução nativa e a implementação de um "always on" semelhante ao Galaxy S7. Temos que ver como isso funcionará na prática, já que a tecnologia da LG não permite desligar pixels individualmente. A LG garantiu que isso consome menos do que 1% de bateria por hora, mas, ainda assim é um consumo considerável.

Falando em bateria, ela diminuiu em relação ao G4, de 3000 mAh para 2800 mAh, ainda que a autonomia fique mais ou menos do mesmo patamar, considerando o resto da configuração. Se não for o caso, ainda que a LG ofereça uma opção com 5000 mAh via acessório, seria uma sacanagem obrigar o usuário a comprá-la para conseguir completar o dia, mas só testes posteriores confirmarão essa necessidade. Aliás, é uma incógnita quanto o kit completo de acessórios custará para o usuário final, especialmente no Brasil, e se a LG planeja novos recursos no tempo de vida útil do G5.

Para finalizar, temos o par de câmeras traseira (8 megapixels + 16 megapixels), o que oferece opções bacanas de abertura. A LG investiu bastante nesse ponto, reservando a região traseira totalmente para elas, movendo os botões de controle (volume e Power) para o lado (também por uma questão de aparência, já que a região traseira ficaria bem poluída visualmente).

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Conclusão: qual deles é o mais revolucionário?

Ta aí uma pergunta difícil, especialmente tão cedo, já que nenhum dos dois chegou às prateleiras ainda. Aliás, imaginamos que ambos demorem um tempo maior do que o comum para chegar no Brasil, considerando a alta de preços dos últimos anos, o que dificulta uma escala maior para reduzir o preço final. De qualquer forma, podemos dar alguns palpites. O Galaxy S7 (e S7 Edge) tem uma "pompa" maior do que o G5, atraindo um interesse maior do público independentemente dos recursos extras. De quebra, adicionou pontos bacanas ao mesmo tempo em que melhorou os problemas da geração anterior, como uma bateria maior, suporte para cartões microSD e funções úteis para a região curva da tela na versão Edge.

Já a LG realmente deu dois passos à frente com o Magic Slot, saindo do arroz com feijão de apenas melhorar as especificações, melhorar a câmera e tela. Como ponto de partida, os acessórios já criados já justificam esse recurso, que de fato é uma inovação, algo de novo no mercado. A estratégia de vendas da LG será decisiva para o sucesso do G5, como dissemos, mas, falando em termos de "evolução", a LG realmente arriscou mais do que a Samsung nessa geração. Porém, se isso será necessário para que a LG consiga ameaçar o domínio de mercado que a Samsung detém há anos, é uma pergunta completamente diferente, e que somente o tempo responderá. Em vez de dois, será que era necessário dar 3 passos?