Huawei quer ter chips próprios em 60% dos seus smartphones ainda em 2019
Por Rui Maciel | 26 de Julho de 2019 às 19h35
Em maio último, a Huawei foi incluída em uma espécie de "lista negra" do Departamento do Comércio dos EUA. Com isso, diversas empresas norte-americanas suspenderam a venda de componentes para a companhia chinesa, entre elas, a Qualcomm, que fornecia processadores e modems 4G e 5G para os smartphones.
Agora, mesmo liberada para voltar a negociar com as empresas norte-americanas, a Huawei quer depender menos delas para o fornecimento de componentes. E um de seus objetivos é fazer com que 60% de seus smartphones sejam equipados com processadores (SoCs) Kirin, fabricados pela própria companhia, até o final de 2019.
De acordo com o site Digitimes, isso significa que mais de 150 milhões de aparelhos da marca chinesa - de um total de 270 milhões de unidades projetadas para 2019 - adotarão os chips Kirin, que são fabricados pela Hisilicon, braço da Huawei especializado no desenvolvimento deste tipo de componente.
Em um recente relatório da também gigante chinesa Tencent Technology, Ren Chengfei, fundador e CEO da Huawei, afirmou que, mesmo já contando com soluções abrangentes de chipsets para seus aparelhos, a empresa continuará a comprar SoCs móveis da Qualcomm. Além disso, especialistas estimas que as compras deste tipo de componente da Huawei junto à fabricante norte-americana para 2019 não serão inferiores às 50 milhões de unidades registradas em 2018.
O Digitimes afirmou que a Huawei está segura quanto à competitividade dos chips Kirin em relação à linha Snapdragon, da Qualcomm nos últimos anos. No entanto, a fabricante chinesa ainda não consegue escalar seu processo de produção a ponto de tornar seus preços mais competitivos que a de sua concorrente. Por isso, ela ainda compra processadores mais baratos da Qualcomm. Um bom exemplo disso são os smartphones da linha Glory 8, que usam chips Snapdragon S636 e S660. Além disso, smartwatches e notebooks da marca Huawei também utilizam SoCs da Qualcomm e Intel.
Lançado em junho deste ano, a segunda versão do processador Kirin 810 já vem sendo usada em smartphones intermediários da empresa. Esse é um dos passos para que a Huawei diminua, a médio prazo, a sua dependência não apenas da Qualcomm, mas também da MediaTek, especializada no fornecimento de chips para celulares de baixo custo.
Fonte: Digitimes