Foxconn retoma produção do iPhone passado o pico crítico do coronavírus na China
Por Felipe Junqueira | 12 de Março de 2020 às 20h20
Enquanto o Ocidente ainda passa pelo estágio inicial da pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a China já começa a retomar a normalidade. E isso inclui a Foxconn, fábrica responsável, entre outras coisas, pela produção do iPhone. O presidente da companhia, Terry Gou Tai-ming, relatou que as máquinas voltaram a funcionar, e os trabalhadores já retornaram a seus postos normalmente. No entanto, ainda não vê muito o que celebrar, já que o surto no Ocidente está apenas no início.
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“Gou disse aos repórteres que o retorno ao trabalho nas fábricas da Foxconn na China ‘superaram nossas expectativas e imaginação’, e que o abastecimento para as fábricas na China e Vietnã voltaram ao normal”, relatou a Reuters.
A paralisação por conta do que era até então um surto causado pelo novo coronavírus na China derrubou a produção da Foxconn em fevereiro de 2020. A receita da empresa, que fabrica produtos para a Apple e várias outras marcas via contratos, teve a maior queda mensal em sete anos.
A maior parte da produção da Foxconn fica concentrada na China. A fábrica do Vietnã também foi afetada pela COVID-19. Além dessas duas, a empresa tem linhas de produção na Índia e no México, que seguiram normalmente e conseguiram, de certa forma, suprir a demanda. Mesmo assim, há relatos de problemas de estoque entre os produtos da Apple nos EUA. Até porque muitos fornecedores ficam na China.
Problemas não acabaram
A retomada da produção na China ainda não é motivo de comemoração para a Foxconn. A OMS classificou a COVID-19 como pandemia, e os casos nos Estados Unidos começam a se multiplicar, o que afeta o consumo na maior economia do mundo.
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Outros problemas incluem os surtos locais no Japão e na Coreia do Sul, dois países que também são grandes mercados consumidores e produtores de eletrônicos. Como exemplo, Gou mostrou preocupação sobre o preço da memória RAM e de displays.
O presidente da Foxconn não entrou em detalhes sobre o assunto, mas Samsung e LG, empresas sul-coreanas, são as maiores fabricantes de telas, enquanto a primeira também é a maior fornecedora de chips de memória do mundo. Ou seja, o fornecimento desses componentes poderia ser afetado, dependendo da evolução dos casos no país.
Na última semana, a Foxconn alertou que espera 15% de queda nas receitas neste primeiro trimestre de 2020. No entanto, a companhia acredita que a recuperação será rápida logo depois que a produção na China voltasse ao normal. Nesta quinta-feira, apenas 8 novos casos da COVID-19 foram registrados na província de Hubei.