Fabricante que acusou Apple de violar patente de design na verdade não existe
Por Patricia Gnipper | 24 de Junho de 2016 às 06h58
Que a zoeira não tem limites, a gente sabe, mas algumas “trollagens” acabam tendo consequências graves se levadas a sério. Foi o que aconteceu com a Apple, que teve as vendas do iPhone 6 e 6 Plus proibidas na China por ter supostamente violado a patente de design do smartphone 100C, fabricado pela 100+. Ao ganhar notoriedade na mídia, o “causo” foi investigado pelo Wall Street Journal (WSJ), que descobriu que a acusadora “mal existe”.
Conforme apurado pelo jornal norte-americano, a 100+ faz parte da empresa chinesa Shenzhen Baili Marketing Services, e tem como parceira de distribuição a Zhongfu Telecom. Os jornalistas descobriram que a tal empresa não está ativa no mercado há mais de um ano, e um dos motivos pelo sumiço foi a oferta de dispositivos recheados de “bugs”. O WSJ tentou conversar com representantes da empresa por telefone, mas todas as tentativas de chamada se revelaram frustradas, e o website da empresa também já não está mais no ar - não se sabe há quanto tempo.
O jornal então descobriu que o 100C não é um aparelho que está sendo fabricado, e que, se a denúncia da 100+ não se tratar de uma zoeira, pode ser apenas um caso de proteção de patente injustificada na tentativa de “arrancar” dinheiro da Apple, uma vez que o registro teria sido feito para a Baili, que, de acordo com o WSJ, estaria decretando falência.
Contudo, um advogado da companhia foi localizado pelo periódico e deu uma breve declaração dizendo que “a questão não se trata de a companhia continuar ou não fabricando smartphones, mas sim do iPhone 6 ter infringido sua patente”. Ele declarou também que a empresa continuará tentando levar à Apple aos tribunais chineses.
Fonte: Wall Street Journal, TechTimes