Apple continua perdendo espaço no mercado chinês de smartphones
Por Wagner Wakka | 22 de Março de 2019 às 21h30
No ano passado, a Apple teve um fraco desempenho da linha do iPhone X, em grande parte por conta do mercado chinês que não abraçou os novos modelos. E uma matéria da Reuters, divulgada nesta sexta-feira (22), mostra que a Maçã pode estar longe de recuperar seu espaço no país asiático.
De acordo com o veículo, a Apple perdeu fatia de mercado de 81,2% para 54,6% no ano passado na faixa de aparelhos entre US$ 500 e US$ 800. Parte destes usuários foram para a Huawei, segundo o levantamento. A fabricante local viu sua fatia de mercado sair dos 8,8% para 26,6% no mesmo período e faixa de preço.
“A maioria dos chineses não está disposta a gastar mais de US$ 1.000 em um smartphone”, aponta o diretor da pesquisa. O iPhone X foi lançado no país com preços equivalentes que começam na casa do US$ 1.000. “Isso abriu uma brecha no segmento abaixo de US$ 800 que os fabricantes chineses agarram com as duas mãos”, completa.
Outro ponto que fez a Apple perder espaço foi que os aparelhos chineses estão chegando com mais funcionalidades, ainda mais no que diz respeito a fotos. Enquanto o iPhone XS conta com um sistema duplo de câmeras na traseira, os aparelhos mais robustos de concorrentes, como a Huawei, chegam com três. Ainda, as fabricantes locais sabem quais são as funcionalidades que pessoas no país buscam em um smartphone e nas lentes destes aparelhos.
Para voltar com força ao mercado da China, especialistas apontam que a Apple vai ter de adotar uma estratégia que passa por dois fatores. O primeiro é derrubar o preço de sua linha, ou pelo menos soltar uma opção de entrada para ganhar uma faixa mais barata de usuário. No ano passado, ela experimentou esta possibilidade com o iPhone XR, o mais em conta da família; contudo, até mesmo esta versão é cara para a região.
Outra mudança deve ser nas novidades que apresenta. A empresa tem trazido aparelhos muito semelhantes entre si, sem nenhuma novidade que efetivamente salta aos olhos. Por exemplo, para se tornar competitiva hoje no mercado chinês, a empresa poderia lançar um aparelho com três lentes traseiras, sem que seu preço seja muito superior ao praticado nos modelos atuais.
A Apple também passa por problemas na região por conta de processos por patentes com a Qualcomm. No ano passado, alguns modelos mais antigos da empresa foram impedidos de serem comercializados por conta de um processo entre Apple e a fabricante de chips. A Maçã segue proibida de vender diretamente aqueles modelos específicos do iPhone no país.
Fonte: Reuters