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Análise: Samsung Galaxy J5, um intermediário honesto

Por| 02 de Novembro de 2015 às 13h09

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH

Na visão da Samsung, a linha J de smartphones representa uma linha completamente diferente de modelos, trazendo diferenças o suficiente para ser separada das linhas E (como o Galaxy Tab E), A (Galaxy A5), S (Galaxy S6) e Note (Galaxy Note 5). Sendo bem sinceros, a linha J é praticamente um “mashup” de linhas que já conhecemos, usando mais características selecionadas de modelos já existentes aqui e ali, do que representando propriamente uma nova linha.

Como veremos, o Galaxy J5 traduz exatamente essa união, trazendo um conjunto bastante equilibrado e um preço não tão alto assim, algo que está se tornando cada vez mais raro nos modelos da empresa.

Construção

As dimensões do Galaxy J5 são quase as mesmas do Galaxy S5, principal smartphone da Samsung quando lançado em 2014, sendo até um pouco mais fino, só que trazendo um visual mais puxado para o Galaxy S4. Aliás, por incrível que pareça, com uma construção melhor, já que tem bordas de metal em vez de plástico pintado, garantindo que ele não irá se descascar com o tempo como acontece tanto com o S5 quanto S4, além de oferecer uma resistência maior a impactos que é extremamente bem-vinda.

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  • Peso: 145 gramas

Já a região traseira é de plástico fosco, para nós uma decisão calculada da Samsung para fazer o J5 parecer mais simples, mais condizente com o seu preço e posicionando-o longe do design dos modelos tops de linha, como Galaxy S6 e Note 5, que trazem um apelo visual maior. Com 14,2 centímetros de altura, 7,2 cm de largura e 7,9 milímetros de profundidade, ele vai agradar quem busca um modelo para usar com somente uma das mãos, já que conta com um bom aproveitamento de tela.

Tela

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Esse é, talvez, o ponto mais interessante do Galaxy J5, já que ele vem com a tecnologia Super AMOLED da Samsung, algo bem raro nos modelos da empresa abaixo de R$ 1.000, sendo uma boa opção para quem não quer investir alto para ter acesso a ela. A tela parece ser a mesma do Galaxy A5, também com 5 polegadas e resolução de 1280x720, resultando em uma densidade de pixels de 294 pontos por polegada quadrada, a mesma dos Moto G 2014 e 2015 e Zenfone 5, um padrão entre intermediários.

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O fato de ele vir com Super AMOLED coloca o J5 em uma posição de superioridade, porém. Os níveis de preto são infinitos, já que os pixels são ativados individualmente (o que ajuda a economizar um pouco de bateria), as cores são bem saturadas e a qualidade geral de imagens é excelente, estando um degrau acima do Quantum GO, que vem com a versão simplificada do AMOLED. Para fechar, temos a proteção Gorilla Glass 3 contra riscos e arranhões.

Configuração

O chip do Galaxy J5 é o praticamente onipresente Snapdragon 410, com as mesmas especificações do Galaxy A5 (quatro núcleos Cortex-A53 rodando a 1,2 GHz e GPU Adreno 306), exceto pelo fato de trazer menos memória RAM (1,5 GB contra 2 GB do Galaxy A5). É um chip bastante comum no segmento intermediário, fazendo com que o Galaxy J5 tenha um desempenho ligeiramente inferior ao do Moto G 2015 (versão com 2 GB) e Zenfone 5, assim como do Idol 3, já que a performance é ligeiramente penalizada pela TouchWiz.

Ela está mais leve no J5, assim como nos modelos mais recentes da Samsung, e o fato de o aparelho tirar pleno proveito do suporte a 64 bits ajuda a aliviar a performance. A TouchWiz vem recheada de bloatwares e jogos estúpidos (mesmo pelos padrões da TouchWiz, o que chega a ser impressionante), e roda sobre a versão 5.1 Lollipop do Android. Se ele será atualizado para a versão 6 ainda é um mistério, mas não algo totalmente improvável, dependendo do sucesso de vendas do aparelho.

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São 16 GB de memória interna, dos quais cerca de 11,5 GB ficam disponíveis para os dados e apps do usuário, sendo possível expandir esse espaço em mais 128 GB via cartão microSD. Curioso, não? A Samsung cortou o suporte ao cartão micro SD em seus modelos mais avançados (linhas S e Note), mas manteve nos modelos mais básicos, sendo um recurso bastante valorizado por usuários em qualquer segmento de preço. Vai saber o motivo.

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Câmera

Junto com a tela, o par de câmeras do Galaxy J5 é um dos quesitos mais interessantes. A Samsung equipa seus smartphones com sensores competitivos em praticamente qualquer segmento, além de ter um dos melhores softwares de câmera e de pós-processamento do mercado. De fato, o J5 conta com o Modo Pro similar ao do Galaxy S6, naturalmente mais capado, mas capaz de oferecer um bom nível de controle para o usuário mais avançado.

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Há uma traseira de 13 megapixels e uma frontal de 5 megapixels, ambas com flash em tom único e capazes de gravar vídeos em 1080p a 30 quadros por segundo. A qualidade de ambas é bastante similar, mas a diferença fica por conta realmente do tamanho da foto e uma abertura maior da lente frontal. A qualidade é excelente em ambos os casos, ainda que caia perceptivelmente em condições pobres de luz, sendo um quesito bastante competitivo contra o Moto G 2015 e Idol 3, tecnicamente seus concorrentes diretos.

Extras e bateria

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A lista de extras do Galaxy J5 é bastante convencional, não se diferenciando dos principais modelos dentro de sua faixa de preços:

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  • Dual-chip com dual stand-by, uma rede 4G LTE e uma segunda 2G (apenas ligações);
  • Wi-Fi nos padrões B, G e N com suporte a roteador e Wi-Fi Direct;
  • GPS com A-GPS e GLONASS;
  • Bluetooth 4.1 com A2DP;
  • Rádio FM com RDS e possibilidade de gravar o áudio;
  • Microfone dedicado para cancelamento de ruído.

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A bateria é removível e tem 2600 mAh de capacidade (mesma capacidade do Galaxy S6 Edge), mais do que o suficiente para garantir um dia inteiro de uso sem problemas, já que a configuração do J5 é bem econômica. Mesmo assim, se não for suficiente, ele conta com o modo de emergência, que deixa a tela em preto e branco e usa bem menos bateria.

Conclusão

O Galaxy J5 foi anunciado no Brasil por R$ 949, valor que não chega a ser barato, mas é perfeitamente coerente com a proposta do aparelho. Essencialmente, não encontramos falhas significativas nele, nada que possa ser considerado uma falha, já que ele cumpre tudo o que um intermediário deve oferecer e é um concorrente natural do Moto G 2015 e do Idol 3, que foram anunciados com a mesma proposta.

Analisado friamente, o J5 oferece um custo-benefício menor do que o do Quantum GO, que foi uma surpresa extremamente bem vinda este ano. Comparando os dois, o GO ganha em desempenho e armazenamento, mas perde em capacidade de bateria e qualidade de tela (ainda que por uma pequena margem), sendo que ambos basicamente empatam em qualidade de câmera, tanto traseira quanto frontal.

Comparado com o Moto G 2015 (modelo de 2 GB), o usuário ganha em qualidade de tela, câmera e autonomia de bateria, mas perde em capacidade de customização e desempenho, já que o Moto G de terceira geração vem com um Snapdragon 410 ligeiramente overclockado. No final das contas, contra qualquer concorrente na mesma faixa de preços, o J5 se destaca em alguns pontos e perde em outros, onde a Samsung aposta no seu poder de marca para conquistar o usuário com um “extra”.

Vantagens

  • Configuração equilibrada;
  • Construção de qualidade;
  • Câmera ligeiramente acima da média para o segmento;
  • Suporte para cartões micro SD;
  • Tela de excelente qualidade.

Desvantagens

  • TouchWiz ainda penaliza a configuração;
  • 1,5 GB de memória RAM (por que não colocar 2 GB logo?).