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Análise: Samsung Galaxy A3 dual-chip

Por| 15 de Junho de 2015 às 09h10

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
Galaxy A3 (2017)

Por mais que a Samsung tente, propagandear “metal” como um diferencial em seus smartphones não faz dele um modelo mais competitivo. É um ponto para se levar em consideração, naturalmente, mas há uma boa quantidade de modelos construídos em madeira, vidro e até mesmo utilizando o infame plástico que não deixam a qualidade de lado. Ainda assim, é inegável que a família Galaxy A se destaca nesse quesito, inclusive no modelo mais básico da linha, o Galaxy A3 Duos, que vamos conhecer em detalhes nas próximas linhas.

Construção

Logo que tiramos o Galaxy A3 Duos da embalagem, a primeira impressão que temos é que ele é um smartphone “simpático”. Pequeno (para os padrões atuais), leve, fino e com uma excelente qualidade de construção, características que fazem dele um modelo virtualmente únicos hoje em dia, dada a preferência das fabricantes por smartphones maiores e mais avançados, reservando materiais de segunda linha e designs bem mais simples nos segmentos mais básicos.

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São apenas 110 gramas de peso e 6,9 milímetros de espessura (o que já causa um mau pressentimento sobre o tamanho da bateria, não é mesmo?), sendo um dos smartphones com menor volume que encontramos recentemente. A Samsung não economizou na construção, usando alumínio com bordas semelhantes ao “diamond cut” presente no iPhone 5/5S. O resultado? Um dos smartphones mais bonitos para quem busca um modelo para utilizar com somente uma das mãos.

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A família Galaxy A conta com somente um estilo de design, onde Galaxy A3, A5 e A7 se diferenciam visualmente somente pelo tamanho. Os botões físicos seguem o padrão Galaxy utilizado pela Samsung há anos. Na parte de trás, temos a câmera centralizada em alto relevo com flash e caixa de som do lado dela, além de uma pequena, e fraca, caixa de som na parte inferior.

Tela

Há algum tempo a Samsung começou a utilizar cada vez mais as telas Super AMOLED, empregando-as tanto em tablets (linha Galaxy Tab S) quanto em smartphones mais básicos, como o Galaxy A3. Essa opção proporciona uma qualidade excelente mesmo em resoluções mais baixas e densidade de pixels inferiores a 300 pontos por polegada quadrada. No caso do Galaxy A3, 245 PPP, exatamente a mesma do Moto E 2015 da Motorola.

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Temos as mesmas 4,5 polegadas de tela e uma excelente oportunidade de comparar duas tecnologias aqui: LCD vs Super AMOLED, com uma clara superioridade por parte da segunda. Mesmo usando resolução qHD (540 x 960 pixels) em um modelo com preço de lançamento relativamente alto, não temos o que criticar aqui, já que a “visível” baixa densidade de pixels é compensada pelas altas taxas de contraste, níveis de preto e saturação de cores. Para fechar o conjunto, temos o Gorilla Glass 4 como proteção extra contra riscos e arranhões.

Configuração

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Citamos o Moto E 2015 pois a resolução de tela não é o único ponto em comum entre ele e o Galaxy A3. O chip que equipa ambos é exatamente o mesmo, o Snapdragon 410 da Qualcomm, com quatro núcleos rodando a 1,2 GHz, 1 GB de memória RAM e GPU Adreno 306 - especificações de um intermediário típico nos dias de hoje. Porém, mesmo que tenham a mesma configuração, o Moto E 2015 sai na frente tanto em benchmarks quanto em responsividade, e por dois motivos.

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O primeiro é que, como qualquer modelo da Samsung, o Galaxy A3 tem a TouchWiz como interface gráfica e mesmo que ela tenha sido bem trabalhada nos últimos anos, não consegue alcançar a leveza do Adroid puro. Em segundo lugar, o Android de fábrica do Galaxy A3 é o 4.4.4 KitKat, enquanto o Moto E 2015 vem com o Android 5.0 Lollipop, que oferece um ganho de velocidade perceptível. Como se voltou a se tornar um padrão infeliz da Samsung, não há previsão de atualização.

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Assim como o Moto E 2015, temos 16 GB de memória interna e suporte para cartão microSD de até 64 GB. Porém, o usuário deve escolher entre utilizar dois chips simultâneos ou somente um dos chips mais o cartão microSD, já que a segunda gaveta é híbrida, suportando tanto o cartão microSD quanto um chip nano SIM. Isso já era esperado, já que há pouco espaço para colocar dois slots SIM e outro para cartão microSD - o que não é uma desculpa, já que o Moto E 2015 tem essa opção.

Câmera

Nos parece que a câmera traseira do Galaxy A3 é exatamente a mesma do Galaxy A5, com mesmos recursos, qualidade de foto e vídeo, software de câmera, pós-processamento e afins. A única diferença que vimos em nossos testes é que o sensor tem 8 megapixels e não 13 megapixels, o que só significa que as fotos são maiores, já que não vimos ganhos de qualidade bruta.

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Já a câmera frontal tem 5 megapixels, com capacidade de gravar vídeos em Full HD (assim como a câmera traseira, mas com uma qualidade ligeiramente menor) e lente com abertura grande o suficiente para tirar fotos de perto com excelente qualidade. Como vocês podem ver, é basicamente a mesma descrição do Galaxy A5, o que é até bom, já que o Galaxy A3 é um aparelho mais barato e nem por isso proporcionalmente inferior no quesito câmera.

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Extras e bateria

Geralmente listamos os extras antes de falarmos da bateria, mas a frustração nos obrigou a falar dela primeiro. São 1.900 mAh, o que é até muito se consideramos o pouco espaço reservado para a bateria, mas a autonomia é realmente de tirar o usuário do sério. Com tela ligada e brilho pouco acima de 50%, é possível ver a porcentagem de bateria caindo como se fosse um contador regressivo de minutos.

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Essa é uma péssima notícia e o principal defeito do Galaxy A3. Esse tipo de coisa não deveria acontecer em pleno 2015, quando tanto Moto Maxx quanto Xperia Z3 inauguraram a “Era dos dois dias” de autonomia de bateria. Então, é obrigação de um fabricante oferecer um dia de uso com segurança (sempre foi, na verdade) sem precisar recorrer ao modo de emergência todo dia. Fora isso, ainda há o agravante da bateria não ser removível.

A lista de extras do Galaxy A3 é exatamente a mesma do Galaxy A5, que também é dual-chip e 4G, onde o segundo slot serve tanto como entrada de chip quanto de um cartão microSD. A quantidade de conexões está de acordo com o segmento intermediário:

  • Wi-Fi dual-band nos padrões A, B, G e N com suporte a HotSpot;
  • Bluetooth LE com A2DP e EDR;
  • GPS com A-GPS e GLONASS;
  • Rádio FM com possibilidade de gravar o stream de áudio;
  • NFC;
  • Microfone para cancelamento de ruído;
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A qualidade de áudio da caixa de som traseira nos pareceu de qualidade média, assim como a do Galaxy A5, distorcendo um pouco o som em volumes mais altos. Já a qualidade dos fones de ouvido, que inclusive agora estão posicionados na parte de baixo, é muito boa, semelhante à do Galaxy S5.

Conclusão

O Samsung Galaxy A3 foi anunciado por R$ 1.199, preço alto se consideramos as especificações do aparelho em si, já que se trata de um modelo intermediário que compete em preço com alguns tops de linha. Por ter algum tempo de lançamento, já é possível encontrá-lo por preços menores, até mesmo por menos de R$ 1.000, o que faz mais sentido e com que a relação custo-benefício fique positiva.

Os destaques aqui incluem a qualidade da tela, câmera e construção, pontos onde não encontramos problemas. Porém, reserve algum dinheiro para comprar uma PowerBank junto como Galaxy A3, pois a autonomia de bateria realmente irrita, assim como o fato dele ter uma versão desatualizada do Android. Se esses dois pontos não forem problema para você, vale considerá-lo, mas temos a obrigação de lembrar novamente que o preço não está muito atrás de modelos top de linha, como o Moto X 2014 e Ascend P7.

Agradecemos à Cissa Magazine por nos ceder uma unidade para testes.


Vantagens

  • Design excelente;
  • Câmeras acima da média para o segmento intermediário;
  • Tela de boa qualidade, apesar da baixa resolução;

Desvantagens

  • Preço alto;
  • Android defasado sem previsão de atualização;
  • Autonomia de bateria bem abaixo do esperado.