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Netflix quer apostar cada vez mais na produção de conteúdo próprio

Por| 22 de Abril de 2015 às 12h23

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Netflix quer apostar cada vez mais na produção de conteúdo próprio
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O que começou como uma espécie de biblioteca de filmes online vem ganhando cada vez mais força e espaço. Já não é surpresa para ninguém que a Netflix está cada vez mais presente em nossas vidas e apostando com ferocidade em conteúdos próprios ao invés de simplesmente oferecer séries e filmes de terceiros.

A mais recente aposta da empresa foi a série Demolidor, produzida em parceria com a Marvel, e que arrancou elogios tanto da crítica quanto do público e garantiu uma segunda temporada 11 dias após sua estreia. E não se trata de um sucesso isolado, já que Orange is the New Black também teve um desempenho semelhante e a aclamada House of Cards chegou até mesmo a ganhar um Globo de Ouro.

E esse investimento em produções originais é exatamente aquilo que o CEO da companhia, Reed Hastings, quer para o futuro da marca. Em uma entrevista recente ao jornal The New York Times, ele explicou que quer continuar expandindo o papel criativo da companhia e que o próximo passo é exatamente produzir uma programação exclusiva para o serviço.

Afinal, ao longo dos últimos três anos, já foram 17 séries originais da Netflix e esse número deve continuar crescendo. De acordo com Hastings, para 2015, a previsão é de que tenhamos nada menos do que 320 horas de conteúdo próprio, ou seja, três vezes mais do que no ano passado. Entre as produções que devem chegar nos próximos meses, temos AKA Jessica Jones, também da Marvel; e Flaked, uma comédia estrelada pelo ator Will Arner e produzida pelos mesmos criadores de Arrested Development.

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A ideia com essa programação única é exatamente aquilo que você está pensando: oferecer um tipo de conteúdo que não poderá ser acessado em nenhum outro lugar além do próprio serviço de streaming. De maneira semelhante ao que a própria HBO já faz, a Netflix quer criar um ecossistema próprio no qual ela mesma produz e exibe seus shows e fomenta a comunidade a manter sua assinatura ao mesmo tempo em que atrai novos usuários.

Segundo o presidente executivo, essa visão condiz bem com aquilo que ele acredita ser o futuro da TV, no qual o público tem total liberdade de escolher o que vai ver e quando quer ver. E, se a a empresa já vinha fazendo isso há algum tempo, parece que Hastings quer um incentivo a mais para que as pessoas fiquem mais tempo online do que procurando algo entre os canais de sua televisão.

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Por outro lado, alguns analistas veem com um pouco de receio essa aposta em conteúdo próprio pelo simples fato de ser uma grande afronta às demais companhias que tradicionalmente ofereciam conteúdo para a Netflix e, de certo modo, financiam toda a produção dessas séries originais. Com a o serviço de streaming servindo de concorrência para a TV a cabo, muitas produtoras podem simplesmente desistir de licenciar seus filmes e programas, o que pode criar um belo rombo em um futuro próximo.

Contudo, há quem não veja problemas nisso. Como o analista Rich Greenfield, da BTIG Research, aponta, trata-se de uma equação simples: um bom volume de conteúdo de qualidade representa mais visualizações — o que, por sua vez, se converte em mais assinaturas, ou seja, mais dinheiro em caixa para ser usado na produção de novas séries, reiniciando o ciclo.

Fonte: The New York Times, Bloomberg