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Crítica - Segunda temporada de Demolidor

Por| 19 de Março de 2016 às 09h10

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Crítica - Segunda temporada de Demolidor
Crítica - Segunda temporada de Demolidor

A segunda temporada de Demolidor (Charlie Cox) traz de volta o herói cego de Hell's Kitchen para enfrentar os milhares de criminosos que ocupam a vizinhança, mas é a presença de Frank Castle, com uma excelente atuação de Jon Bernthal, que conduz os melhores episódios da série. A vida como Matt Murdock não é colocada de lado, principalmente quando ela se mistura profundamente com a profissão, amizade de Foggy (Elden Henson) e seus romances do presente e passado.

SPOILER ALERT: O texto tem o mínimo de spoilers possível e nenhum deles é vital para a trama, mas talvez algo seja novidade para você.

Na trama, Frank Castle volta à Nova York para se vingar dos criminosos que estão na trilha do assassinato de sua família. Ele elimina cada facção com seu método preciso e violento, deixando assim um rastro de sangue pelo bairro e recebendo a alcunha de Justiceiro pelo jornal local. Enquanto isso, Matt Murdock mantém a vida de vigilante ao mesmo tempo em que tenta salvar as economias do escritório com Foggy Nelson e Karen Page (Deborah Ann Woll). Agora, ele precisa impedir essa chacina de Castle e reencontrar um fantasma do passado: sua ex-namorada Elektra Natchios (Elodie Yung).

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Um dos grandes pontos positivos da temporada é a interação entre os personagens. Todas elas parecem naturais, independentemente do tom de alegria ou dramaticidade. Entretanto, é Jon Bernthal que ganha toda a atenção dos holofotes ao entregar o melhor Justiceiro feito fora dos quadrinhos até agora. Entonação da voz, olhar psicótico, dramaticidade e entrega nas cenas mais pesadas mostram que o ator entendeu o personagem e assim pode entregar a interpretação que todo fã esperava.

A narrativa deixa de lado os flashbacks, que tanto eram necessários para introduzir o universo do Demolidor ao público da Netflix, os usando apenas em pequenos momentos envolvendo o passado de Elektra. Essa mudança na narrativa permite a evolução dos personagens coadjuvantes e até dos que apareciam raramente no primeiro ano.

Foggy Nelson tem mais espaço como bom advogado e amigo preocupado; Karen Page continua a mostrar suas habilidades de investigação; Melvin Porter (Matt Gerald) rende a melhor referência aos quadrinhos e mostra-se mais instável em seus diálogos com o Demolidor; Claire Temple (Rosario Dawson) recebe mais espaço como enfermeira do hospital e já ganha um gancho de seu futuro na série do Luke Cage. Até mesmo as pontas soltas da temporada anterior, como Stick (Scott Glenn) e o destino de Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio), são muito bem fechadas.

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Outro ponto alto da segunda temporada são os diálogos de moralidade referentes ao vigilantismo. Justiceiro e Demolidor agem de formas totalmente diferentes, tanto pelo que lutam quanto pelo que acreditam, mas enxergar a perspectiva de cada um é essencial para compreender o motivo de se oporem. Algumas cenas no tribunal e até mesmo o monólogo final de Karen Page enfocam a vida de herói em Nova York, questões de moralidade que devem passar longe de Capitão América: Guerra Civil, mesmo que seja algo vital na obra original da adaptação cinematográfica.

A ação continua com o aspecto de realidade, principalmente nos movimentos uniformes de cada personagem e no cansaço exacerbado na respiração. Justiceiro, Elektra e Demolidor possuem movimentos bastante diferentes, seja combatendo os criminosos de Hell's Kitchen, que atacam apenas com brutalidade e imprecisão, ou nos confrontos entre eles. A cena do corredor amarelo é reverenciada muito bem com uma tomada semelhante do Homem Sem Medo esmurrando motoqueiros. Tudo isso ainda é acompanhado da principal marca registrada do bairro: a luz amarela. A iluminação volta a dar as caras para criar um contraste perfeito de tonalidades vermelhas e escuras pelos ambientes.

A segunda temporada de Demolidor apenas se complica quando cria duas tramas diferentes: a primeira focada no Justiceiro e a segunda em Elektra. A história acaba traçando dois caminhos diferentes que quase não se convergem. O ponto positivo é ver o potencial que Frank Castle tem para sua própria série, caso a Netflix queira trazer Jon Bernthal no posto de protagonista.

Netflix e Marvel conseguem novamente dar ao Demolidor boas histórias em sua série, introduzir personagens icônicos respeitosamente, fechar as pontas soltas do primeiro ano e traçar o futuro para as próximas produções. Com muitos acertos e minímas quedas na qualidade, a volta à Hell's Kitchen está mais do que assegurada pelos próximos anos.