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Análise: Master of None - 1ª Temporada

Por| 14 de Dezembro de 2015 às 15h15

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Análise: Master of None - 1ª Temporada
Análise: Master of None - 1ª Temporada

Diferentemente de outros lançamentos da Netflix no decorrer do ano, Master of None não teve grande propaganda pela internet, como Demolidor e Jessica Jones, mas é um dos maiores acertos da empresa em 2015. O ator Aziz Ansari, cocriador da série junto a Alan Yang, consegue trabalhar o drama do cotidiano com uma pitada de humor sagaz em um roteiro suave e contestador, principalmente ao abordar racismo.

Na trama, Aziz Ansari é Dev, um ator de etnia indiana que busca por papéis melhores para a sua carreira em Nova Iorque. Assim, vemos como o protagonista tenta participar de comerciais televisivos e de um filme que poderia dar destaque a ele enquanto acompanhamos o dia a dia do personagem junto a seus amigos, interesses amorosos e família.

Sim, a trama é bastante simples, mas a forma que a história de Master of None é contada faz toda a diferença. Todos os capítulos da série têm um tema principal diferente, entre eles paternidade, diferença de gênero, envelhecimento e racismo. A partir desses pontos, a série não poupa oportunidades para retratar a vida real com suavidade, mesmo nas situações mais pesadas, como uma mulher sendo perseguida ou a forma que os indianos são estereotipados pelos americanos.

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Para dar mais realidade e um lado mais humano às situações familiares, a série coloca os pais do ator Aziz Ansari para contracenar com ele. Shoukath e Fatima não são atores, nem mesmo têm intimidade com a câmera, o que dá mais profundidade a relação entre eles e Dev. Durante o período de divulgação de Master of None, Ansari divulgou no Instagram como foi importante para ele tê-los por perto durante as gravações e como sua relação com os pais melhorou por causa disso. O roteiro da produção não vem apenas para divertir e entreter, mas para colocar o telespectador a questionar suas relações com os parentes, desconhecidos e como leva a própria vida.

Um aspecto que aumenta a perspectiva de realismo nos episódios é a forma que os personagens se relacionam com a tecnologia no cotidiano. Teste de elenco via Skype, troca de mensagens por aplicativo com interesse amoroso, uso de redes sociais para tentar ficar famoso, e-mail vazado de pessoas influentes nos estúdios e Waze são apenas alguns exemplos que podem ser vistos pelos dez episódios. Outro ponto positivo é que os personagens vivem no mesmo universo que o telespectador, então várias referências são usadas, como Eminem, Vanilla Sky, Sherlock Holmes (com Benedict Cumberbatch) e Street Fighter.

O elenco auxilia essa fluidez do roteiro. As reações parecem mais espontâneas do que ensaiadas em algumas situações, como as risadas e a química de Dev e Rachel (Noël Wells) no episódio Nashville, a amizade verdadeira de Arnold (Eric Wareheim) e nas demonstrações da personalidade forte de Denise (Lena Waithe).

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Seja no roteiro que trabalha com possibilidades comuns da vida real ou na criação de expetativas, tanto da narrativa quanto do próprio ser humano, Master of None se destaca por ser sagaz e divertida sem ofender a inteligência do telespectador com piadas forçadas e tocar em problemas da sociedade sem soar massiva. Uma grata surpresa de Aziz Ansari e Netflix em 2015.