Publicidade

COVID-19 | Uso de máscaras está quebrando os sistemas de reconhecimento facial

Por| 02 de Agosto de 2020 às 18h00

Link copiado!

Alexandra_Koch/Pixabay
Alexandra_Koch/Pixabay

O uso de máscaras não apenas é uma boa proteção contra a transmissão do novo coronavírus, causador da pandemia de COVID-19, como também pode servir para garantir a sua privacidade. Um estudo realizado nos Estados Unidos demonstrou que a utilização da proteção para o rosto aumentou para até 50% os erros em sistemas de reconhecimento facial, de acordo com o modelo e cor utilizados pelas pessoas.

A pesquisa é do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST, na sigla em inglês), que indicou o nariz como o centro de toda a questão. De acordo com os pesquisadores, quanto menos exposta estiver essa parte do corpo, mais difícil se torna a identificação para os algoritmos. A cor da máscara também influencia no reconhecimento, com versões pretas, por exemplo, apresentando maior quantidade de erros do que as azuis.

É importante deixar claro que a pesquisa do NIST se relaciona a sistemas de detecção facial utilizados pelo governo em vigilância e operações de segurança, que funcionam de forma diferente à biometria de seu celular. No caso do iPhone, por exemplo, a Apple leva em conta a profundidade e elementos específicos do rosto para evitar o desbloqueio com o uso de fotos, por exemplo, o que a tornou, também, incapaz de reconhecer os usuários mascarados. Estas, entretanto, são preocupações que os órgãos oficiais não precisam ter.

Continua após a publicidade

O estudo, por exemplo, se focou em uma tecnologia chamada “one-to-one matching”, que é amplamente utilizada em fronteiras e postos de controle de passaporte. Ao comparar a foto da documentação com a da pessoa ali presente, o sistema tem a distância entre os elementos do rosto como fator essencial para a identificação; daí a importância do nariz estar à mostra e porque, com máscaras mais claras, esse reconhecimento ainda seria possível, já que tais proporções permanecem visíveis, ainda que ocultadas pelo tecido.

O NIST não avaliou os sistemas “one-to-many”, utilizados para reconhecer pessoas em meio a multidões ou ambientes abertos. Mas a conclusão é que, se as máscaras podem atrapalhar os algoritmos de locais fechados, onde há iluminação direta sobre o rosto e a pessoa está parada, a situação se torna ainda pior quando há muita gente junta.

Apesar disso, o órgão pondera que as tecnologias utilizadas hoje em dia foram criadas em um ambiente no qual o uso de máscaras não era necessário. Por isso mesmo, o estudo faz parte de um trabalho maior, que envolve a criação de um algoritmo que tenha uma situação pandêmica em vista e considere o uso das proteções faciais, com os primeiros testes marcados para começarem em algumas semanas.

Continua após a publicidade

A expectativa é boa, com o estudo concluindo que um trabalho focado em indivíduos mascarados pode trazer melhorias aos sistemas de reconhecimento facial de todos os tipos. A preocupação dos governos, claro, se relaciona tanto ao controle de fronteiras quanto de multidões, com operações de segurança tendo sofrido um belo baque por conta da situação pandêmica, algo que os estudiosos querem resolver por meio de um desenvolvimento focado em proteções de rosto e a nova realidade pós-coronavírus.

Fonte: NIST