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TIM quer monitorar base de clientes para controlar avanço do coronavírus

Por| 27 de Março de 2020 às 07h00

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Reprodução/Getty Images
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Uma ideia considerada positiva no combate ao coronavírus na Itália e Coreia do Sul pode acabar sendo aplicada também no Brasil. A TIM Brasil revelou que quer trazer da Europa a tecnologia usada para monitorar contaminados e suspeitos de COVID-19, usando os dados de geolocalização dos celulares para criar mapas da pandemia e garantir que os doentes estejam seguindo as orientações de quarentena e isolamento social. Para isso, a operadora pede ajuda de outros players do setor de telecomunicações brasileiro e espera trabalhar em “quatro mãos” com o Governo Federal.

A TIM lembra que já trabalhou em projetos semelhantes com a prefeitura do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Na ocasião, a ideia era medir a concentração de pessoas em diferentes regiões e monitorar o deslocamento delas, gerando um mapa de calor que, agora, também serviu para confirmar os reflexos das medidas de isolamento social. De acordo com a operadora, a maioria da população aderiu às recomendações e não é mais possível ver o grande fluxo de gente para os grandes centros durante os horários de pico, por exemplo.

Os dados aqui, claro, são massificados e anônimos, mas a ideia é que, com a ajuda de outras operadoras e o cruzamento de informações com o Ministério da Saúde, seja possível associar indivíduos específicos a números de telefone e garantir que eles estejam cumprindo as recomendações de quarentena. Outras possibilidades também são imaginadas, como o envio de resultados de exames por WhatsApp ou SMS, o que também serviria para ampliar o catálogo de suspeitos e contaminados.

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Tudo depende, segundo a operadora, de um acordo com o Governo Federal. Em declarações, a TIM diz já ter a tecnologia pronta para fazer isso, mas que sua aplicação depende de aprovação dos Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Além disso, claro, a cooperação de outras operadoras é esperada, caso contrário esse monitoramento somente poderia ser feito sobre clientes da própria empresa.

Na conversa com o Governo, a TIM também espera chegar a conclusões sobre a aplicação de normas de privacidade em uma situação como a atual. Novamente, o exemplo da Coreia do Sul é citado, com a atitude agressiva com relação à vigilância e monitoramento de doenças sendo considerada essencial para os esforços de contenção no país, que aos poucos vem se livrando da crise causada pelo novo coronavírus.

Por enquanto, entretanto, nada confirmado. O governo não se pronunciou sobre novas medidas de monitoramento da população, apesar de, na última semana, os Ministérios da Saúde e da Justiça terem editado portaria conjunta que permite o uso de força policial contra pacientes contaminados que não cumprirem quarentenas, envolvendo internamento compulsório e também prisão em caso de desobediência, bem como responsabilização civil e penal.

Atualização 27/03/2020 11h20: Em contato com o Canaltech, a TIM informou que o monitoramento individual de clientes não será possível devido às normas de proteção à privacidade vigentes no Brasil e que serão intensificadas com a chegada da LGPD. De acordo com a porta-voz, as conversas com as demais operadoras estão caminhando, mas o exemplo da Coreia do Sul não se aplica aqui, já que o país asiático possui legislações que permitem o monitoramento individual de cidadãos em determinadas situações, ao contrário do que acontece em nosso país.

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A ideia, então, seria unir forças para auxiliar governos municipais e estaduais na detecção de aglomerações, de forma que as autoridades possam agir diretamente em relação a isso. Com a integração de dados de diferentes players do setor de telecomunicação, os citados mapas de calor se tornariam mais complexos e entregariam dados fieis à realidade, mas sempre com informações anônimas e que não identifiquem pessoalmente cada usuário de smartphone.

Fonte: UOL