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Spotify pede acesso a dados e recebe críticas de usuários

Por| 21 de Agosto de 2015 às 11h32

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Spotify pede acesso a dados e recebe críticas de usuários
Spotify pede acesso a dados e recebe críticas de usuários
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Ninguém nunca lê os termos de serviço de um aplicativo ou plataforma, mas quem o fez nesta semana ficou bastante preocupado com o que pede o Spotify. Em uma atualização das políticas de privacidade do seu app em celulares e tablets, o serviço pede acesso a informações pessoais do usuário como contatos, fotos ou arquivos de mídia, além de permissões relacionadas a sensores de exercícios ou sinais vitais, sem falar exatamente o porquê.

O texto fala exatamente em “coleta de dados”, mas não explica exatamente para que tais informações serão usadas. No caso dos arquivos de mídia, pode ser óbvio, já que eles podem envolver músicas armazenadas no aparelho, mas e para o restante? O que o Spotify quer com as fotos e contatos da agenda do usuário?

E o que fazer caso o usuário não queira entregar tais informações para o Spotify? Neste caso, os termos de uso são claros – “se você não concorda com os termos da política de privacidade, por favor, não utilize o serviço”. E é aqui, basicamente, que está o grande X da questão, já que os usuários, aparentemente, estão sem alternativas a não ser abrirem mão da própria privacidade para continuarem utilizando a plataforma.

É uma questão que pode acabar até mesmo trazendo problemas legais para o Spotify, que pode se ver obrigado a prestar explicações públicas e rever seus termos de serviço. As críticas se dividem – enquanto alguns especialistas e membros da imprensa criticam o serviço veementemente por uma invasão de privacidade, outros apontam que esse pode ser o início de uma série de atualizações na plataforma, que, no futuro, pode se tornar algo mais próximo de uma rede social baseada em música.

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Enquanto isso, uma reportagem da Wired taxou o Spotify de “uma ex-namorada nervosa” ao afirmar que o serviço pode começar a espionar os usuários para obter seus hábitos de utilização do smartphone e consumo de mídia. Para o veículo, um serviço de mídia não tem nada a ver com as fotos e os contatos de seus ouvintes e, por isso, não deve nem mesmo solicitar tais permissões, uma vez que não precisa delas para sua experiência central.

A primeira resposta oficial sobre o assunto veio quando o CEO do Spotify, Daniel Ek, respondeu ao criador de Minecraft, Markus “Notch” Persson, pelo Twitter. Sobre a questão das fotos, por exemplo, ele afirmou que a funcionalidade permite que os usuários subam, pelo celular, uma imagem ou fotografia para ser capa de uma playlist criada, de forma a personalizá-la ainda mais. Sobre os contatos, trata-se de uma forma de localizar amigos na rede.

Basicamente, não temos aqui nenhum tipo de espionagem ou coleta indiscriminada de dados, de acordo com ele. Assim como outras redes sociais, se trata mais de uma permissão para acessar certos recursos do smartphone ou tablet, caso o usuário precise deles, do que algum tipo de vigilância ou obtenção de informações para fins de publicidade ou ganho monetário, por exemplo. Quem não quiser fazer isso pode simplesmente não utilizar tais funções e continuar aproveitando os serviços do Spotify sem problemas, com a garantia de que ele não estará de olho em tudo o que está sendo feito no dispositivo.

A situação, como um todo, poderia ter sido evitada com simples adições à política de privacidade, que, por mais que agora esteja mais clara, ainda não foi atualizada. Usuários que efetivamente lerem o documento e não estiverem ligados em toda a polêmica podem acabar se sentindo incomodados com os pedidos e, muitas vezes, preferirem outros serviços de streaming, uma alternativa que não é nada agradável para Ek e o Spotify.

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Em comunicado oficial, o Spotify afirmou que tem a transparência como um de seus critérios essenciais. A atualização das políticas de privacidade, inclusive, veio para tornar tais questões ainda mais claras, detalhando exatamente quais informações podem ser coletadas pelo aplicativo. Isso vale também para suas políticas de preço, relação com anunciantes e outros serviços da companhia.

O imbróglio vem em um momento complicado, na mesma semana em que dados confidenciais de usuários do serviço Ashley Madison, voltado para encontros sexuais e infidelidade, vazaram na internet. Aqui, mais uma vez, a falta de transparência dos responsáveis pelo serviço acabou causando problemas para seus membros, uma vez que informações que não deveriam estar armazenadas no serviço, como dados de cartão de crédito, estão entre o que caiu na internet.

Fontes: Wired, Ubergizmo, The Verge, Daniel Ek (Twitter)