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Saiba como anda a tecnologia em segurança nas Olimpíadas

Por| 05 de Agosto de 2016 às 18h41

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Divulgação
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Hoje às 20h acontecerá a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e um dos pontos mais importantes de todo este evento é como funcionará a segurança. Lembrando que o Brasil estará sob os olhares de mais de 150 países do mundo inteiro, recebendo 11 mil atletas de diferentes modalidades esportivas, sem contar o número de turistas que as autoridades estão esperando.

Cerca de 50 mil membros das forças militares brasileiras ficarão presentes na cidade durante os jogos Olímpicos e Paralímpicos – que começarão no dia 7 de setembro e seguem até o dia 18. Eles receberão uma ajuda de aparelhos tecnológicos sofisticados que auxiliarão não só na segurança efetiva durante os jogos como também atuam para prevenir que as coisas saiam do controle. Alguns deles são ferramentas de monitoramento de situações e pessoas.

Segurança que vem do alto

O Brasil firmou uma parceria com o governo de Israel para que o satélite de altitude baixa Eros B possa monitorar a cidade nos dias de evento. O satélite, por sua vez, ficará a 450 km do chão enviando imagens para os centros de monitoramento que operam no Rio e em Brasília. De acordo com o Exército, o satélite pode mostrar imagens bem nítidas de objetos que estão a até 50cm do chão, garantindo uma "visão clara".

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Ele não consegue detalhar exatamente o rosto das pessoas, por exemplo, mas a intenção é que ele mostre uma visão mais geral da cidade. O Eros B pode, por exemplo, localizar determinado carro considerado "suspeito" andando pelas imediações do Maracanã e, baseado nesta primeira informação, o centro de operações ativaria as câmeras da rua em que ele estivesse. Ou seja, é um trabalho de cooperação entre tecnologias.

Este satélite está em órbita desde 2006 e diariamente consegue dar duas voltas na Terra. Ele ficará sobre o Brasil por seis meses e depois que os jogos acabarem ele fará um monitoramento de fronteiras, em uma espécie de apoio de ações da Polícia Federal e da Receita.

Também nos ares estarão quatro balões vigilantes, que foram desenvolvidos pela empresa Altave, de São José dos Campos - SP. Eles possuem um sistema de câmeras de alta definição chamado "Simera", que é composto por 13 câmeras de 120 megapixels, oferecendo imagens detalhadas de uma área de até 40km². Este sistema foi criado pelo exército americano em parceria com a empresa Logos Technologies, que afirma que o Simera é como um Google Earth ao vivo, que, inclusive, já foi testado no Iraque e no Afeganistão.

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Esta seria a primeira vez, segundo a empresa, que os balões sobrevoam uma área que não está envolvida em uma zona de guerra. Porém, para evitar qualquer sobressalto, a Altave realizou testes de resistência disparando 39 tiros nos balões sem que eles explodissem. Este teste foi feito pensando nos tiroteios que acontecem no Rio e nas chances de que alguém queira atirar contra eles.

Sobrevoando a uma altura de 200 metros do chão, estes balões vigilantes custaram a quantia de R$ 23,1 milhões aos cofres do Rio de Janeiro, mas continuarão na cidade após os jogos.

Mas o que fazer com essa extensa quantidade de dados recolhidos das câmeras? Para lidar com isso, a cidade também contará com o software BriefCam, também vindo de Israel, capaz de comprimir 24 horas de filmagens em 1 minuto. Além de fazer a compressão desses arquivos, o software também pode produzir uma espécie de filtro, que funciona da seguinte forma: se a polícia precisar encontrar um carro vermelho em uma rodovia, o programa conseguirá indicar os veículos desta cor que passaram pelo local, bem como o horário que cada um passou.

Bloqueadores de Frequência e Biometria

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Este sistema vai dificultar um pouco a entrada de criminosos pelos aeroportos brasileiros. Trata-se de um leitor biométrico desenvolvido pela Polícia Federal. Obrigatoriamente, todo estrangeiro, antes de passar pelo passaporte, deverá fazer uma verificação de digital que faz uma análise junto a um banco de dados com mais de 25 mil nomes na lista da Interpol. O resultado sai em três segundos. Semana passada um inglês foi deportado do aeroporto de Guarulhos por estar com problemas financeiros no Qatar.

O exército brasileiro também recebeu autorização da Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) para usar bloqueadores de frequência durante os jogos. O Rio comprou oito bloqueadores do modelo SCE 0100-D desenvolvidos pela empresa IACIT, que saíram por módicos R$ 448.228,50. Com eles, a ideia é que o evento seja protegido contra drones intrusos. Porém, quando acionados estes bloqueadores podem derrubar todos os sinais de celular da região. Aliás, há um temor de que eles sejam usados em momentos fora da competição, como protestos e manifestações.

Em relação a ataques biológicos, ameaças químicas, radiológicas ou nucleares, o exército também estará equipado com sensores e detectores que poderão identificar à distância possíveis materiais perigosos em arenas e centros de treinamento. Eles trabalharão em companhia com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e mesmo que alguma ameaça esteja enterrada, estes aparelhos conseguirão detectá-la. Tais ferramentas foram importadas dos EUA, Japão, Itália, Alemanha e Israel.

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A Cisco também tem uma participação no desenvolvimento de ferramentas de segurança para os jogos do Rio com uma unidade móvel de comunicação, para o caso emergencial de queda ou corte nas comunicações. O Centro de Operações (COR) da prefeitura carioca estará encarregado do caminhão que possui conexão a rádio ou satélite diretamente ligado com a central. O veículo, que foi desenvolvido logo após o furacão Katrina, em 2005, também pode oferecer conexão Wi-Fi de onde estiver.

Robozinhos obviamente estarão presentes

Não podendo ficar fora da lista de tecnologias militares, os robôs também terão participação neste esquema de segurança. O iRobit, por exemplo, é um robô antibomba fabricado nos Estados Unidos e funcionará como parte do Esquadrão Antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Ele vem com sensores para detectar materiais explosivos e uma câmera na parte superior, e uma de suas habilidades é remover artefatos e desativar bombas com jatos d'água. O robô, aliás, já havia sido usado na Copa do Mundo em 2014 e foi gentilmente doado pelo Ministério da Justiça ao estado do Rio.

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Um segundo exemplar, este aos cuidados do BOPE, é um minirrobô-câmera que estará nos locais em momentos de ameaça. É basicamente um carrinho de controle remoto capaz de filmar como um drone. Ele vem com iluminação infravermelha (ideal para ambientes onde a escuridão é total), resistente a impactos (podendo ser arremessado com força de 1.500g), câmera em P&B de baixa luminosidade, duas rodas de uretano fundido, estrutura de titânio.

Com toda essa parafernalha já é possível começar a pensar que o Rio estará seguro durante os jogos Olímpicos. Depois do evento, a coisa volta a ficar incerta...

Fonte: Gizmodo