Polícia liga grupo cibercriminoso à máfia italiana e prende mais de 100 pessoas
Por Felipe Demartini | Editado por Jones Oliveira | 22 de Setembro de 2021 às 09h45
A modernização chegou a uma das organizações criminosas mais tradicionais do mundo, quando a Europol anunciou a prisão de 106 pessoas, pertencentes a uma quadrilha de cibercriminosos que teria ligação direta com a máfia italiana. O grupo teria sido responsável por fraudes equivalentes a mais de US$ 11,7 milhões apenas no ano passado, a partir de ataques que envolviam a clonagem de chips de smartphones, e-mails fraudulentos e roubo de credenciais.
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A operação que levou ao fim da quadrilha envolveu a cooperação da Europol com as autoridades da Itália e Espanha. A maior parte das prisões aconteceu no Tenerife, região espanhola das Ilhas Canárias, onde a polícia afirmou que ficava a base central da operação, que envolvia uma estrutura de pirâmide organizada e diferentes indivíduos com cargos bem definidos.
Os acusados, em sua maioria cidadãos italianos, tinham funções que iam desde o recrutamento de novos membros para as atividades de intrusão e lavagem de dinheiro, laranjas para receberem os montantes furtados e, claro, especialistas em cibercrime. O grupo também parecia engajado na clonagem de cartões de crédito, a partir de maquininhas comprometidas, e no plantio e distribuição de maconha.
Segundo as autoridades, foram centenas de vítimas em uma série de golpes que envolviam, principalmente, e-mails fraudulentos voltados a italianos. O foco era convencer as vítimas a enviarem grandes quantias a contas bancárias sob o controle dos criminosos, com o montante, na sequência, sendo pulverizados por meio de empresas fantasmas e laranjas, além da compra de criptomoedas.
Os 106 presos na operação serão acusados de crimes como lavagem de dinheiro, fraude bancária, fraude online e tráfico de drogas, entre outros. Os trabalhos também envolveram o congelamento de 118 contas bancárias que faziam parte dos trabalhos da quadrilha e mandados de busca e apreensão em 16 endereços, onde foram apreendidos 224 cartões de crédito e diversos outros dispositivos eletrônicos, bem como terminais de pagamento, chips de celular, pés de maconha e equipamentos voltados ao cultivo da erva.
No comunicado sobre as prisões, a Europol enalteceu a cooperação entre as forças policiais da Itália e da Espanha, com especialistas forenses e em crimes digitais sendo enviados ao Tenerife para auxiliarem nas buscas, apreensões e prisões. As autoridades, por outro lado, não disseram por quanto tempo a quadrilha esteve ativa, enquanto os acusados, agora, permanecem à disposição da justiça.
Fonte: Europol