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Polícia Civil prende membros da quadrilha "limpa-conta" de celulares roubados

Por| Editado por Claudio Yuge | 16 de Julho de 2021 às 21h20

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Envato/twenty20photos
Envato/twenty20photos

Quatro homens apontados como integrantes de uma quadrilha especializada no desbloqueio de celulares foram presos na manhã desta sexta-feira (16) pela Polícia Civil de São Paulo. As prisões fazem parte da operação Meucci, batizada em referência ao italiano Antonio Santi Giuseppe Meucci (1808-1889), criador do Teletrofone, ou “telégrafo falante”, considerado o precursor do telefone.

A organização criminosa é acusada de praticar a ação conhecida como “limpa conta”, em que os aparelhos são invadidos e as contas bancárias saqueadas. A polícia diz que os criminosos usam softwares específicos para burlar sistemas de segurança de smartphones, mesmo os que usam tecnologias como reconhecimento facial, biometria e senhas alfanuméricas. Os golpistas atuam na região central da capital paulista.

Além das prisões, os policiais apreenderam telefones celulares e equipamentos eletrônicos usados no desbloqueio de smartphones. Os dispositivos serão periciados para identificar quais foram as contas bancárias invadidas pela quadrilha e os valores desviados delas.

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Roberto Monteiro, delegado titular da 1ª Delegacia Seccional, responsável pela região central de São Paulo, diz que, depois de desbloquear o aparelho, os golpistas usam um software para explorar o conteúdo e fazer a extração de dados. “Aí, eles avaliam a relevância do que tem no celular. Se percebem que a vítima tem recursos, informações importantes, usam outro software para tirar essas informações e passam a aplicar golpes, principalmente por meio do Pix.”

Os policiais acreditam que a quadrilha pode ser a responsável pelo ataque ao vereador Marlon Luz (Patriota) em junho. Após ter o celular furtado, R$ 67 mil foram retirados de suas contas bancárias a partir dos aplicativos de banco existentes no aparelho. Essa modalidade criminosa tem crescido principalmente no centro da capital paulista. Há, ainda, relatos de vítimas no interior do estado, como na região de Campinas (SP).

Conhecimento técnico

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O suspeito de ser o chefe da quadrilha é um homem de 30 anos, natural da Guiné-Bissau. Ele mantinha quatro apartamentos no mesmo prédio na rua Guaianazes, no centro da cidade. Todo o entorno é vigiado por um sistema de câmeras de monitoramento que, para os policiais, impediu que ele fosse preso.

O endereço é considerado pelos investigadores como o Triângulo das Bermudas de aparelhos furtados. “Esse prédio é o campeão de desaparecimento de localização de smartphones. Quando a polícia vai atrás de uma localização nesse lugar, chega lá e é um prédio enorme”, diz Monteiro.

Esse tipo de desbloqueio não usa engenharia social. Em vez disso, técnicos especializados trocam o chip dos aparelhos para investigar informações e, a partir desses dados, adivinhar as senhas da vítima. Depois, usam o chip original para saquear as contas.  Criminosos ouvidos por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) relataram a existência de uma quadrilha que desbloqueia celulares com um software.

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O trabalho policial foi desenvolvido ao longo de seis meses pelos policiais do 8º Distrito Policial (Brás/Belém). “Infelizmente, apesar de as empresas fabricantes de celulares terem vários itens de segurança, os criminosos conseguem desbloquear. Aí, desbloqueando, é um campo muito vasto para pesquisa”, afirma Monteiro.

Fonte: Folha de S.Paulo