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Novo padrão do Google para a web pode barrar funcionamento de adblockers

Por| 28 de Agosto de 2020 às 10h43

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Divulgação/Google
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A proposta do Google para aumentar a segurança e a integridade da navegação na internet diante de diferentes tipos de conexões, telas e velocidades são os Web Bundles. O sistema baixa todos os dados e informações de uma página em um arquivo único, no formato WBN, mas também, está sendo apontado como um adversário de sistemas que privilegiam a privacidade, impedem a coleta de dados de visitantes e bloqueiam a exibição de anúncios.

Quem levanta alerta sobre esse tema é Peter Snyder, pesquisador de segurança sênior da Brave Software, que desenvolve um browser de mesmo nome e com foco, justamente, na privacidade. Segundo ele, o novo formato do Google não trabalha das maneiras adequadas com a coleta de dados, unindo essa característica a outros elementos essenciais da navegação, o que inclui também a exibição de anúncios, que pode tornar sistemas de ad blocking inúteis.

O problema, diz ele, vem sendo apontado desde fevereiro e voltou a ser ressaltado agora, sob a alegação de que, ao unir todos os elementos dentro de um único arquivo, o Google estaria impedindo a análise de recursos específicos e também a escolha dos usuários de impedir a execução de certos elementos. Snyder compara a ideia a um PDF, um arquivo mais fechado e menos customizável do que um documento de texto comum, que pode ser alterado do todo até seus pequenos detalhes.

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Isso levaria, de acordo com ele, a novas portas de ataques mais difíceis de serem identificados, que podem envolver a ocultação de URLs maliciosas em arquivos WBN de forma aleatória, dificultando a vida dos pesquisadores em segurança. Outros elementos como mineradores de criptomoedas e rastreadores também poderiam ser escondidos entre os dados da mesma maneira, com os softwares de proteção também enfrentando complexidade maior para localizar elementos suspeitos em meio a arquivos fechados.

Snyder afirma, ainda, estar tentando contatos para mudar o protocolo desde o início do ano, adicionando salvaguardar de segurança, mas sem sucesso. O sistema ainda está em desenvolvimento, sem data para ser colocado em uso, mas o pesquisador pede que os envolvidos interrompam os trabalhos até que as questões relacionadas à proteção individual e privacidade sejam abordadas e solucionadas pelos times responsáveis. Na visão dele, por mais que os Web Bundles resolvam problemas de integridade, tais positivos não podem vir acompanhados de negativos dessa categoria.

Coro

Snyder se une a outros desenvolvedores web que, no passado, já expressaram sua insatisfação com o sistema proposto pelo Google. Um exemplo é Maciej Stachowiak, engenheiro que trabalhar no WebKit, da Apple. Ele foi ainda mais direto na crítica, afirmando que aquilo que o Google chama de novo padrão é, na realidade, uma forma de moldar a web e garantir mais acesso aos próprios serviços, uma vez que as páginas no formado WBN seriam servidas a partir da infraestrutura da própria companhia. Novamente, a objeção seria em relação à privacidade não apenas dos usuários, mas também de webmasters.

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O Google não falou oficialmente sobre o assunto, mas um de seus engenheiros, Alex Russell, contrapôs os pontos de Snyder por meio do Twitter. Ele admite que existem questões de privacidade a serem discutidas em um protocolo que continua em desenvolvimento e está longe de ser adotado, mas afirma que o pesquisador da Brave interpretou de forma errada diversos pontos da tecnologia, como o fato de ela manipular URLs ou entregar conteúdos única e exclusivamente por meio dos arquivos.

Fonte: The Register