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Ministro de cibersegurança do Japão afirma não utilizar computadores

Por| 15 de Novembro de 2018 às 14h48

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Yoshitaka Sakurada é um dos ministros de maior importância do atual governo japonês, responsável pelos esforços do país em cibersegurança e um dos grandes nomes por trás das medidas de proteção da nação durante as Olímpiadas de 2020. É um cargo de alto nível e responsabilidade, que agora está no centro de um possível escândalo político depois de ele ter admitido que jamais utilizou um computador em seus mais de 40 anos de carreira.

A declaração foi dada nesta quarta-feira (14) diante do parlamento japonês. Em sua fala, ele não apenas afirmou permanecer longe de qualquer tipo de tecnologia como também demonstrou pouca intimidade com conceitos básicos do setor. Quando questionado, por exemplo, sobre ataques hackers que utilizem pendrives comprometidos em instalações nucleares japonesas, ele se mostrou confuso, não sobre o funcionamento de golpes desse tipo, mas sobre o que, exatamente, é um dispositivo USB.

A recusa a utilizar computadores e dispositivos tecnológicos não se resume apenas a ele, mas também a outros membros de seu gabinete. Sakurada foi apontado como ministro da cibersegurança do Japão em outubro, enquanto o país se encontra em seus preparativos para receber as Olímpiadas e as Paralímpiadas, em 2020. A proteção digital, obviamente, é de atenção especial para o governo, principalmente depois dos ataques hackers que atingiram a última edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, que aconteceram neste ano na China.

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As declarações geraram uma reação inflamada da oposição, com Masato Imai, um dos líderes da bancada contrária ao atual governo japonês, citando como “inacreditável” a notícia de que alguém nada íntimo com tecnologia está diante dos esforços relacionados à cibersegurança. Online, as piadas estão correndo soltas, enquanto o governo ainda não tomou atitudes quanto às revelações, que soam como bastante constrangedoras para o recém-reeleito primeiro ministro, Shinzo Abe, que indicou Sakurada para o cargo.

Não é a primeira vez, também, que o ministro comete gafes em declarações públicas. No início de novembro, ele quase gerou um incidente diplomático quando disse não saber sobre os esforços de Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, e também do ministro dos esportes da Coreia do Norte, Kim Il-guk, em prol de permitir a participação do país asiático nos Jogos. Oficiais do governo da nação são proibidos de entrar no Japão há décadas, enquanto Sakurada, ao falar sobre o caso, não apenas afirmou o desconhecer, como também não ter relação alguma com esse tipo de coisa.

Em outra declaração que virou piada, quando perguntado quanto o governo japonês investiria nos Jogos Olímpicos, sua resposta foi “¥ 1.500”, o equivalente a menos de R$ 50. A cifra real é de ¥ 150 bilhões.

Fonte: The Guardian