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Greve no Banco Central pode levar a “apagão de dados”, dizem fontes

Por| Editado por Claudio Yuge | 04 de Abril de 2022 às 20h00

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Divulgação/Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Divulgação/Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A greve dos servidores do Banco Central, que teve início na sexta-feira passada, pode gerar um “apagão” de dados no mercado financeiro, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. A justificativa para isso foram as paralisações diárias e operação-padrão dos funcionários nas últimas semanas, que já adiaram alguns conteúdos.

As notas econômico-financeiras com estatísticas dos setores externo, crédito e fiscal, além de indicadores como fluxo cambial semanal, tiveram suas divulgações paralisadas sem previsão de retorno. Se a paralisação dos funcionários continuar, espera-se que o relatório Focus — com projeções para os principais indicadores da economia —, o fluxo cambial, o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) e o relatório de poupança não sejam liberados na semana que vem.

A falta desses dados a médio prazo pode dificultar o cálculo de projeções econômicas. Uma alternativa para o mercado financeiro seria as proxies, um conjunto de dados usados para obter uma aproximação de certos indicadores. Mas de acordo com André Galhardo, economista-chefe da consultoria Análise Econômica, o modelo é trabalhoso e às vezes não é tão preciso.

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Outra fonte ouvida pelo jornal — Eduardo Velho, economista-chefe da gestora JF Trust — disse que a concessão do reajuste aos grevistas pode elevar o risco fiscal do país porque vai incentivar outras carreiras a buscarem aumento. Por outro lado, se a paralisação se estender, serviços e divulgações serão prejudicados.

O que pedem os grevistas ao Banco Central

Os servidores pedem reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira, que exigiria nível superior para técnico (hoje, o cargo é de nível médio) e alteraria a nomenclatura de analista para auditor, por exemplo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reuniu na terça-feira passada com servidores, mas não houve acordo. Ele também decidiu tirar férias nos primeiros dias da paralisação, levando a críticas dos trabalhadores.

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Em nota à imprensa, o Banco Central disse que reconhece o direito dos servidores de promoverem greve, mas que "confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade" dos funcionários servidores e em seu "compromisso com a instituição e com a sociedade". Além disso, afirma ter planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos, os mercados e as operações das instituições reguladas, como STR, Pix, taxa Selic e outros.

Fonte: Valor Econômico