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Google Analytics: Itália, Áustria e França acusam serviço de violar privacidade

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Junho de 2022 às 22h40

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Nathana Rebouças/Unsplash
Nathana Rebouças/Unsplash

Já são três o número de países da União Europeia que estão proibindo o uso do Google Analytics. De acordo com o Android Police, o motivo seria as violações que a plataforma de medição de audiência de sites teria cometido contra o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, em inglês).

França, Áustria e Itália são as nações europeias que até agora se levantaram contra o serviço do Google. O governo federal italiano foi o mais recente: a GPDP, órgão de concorrência do país, divulgou na quinta-feira (23) que conjuntos de dados de pessoas, como endereços IP, data e hora dos acessos e informações do navegador de internet, são coletados via cookies e enviados aos Estados Unidos "sem um nível adequado de proteção".

A entidade italiana citou a provedora local de serviços web Cafeína Media, dando à empresa 90 dias para adequar o serviço do Google Analytics à GDPR. Do contrário, será ordenada a suspensão do envio de dados coletados para os EUA.

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Em dezembro do ano passado, o governo da Áustria tomou decisão semelhante após confirmar que um site focado em saúde chamado netdoktor.at, que exportava dados de internautas aos EUA por causa do uso do Google Analytics, havia violado o GDPR. No começo de junho deste ano, foi a vez da entidade de proteção de dados CNIL, da França, emitir avisos formais para outras organizações corrigirem o uso da plataforma do Google.

O Analytics, uma das ferramentas de métricas de internet mais usadas por pessoas e empresas, vai sofrer uma grande mudança neste ano. Em março, o Google disse que vai aposentar as versões Universal Analytics da ferramenta até o ano que vem. Em seu lugar, surgirá o Google Analytics 4 (GA4), surgido em 2019 e com mais recursos.

Decisão de 2020 mudou o jogo de dados entre Europa e EUA

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Todas essas decisões são consequências de uma batalha legal encerrada em 2020. O Tribunal de Justiça da União Europeia derrubou um importante acordo de fluxos de dados entre o bloco e os EUA chamado Privacy Shield. O caso é conhecido informalmente como Schrems II, porque o ativista e advogado de privacidade Max Schrems foi o responsável por iniciar o processo.

A decisão sobre o Schrems II considerou que os programas invasivos de vigilância dos EUA quebraram o acordo estabelecido entre União Europeia e EUA no Privacy Shield, e com isso tornaram ilegais qualquer tipo de transferência de dados pessoais com base na acordo transnacional. Mais de 5.300 empresas norte-americanas usavam o "Escudo de Dados" como base para manter negócios de tecnologia na Europa. Após a decisão superior, os países do bloco começaram a contra-atacar empresas americanas que fazem esse tipo de transferência de dados.

Google diz que Analytics não identifica indivíduos

Procurado pelo Canaltech, o Google disse que o Analytics "ajuda os editores a entender como seus sites e aplicativos estão funcionando para os seus visitantes, porém, sem identificar ou monitorar indivíduos pela web". Diz que as empresas que usam o serviço, e não o Google, controlam quais dados são coletados com essas ferramentas e como são usados. "O Google ajuda fornecendo uma série de proteções, controles e recursos para estar em conformidade com as exigências legais", complementou a nota.

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Fonte: Android Police, Techcrunch (1, 2, 3, 4)