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Funcionários terceirizados da Amazon teriam acesso a gravações da Cloud Cam

Por| 14 de Outubro de 2019 às 10h45

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Funcionários terceirizados da Amazon teriam acesso a gravações da Cloud Cam
Funcionários terceirizados da Amazon teriam acesso a gravações da Cloud Cam
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Neste ano, praticamente todas as grandes empresas de tecnologia foram acusadas de permitir que funcionários ouçam gravações de conversas pessoais de seus clientes sob a desculpa de que é necessário revisar essas conversas para garantir melhores interações de seus assistentes virtuais. Mas parece que a Amazon — que já se viu em maus-lençóis por conta de conversas gravadas pela Alexa — está levando esse problema para outro nível.

Na última quinta-feira (10), a Bloomberg revelou que funcionários terceirizados pela Amazon na Romênia e na Índia estão revisando gravações feitas pelas câmeras da Amazon Cloud Cam, a câmera de segurança da Amazon que começa a gravar sempre que detecta um movimento e envia notificações aos usuários para avisar sobre pessoas suspeitas onde estão instaladas. O objetivo dessas revisões seria treinar a IA dessas câmeras para conseguir identificar melhor quando o movimento é de algum gato passando na frente da câmera ou quando é um humano.

De certa forma, essa descoberta não é tão grave quanto a das gravações da Alexa. Isso porque enquanto as gravações de áudio eram feitas de forma automática pelos equipamentos da empresa sem o usuário poder escolher se ia participar ou não, e sem explicar para eles exatamente o que seria feito com essas gravações, no caso da Cloud Cam todos os clipes avaliados são submetidos voluntariamente pelos usuários ou pelos instaladores, que enviam os vídeos de teste da instalação.

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Mesmo assim, o fato desses vídeos serem avaliados por funcionários terceirizados mostra como a Amazon não se preocupa muito com a privacidade de seus clientes. Isso porque, ainda que o envio seja voluntário, essa escolha é feita durante a primeira utilização do sistema, e não vídeo a vídeo. Assim, muitas vezes são enviados para revisão alguns vídeos bem pessoais - incluindo algumas cenas de sexo - e, apesar de seus contratos e da suposta proteção existente no sistema, funcionários responsáveis por essas revisões revelaram que já compartilharam esses vídeos entre si em grupos de WhatsApp ou outros aplicativos similares.

Em seu evento anual de lançamento de produtos que aconteceu no ano passado, o chefe do departamento de hardware da Amazon, David Limp, fez um longo discurso sobre proteção de dados e privacidade e revelou até a introdução de um “Home Mode” para as câmeras Amazon Ring. Nesse modo, o usuário pode ativar e pausar toda a gravação de áudio e vídeo da câmera.

Apesar dos problemas de privacidade que esses sistemas podem apresentar, é preciso lembrar que todos esses vídeos foram enviados para a Amazon com a permissão do usuário. O analista de tecnologia Patrick Moorhead afirma que as pessoas não podem achar que estão livres de responsabilidade pessoal sobre o uso que fazem da tecnologia. Então, se você instala uma câmera de segurança para gravar qualquer movimentação estranha e aceita enviar as imagens gravadas por ela para que a empresa que fabricou a câmera melhore o funcionamento dela, evite transar em qualquer local onde essa câmera está posicionada para gravar, pois poderá te poupar muita dor de cabeça.

Fonte: CNET