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Firmwares desatualizados são brecha para hackers em milhões de componentes

Por| 18 de Fevereiro de 2020 às 12h59

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Seu computador são muitos dentro de um, como aponta a pesquisa da Eclypsium. A empresa eespecializada em segurança divulgou um estudo que serve como um alerta quanto a firmwares desatualizados em componentes como placas Wi-Fi, câmeras, trackpads, portas USB e tantos outros, que da mesma forma que sistemas operacionais ou placas-mãe, também podem servir como portas de entrada para ataques hackers.

A conclusão, claro, é catastrófica, com a segurança de tais itens “menores” sendo negligenciada desde os fabricantes até usuários, acabando por rodar versões defasadas de seus sistemas, muitos sem criptografia ou protocolos comuns de segurança. A pesquisa se concentrou em notebooks de três fabricantes — Dell, Lenovo e HP —, bem como em placas de rede da Broadcom e hubs USB da Via Labs, disponíveis em uma infinidade de laptops e dispositivos do tipo.

O resultado foi a descoberta de milhões de dispositivos vulneráveis ao tipo mais comum de brecha relacionada ao firmware, que envolve a instalação de uma versão customizada por um atacante. Em todos os casos, a falha é a mesma, com os dispositivos não checando se o sistema que está sendo instalado efetivamente corresponde a uma fonte legítima, um mecanismo de segurança relativamente simples que, na visão dos especialistas, resolveria a esmagadora maioria dos problemas.

As explorações variam de acordo com a categoria do dispositivo. Em webcams, por exemplo, o caminho mais direto é o da espionagem de usuários, enquanto placas Wi-Fi e hubs USB podem permitir a interceptação de dados trafegados pelos hackers, levando à obtenção de dados pessoais, credenciais bancárias e até mesmo chaves de segurança que utilizem formatos físicos. Além disso, em todos os casos, a equipe da Eclypsium conseguiu emular o uso de teclados ou mouses, dando controle total do computador para um atacante conectado remotamente.

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No caso das placas da Broadcom, os especialistas foram além e, em uma prova de conceito, demonstraram como, a partir de uma única placa comprometida, seria possível assumir controle de todos os computadores conectados, tendo acesso a seus dados a partir de máquinas virtuais ou enviando comandos de execução remota a eles. Um sério problema, já que, aqui, falamos não apenas de notebooks, mas também de componentes que estão em servidores corporativos.

Na maioria dos casos, os ataques precisam ser arrojados, exigindo acesso físico à máquina. Um comprometimento na linha de montagem, por exemplo, seria capaz de colocar milhares de máquinas em risco e, em alguns casos, uma invasão desse tipo pode se tornar quase impossível de combater, uma vez que uma espécie de contaminação cruzada pode acontecer — o firmware infectado de um componente pode ser programado para infectar outros, e mesmo quando uma versão legítima, mas não atualizada e vulnerável, é instalada, o que está ao lado pode refazer o processo.

As conclusões do estudo foram compartilhadas com as fabricantes. A Dell afirmou estar estudando os resultados e aplicando mitigações e atualizações onde é possível, enquanto a Lenovo disse já ter conhecimento prévio das aberturas e trabalhar ao lado de fornecedores e distribuidores para que protocolos de segurança sejam implementados.

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Fonte: Wired