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Estado Islâmico tentou aplicar golpe usando máscaras de proteção contra COVID

Por| 14 de Agosto de 2020 às 12h45

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Reprodução: Freepik
Reprodução: Freepik

A falta de máscaras de segurança e equipamentos de proteção individual nas primeiras semanas de pandemia do novo coronavírus foi usada pelo autoproclamado Estado Islâmico em tentativas de golpes contra usuários ocidentais. A afirmação aparece em relatório do Departamento de Justiça do governo americano, que cita este como um dos três esquemas cibernéticos que vinham sendo usados para financiar as operações do grupo.

O golpe foi lançado em meados de março e envolveu páginas no Facebook e um site ligado a uma suporta empresa chamada Face Mask Center. Ela prometia possuir, em estoque, máscaras N95 em um momento de falta generalizada desse tipo de artigo. Os equipamentos poderiam ser comprados em unidades e também em lotes grandes; respiradores e outros equipamentos de proteção individual também estariam sendo comercializados pela empresa.

De acordo com o relatório do governo americano, as máscaras listadas no site não eram de modelos aprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e pior ainda, não existiam. Tudo não passava de um esquema para roubar informações financeiras e levar vítimas a transferirem dinheiro para a suposta empresa.

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Foi a negociação com um americano, porém, que chamou a atenção do FBI. O indivíduo não identificado trabalha com o fornecimento de equipamentos de proteção individual para clínicas, asilos e unidades dos bombeiros e teria conversado com o Face Mask Center para compra de um lote de máscaras a preços, inclusive, abaixo do mercado, em um momento de escassez e no qual as poucas unidades disponíveis eram vendidas a valores altos.

Todo o esquema seria de autoria de Murat Cakar, indivíduo que é apontado pelo governo americano como um “facilitador” de operações cibernéticas do ISIS. Como parte da investigação, o governo americano assumiu o controle do site do Face Mask Center e de quatro páginas no Facebook que eram usadas para divulgar os artigos da falsa loja. As autoridades não informaram se o esquema deu certo nem estimaram o montante que possa ter sido transferido ao grupo como parte dessa operação.

A tentativa de golpe envolvendo máscaras de proteção, porém, é citada como apenas a ponta menor de uma operação cibernética de grande escala, voltada para financiar as operações de grupos terroristas por meio de golpes e campanhas de financiamento coletivo usando criptomoedas. Seria, segundo o governo, uma forma de angariar apoiadores ocidentais sem que seja possível bloquear ou rastrear a origem dos fundos.

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O relatório das autoridades cita outras duas ocorrências. Uma delas foi executada pelas Brigadas al-Qassam, braço militar do grupo palestino Hamas, que desde o início de 2019, utilizaria perfis em redes sociais e sites oficiais para solicitar doações em diferentes criptomoedas, com direito até mesmo a tutoriais em vídeo sobre como fazer isso. O governo americano disse ter assumido o controle de 150 carteiras ligadas a essa operação, além de estar investigando suspeitos de terem contribuído com a campanha.

O segundo caso está ligado a um braço da Al-Qaeda na Síria e, também utilizaria criptomoedas para financiar a luta armada. O grupo teria criado perfis de campanhas humanitárias falsas em redes sociais para angariar fundos, utilizando também mensageiros instantâneos como o Telegram para contatar apoiadores, alertar sobre campanhas e coordenar o envio de valores. Neste caso, o governo dos EUA diz estar rastreando 155 carteiras.

Fonte: Departamento de Justiça dos EUA