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Especialista avisa: ataques cibernéticos serão ainda mais comuns em 2021

Por| 20 de Dezembro de 2020 às 14h00

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Reprodução: Microsoft
Reprodução: Microsoft

Os golpes cibernéticos explodiram em 2020 e a tendência é que, no ano que vem, eles se tornem ainda mais comuns, na medida em que os regimes de home office ou híbridos se tornam rotina e o comércio eletrônico, grande aliado dos quarentenados durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), permaneça com números em alta. Empresas e governos seguem na mira, ao lado de indústrias de cosméticos, saúde, operadoras de telefonia, hotéis e sistemas financeiros.

São as informações da Fortinet em um relatório de inteligência de ameaças para a América Latina. De acordo com os dados da empresa especializada em segurança digital, só no Brasil, foram 3,4 bilhões de tentativas de golpe apenas entre janeiro e setembro deste ano. É um dos maiores índices da América Latina que, no total, registrou 20 bilhões de casos nos nove primeiros meses deste ano. É só o começo de uma história de multiplicação que deve seguir 2021 adentro.

Para Thiago Bordini, especialista de cibersegurança e professor do curso de pós-graduação em Cyber Security no Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (IDESP), há uma boa adaptação dos brasileiros às novas tendências de trabalho e consumo, mas também, uma dificuldade em acompanhar a evolução destas tecnologias. “O Brasil se adaptou bem ao home office, ao comércio eletrônico e aos aplicativos de serviços, [mas] isso acaba abrindo uma porta para os hackers. É inevitável que aumentem os números de tentativas de roubos de dados”, explica.

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Na visão do professor, o acesso à informação sobre segurança digital, com suporte do mercado, além de um endurecimento de leis sobre crimes digitais, da parte do governo, são caminhos para equilibrar o cenário. Entretanto, Bordini destaca que essa não é uma tarefa fácil, já que para as empresas, o volume de informações a serem analisadas em busca de indícios de fraude se torna cada vez maior, enquanto os criminosos se especializam e se tornam mais sofisticados.

Ataques de phishing via e-mail seguem em alta em 2021

A principal tendência para 2021 seguem sendo os golpes por e-mail, com as tentativas de phishing correspondendo a 65% das detecções deste ano, juntamente com as portas abertas por atores internos (34%). De acordo com os dados, 94% dos malwares que efetivamente infectaram sistemas em 2020 foram entregues por correio eletrônico, com ataques envolvendo engenharia social que atingem diretamente os usuários e ultrapassam barreiras de segurança.

Na visão de Bordini, a motivação é sempre financeira e os hackers estão cada vez mais de olho em dados como CPF, endereço e nomes completos, além de dados bancários. No primeiro caso, a ideia é revender as informações ou chantagear as vítimas, enquanto as fraudes são reflexo direto do segundo. O professor destaca, ainda, o uso de malwares com sistemas de inteligência artificial para encontrar padrões e evitar detecção por softwares de segurança.

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Já no caso das empresas, os ransomwares seguirão como tendência, com os golpes duplos que vêm sendo registrados semana a semana. Além de invadirem sistemas e travarem os dados, os hackers também são capazes de extrair as informações, pedindo resgate não apenas para liberar as redes comprometidas, mas também para que não liberem conteúdo sensível ou sigiloso publicamente, o que também pode fazer com que as instituições atingidas incorram em multas regionais por conta de legislações de proteção à privacidade.

Nesse sentido, cursos de inteligência de ameaças também precisam crescer, de forma a preparar os profissionais para tais desafios. A perspectiva ISC², um consórcio internacional voltado para certificação e combate a ameaças digitais, é de que o mercado de educação em cibersegurança precisa crescer 89% para dar conta do novo fluxo de perigos do ambiente digital, de forma que não faltem profissionais qualificados.

Fonte: Daryus