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Crimes virtuais dobraram em 2019 e este ano deve ser ainda pior

Por| 20 de Maio de 2020 às 08h20

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Os crimes financeiros se tornaram a grande menina dos olhos dos hackers em 2019, com o número de ataques contra corporações mais do que dobrando em relação ao ano anterior. Os números são de uma pesquisa sobre segurança digital da operadora norte-americana Verizon, que analisou 32 mil incidentes contra empresas de 81 países e pintou um panorama perigoso no qual os problemas parecem estar apenas começando, sobretudo quando se leva em conta o que já foi registrado em 2020.

De todos os casos analisados pelos pesquisadores, quatro mil foram confirmados, ou seja, com hackers obtendo sucesso e efetivamente gerando prejuízos a seus alvos. A pesquisa também demonstrou que, em 2019, os criminosos passaram a se focar cada vez mais nos crimes financeiros, principalmente por meio de ransomwares direcionados, e menos em exposições de dados ou roubo de credenciais. No ano passado, 86% dos casos registrados em todo o mundo foram dessa categoria.

91% dos casos registrados na América do Norte tiveram motivação financeira; esse fim também é maioria na Europa, com 70%, e na África e Oriente Médio, com 63%. Os setores mais atingidos foram os de indústria, varejo, serviços financeiros, seguros, educação, saúde e organizações públicas, nesta ordem. Em 61% dos casos, o vetor foi um ransomware, com os dados das corporações sendo sequestrados e com promessa de devolução apenas mediante pagamento.

Por mais que a grande motivação do momento seja financeira, os golpes envolvendo roubos de credenciais também fazem parte do sistema, se tornando um meio para o fim. De acordo com a pesquisa, 67% dos casos foram bem-sucedidos depois que os hackers tiveram sucesso no roubo de credenciais de funcionários ou parceiros das organizações. As comunicações fraudulentas chegam por e-mail ou redes sociais, com a Verizon reforçando a necessidade de treinamento para que os colaboradores não caiam nessa.

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O estudo também demonstrou um pico de crescimento em intrusões baseadas em brechas de segurança, com alta de 43% em casos desse tipo. No geral, as identificações de ransomware aumentaram 27%, enquanto apenas 18% das companhias afirmaram que seus sistemas de segurança digital bloquearam pelo menos uma tentativa de ataque ao longo de 2019.

Para Tami Erwin, CEO da Verizon Business, os números apontam para um precedente perigoso, com a perspectiva de que a quantidade de crimes financeiros aumente em 2020 sendo acelerada pela pandemia. O estado irregular da segurança digital em empresas que tiveram de acelerar a adoção do home office apenas contribuiu para isso, enquanto os números preliminares do começo deste ano apontam para um novo pico.

Para Erwin, mais do que trabalhar em medidas adicionais de proteção para dispositivos usados em redes domésticas e o tráfego de dados fora de infraestruturas próprias, o trabalho de educação é essencial. Segundo ela, na medida em que os esquemas de phishing se tornam mais arrojados e sofisticados, bem como aparecem como a principal artimanha dos criminosos, os colaboradores precisam estar prontos para identificarem tentativas de intrusão.

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Fonte: Verizon Business