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Autor de malwares assume culpa em golpes de mais de US$ 568 milhões

Por| 07 de Agosto de 2020 às 13h05

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Autor de malwares assume culpa em golpes de mais de US$ 568 milhões
Autor de malwares assume culpa em golpes de mais de US$ 568 milhões

Mais um membro-chave da Infraud Organization, uma das maiores organizações voltada a crimes financeiros digitais do mundo, deve ir para a prisão. Valerian Chiochiu, de origem moldava e residente nos Estados Unidos, admitiu sua participação no esquema criminoso que roubou mais de US$ 568 milhões e, também, a culpa pela criação do FastPOS, um dos principais malwares utilizados pelo grupo no roubo de informações bancárias e de cartão de crédito.

Chiochiu, que atendia por pseudônimos como Onassis, Flagler, Socrate ou Eclessiastes, respondia ao processo em liberdade e, agora, deve receber sentença no dia 11 de dezembro. Ele admitiu sua culpa em acusações de formação de quadrilha, conspiração e fraude financeira, sendo apontado como um dos responsáveis pela criação de um dos malwares mais utilizados pela organização criminosa ao longo de seus quase oito anos de atuação.

O FastPOS, como o nome indica, é uma praga que ataca terminais de pagamento em pontos de venda físicos. Ele é capaz de infectar computadores responsáveis pela operação de máquinas de cartão de crédito e roubar dados dos clientes, que são enviados a servidores sob o controle dos hackers. Uma variante do malware também atingia sistemas de comércio eletrônico, com a mesma finalidade.

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A investigação sobre a atuação da Infraud Organization começou em 2016, com dados de 2017, divulgados pelo departamento de justiça dos Estados Unidos, indicando que o esquema contava com quase 11 mil membros espalhados pelo mundo. Em sua maioria, eram usuários dos malwares desenvolvidos pelo grupo ou cadastrados em fóruns de compartilhamento de técnicas; em fevereiro de 2018, 36 membros da organização, considerados como seus líderes, foram presos. Chiochiu não estava entre eles, mas para os oficiais, este segundo indiciamento é mais uma vitória sobre a quadrilha.

O especialista é o segundo membro da organização a declarar culpa pelo seu envolvimento no esquema; em junho, um de seus fundadores, Sergey Medvedev, também se declarou culpado de conspiração, formação de quadrilha e fraude. O líder está preso desde 2018, tendo sido localizado na Tailândia com mais de 100 mil Bitcoins em sua posse, um valor que, à época, era equivalente a US$ 822 milhões e seria fruto da operação da Infraud e também de seu envolvimento em outros esquemas de roubo de dados financeiros.

O fundador do esquema, porém, continua foragido. O ucraniano Svyatoslav Bondarkeno é alvo de acusações de conspiração e fraude pelo governo dos EUA, mas seu paradeiro é desconhecido. De acordo com as autoridades, ele teria abandonado seu envolvimento com a Infraud em 2015, pouco antes do início das investigações que, mais tarde, levaram o grupo a ser desbaratinado.

O departamento de justiça dos Estados Unidos também atualizou os números relacionados à operação da Infraud. Apesar de a cifra de US$ 568 milhões serem as perdas efetivas das vítimas do esquema, as autoridades estimam um prejuízo de mais de US$ 2,2 bilhões como resultado das atividades do grupo, envolvendo desde crimes praticados a partir da venda de malwares utilizados pela quadrilha até tentativas de intrusão que possam não ter sido bem-sucedidas, mas levaram ao fechamento de sistemas, bem como danos materiais ou patrimoniais.

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“Ao longo de sete anos, a Infraud e seus membros criaram uma sofisticada rede de extorsão e crimes cibernéticos, vitimando desde indivíduos e pequenos vendedores até grandes corporações e instituições financeiras”, afirmou o procurador geral assistente Brian C. Rabbit. De acordo com ele, a investigação continua, assim como o trabalho de cooperação com forças policiais internacionais, em busca dos membros restantes da Infraud e, também, da condenação daqueles que já estão presos ou foram localizados pelas autoridades.

Fonte: Departamento de Justiça dos EUA