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12 mil brasileiros são vítimas de clonagem de WhatsApp por dia

Por| 18 de Setembro de 2020 às 13h47

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Divulgação/WhatsApp
Divulgação/WhatsApp
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A clonagem de contas do WhatsApp se tornou o crime digital mais popular do Brasil em 2020, com nada menos do que 12 mil pessoas se tornando vítima dos ataques a cada dia. De acordo com números divulgados pelo dfndr lab, o laboratório especializado em segurança digital da PSafe, foram nada menos do 377,3 mil pessoas atingidas pela prática apenas no mês de agosto de 2020, um crescimento de mais de 90% em relação aos números registrados em janeiro deste ano.

De acordo com os números, São Paulo foi o estado mais atingido pelos ataques, com 68,5 mil pessoas afetadas, seguido do Rio de Janeiro (41,4 mil) e Minas Gerais (28,2 mil). Os golpes, segundo a PSafe, acompanham o crescimento de fraudes ligadas ao coronavírus, o tema mais em voga entre os ataques digitais não apenas no Brasil, mas também no restante do mundo.

A engenharia social é a base desse tipo de golpe, como conta Emilio Simoni, diretor do dfndr lab. Segundo ele, os golpistas podem se passar, por exemplo, como pesquisadores do Instituto DataFolha, realizando pesquisas sobre a pandemia, ou como representantes do TeleSUS, realizando consultas telefônicas sobre a saúde do usuário e seus familiares. Afirmando estarem fazendo um estudo, eles afirmam que um código será enviado ao celular e deve ser passado a eles para validar as respostas — se trata, na realidade, dos dígitos de verificação do WhatsApp, que está sendo ativado em outro celular durante a conversa.

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Uma vez clonada a conta, os criminosos se passam pela vítima e passam a pedir dinheiro para os contatos, afirmando que tiveram o cartão bloqueado e precisam de uma transferência ou pagamento urgente, entre outras variações do mesmo discurso. Novamente, aponta o especialista, é a engenharia social em ação, com a necessidade de rapidez sendo não apenas um fator de pressão para os contatos que envolvem amigos e familiares, enquanto, muitas vezes, o responsável pela conta ainda nem chegou a perceber o que está acontecendo.

Simoni aponta ainda um risco maior para quem trabalha com o mensageiro e pode acabar vendo informações pessoais de clientes, fornecedores e parceiros, além da própria empresa, caindo na mão dos criminosos após a clonagem. Tais dados, aponta, são valiosos tanto para as próprias operações de engenharia social quanto para outras práticas fraudulentas, que podem envolver desde o vazamento do que foi obtido até extorsões para que isso não aconteça. Ele ressalta, ainda, os prejuízos à confiança e imagem de uma marca oriundos de situações assim.

Top 3 golpes brasileiros

O especialista também chama a atenção para outras táticas usadas pelos criminosos para persuadir a vítima, como ofertas e promoções falsas no comércio eletrônico ou em redes de hotéis e restaurantes. Novamente, o código do WhatsApp é solicitado para validar o suposto benefício e a vítima acaba passando não apenas os dígitos, como também outros dados pessoais, possibilitando golpes que podem ir além da própria clonagem do mensageiro.

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As falsas promoções, inclusive, também aparecem entre os três maiores golpes usados contra os brasileiros. Em agosto, foram mais de 267 mil acessos e compartilhamentos de falsas ofertas desse tipo, enquanto as fake news, novamente, relacionadas à saúde, aparecem como a terceira categoria mais popular, com 13,3 mil detecções no último mês. No total, a PSafe identificou mais de 17 mil tentativas de fraude ativas no país, atingindo 4,6 milhões de pessoas.

Para se proteger, a PSafe indica o uso de uma solução de segurança em todos os dispositivos, que devem ser mantidas ativas e atualizadas. Além disso, é importante ativar a autenticação em duas etapas no WhatsApp, com o aplicativo passando a exigir um código adicional, que deve ser conhecido apenas pelo usuário, antes de ser acessado em um novo aparelho. Além disso, claro, a principal dica é manter a atenção redobrada às tentativas de golpe, jamais passando os dígitos de verificação do mensageiro para terceiros.

Fonte: Dfndr Lab