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Variante Delta engana sistema imune e dá baile em anticorpos, aponta estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Julho de 2021 às 18h05

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IciakPhotos/envato
IciakPhotos/envato

Nesta quinta (8), um novo estudo do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França apontou que a variante Delta do coronavírus pode resistir a alguns tipos de anticorpos, de forma a "enganar" o sistema imune humano. No entanto, o mesmo estudo apontou que duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca/Oxford são capazes de neutralizar.

Os pesquisadores testaram o poder de neutralização de anticorpos monoclonais (como o  bamlanivimab) contra a variante, e perceberam que os anticorpos do medicamento não foram capazes de se ligar à proteína spike da variante Delta. Além disso, o estudo constatou que a Delta foi menos inibida por anticorpos presentes no soro sanguíneo de pacientes que já tinham tido a COVID-19.

A análise envolveu o soro de 103 pessoas que já haviam sido infectadas com a COVID-19. Dos participantes, 21 tomaram uma dose da vacina da Pfizer, AstraZeneca ou Moderna. Segundo o estudo, a variante Delta é quatro vezes menos sensível do que a Alfa aos anticorpos no soro de pessoas não vacinadas que tinham tido a doença até 12 meses antes.

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O estudo também se concentrou na proteção das vacinas e apontou que uma única dose da Pfizer ou da AstraZeneca era pouco ou nada eficiente contra as variantes Delta e Beta, mas que a segunda dose de qualquer uma das duas vacinas gerou uma resposta neutralizante em 95%.

Além disso, o estudo mostra que pessoas que já foram contaminadas com o coronavírus ainda precisam pelo menos de uma dose de vacina para ativar o sistema imune contra novas variantes que vão surgindo — como é o caso da Delta.

O estudo, publicado na Nature, pode ser visto aqui.

Como conter a variante Delta?

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Para Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan, a variante Delta pode demorar ou encontrar dificuldades para se estabelecer no Brasil. “Os municípios estão com 70% a 100% de casos da variante P.1  (Gama). Mesmo achando uma variante importante, o fato de ter uma muito disseminada faz com que não seja fácil alcançar o mesmo 'hub'”, explicou ao jornal.

Mesmo assim, segundo informou ao mesmo jornal o infectologista Martoni Moura e Silva, um ponto essencial para o controle da variante Delta é detectar precocemente os infectados. A adoção de estratégias de testagem pelo poder público e por empresas é outra frente importante para o monitoramento. Além disso, segundo o especialista, aumentar a cobertura vacinal do País contra a COVID-19 pode ser crucial para conter a variante em questão. Por fim, a máscara ideal para a situação atual é a PFF2, ou N95, e não as de tecido.

Fonte: NYTG1, Estadão