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Vacina de mRNA universal contra a gripe deve estar pronta em 2 anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Novembro de 2022 às 16h33

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Dante Doria/ Pixabay
Dante Doria/ Pixabay

Nos próximos dois anos, é possível que chegue ao mercado a primeira geração de vacinas universais contra a gripe (influenza), segundo especialistas. Já em testes com animais, a fórmula usa a mesma tecnologia bem-sucedida dos imunizantes contra a covid-19, o mRNA (RNA mensageiro).

A expectativa para uma vacina universal contra a gripe aumentou nos últimos dias, após a divulgação dos resultados promissores da fórmula de mRNA em camundongos e furões. É o que afirma o virologista John Oxford, da Queen Mary University, no Reino Unido, que não esteve envolvido nos estudos.

“O potencial [do estudo sobre a vacina universal] é enorme. Penso que, às vezes, subestimamos esses vírus respiratórios”, como a influenza, explicou o especialista, durante o programa BBC Radio 4 Today.

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Afinal, a gripe provoca de 294 mil e 518 mil mortes anuais em todo o globo, segundo a plataforma Our World in Data. Neste cenário, uma vacina mais eficaz e universal — que protege contra várias cepas — pode ser uma revolução na área da saúde pública.

Como funciona a vacina universal contra a gripe?

Publicado na revista Science, o estudo da vacina universal de mRNA contra a gripe é liderado por pesquisadores da University of Pennsylvania, nos Estados Unidos. Inclusive, os experimentos em animais receberam financiamento federal, através dos National Institutes of Health (NIH).

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Diferente das versões quadrivalentes da vacina da gripe — que protegem contra 4 cepas —, o potencial imunizante prepara o sistema imunológico do indivíduo contra todos os 20 subtipos da influenza A e B. É como se o sistema imunológico armasse o corpo para combater qualquer vírus da gripe conhecido ou que um dia irá surgir.

"Esta vacina multivalente provocou altos níveis de anticorpos de reação cruzada e específicos de subtipo em camundongos e furões que reagiram a todos os 20 antígenos codificados", afirmam os autores do estudo no artigo. "A proteção foi pelo menos parcialmente dependente de anticorpos", acrescentam. Isso indica que as campanhas de imunização devem continuar a ser anuais, já que a validade dos anticorpos é limitada.

Vacina contra várias cepas da influenza precisa ser testada em humanos

Apesar do entusiamo com a vacina de mRNA contra a gripe, é ainda necessário iniciar os estudos clínicos do potencial imunizante e concluir as três etapas de testes obrigatórios com humanos. Só então o potencial imunizante chegará ao mercado, o que faz das atuais previsões bastante otimistas.

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"Os resultados são muito promissores e, embora sugiram uma capacidade protetora contra todos os subtipos de vírus da influenza, não podemos ter certeza até que os ensaios clínicos em voluntários sejam feitos", completa Adolfo García-Sastre, do Mount Sinai Hospital.

Fonte: Our World in DataBBC e Science